Nesta sexta-feira (25), o Museu de Arte do Espírito Santo (Maes) recebe a exposição Corpo-Experimento, que reúne obras de artistas do Brasil todo que convidam a refletir sobre o próprio organismo humano, como o próprio nome sugere. Entre fotografias, vídeos e instalações, os participantes também promovem debates sobre o viés sensorial das funções humanas. As atividades acontecem durante a permanência da mostra, prevista para ir até 25 de agosto.
“É uma exposição de arte contemporânea, então a questão do experimento formal é dominante. A gente não se apegou a linguagens tradicionais, como pintura, escultura e desenho. Então, existe também essa proposta dos artistas dialogarem com gêneros tradicionais, mas propondo objetos e intervenções mais provocativas”, apresenta o curador, Gilberto Alexandre Sobrinho, também professor do departamento de Multimeios, Mídia e Comunicação do Instituto de Artes da Unicamp.
E continua: “O que unifica todas as obras é exatamente o título da exposição, que é a ideia do corpo como experimento ou a partir do corpo se constituir um processo criativo. Então é como a partir do corpo, da visualização do corpo, como nós podemos olhar diferentes processos criativos”.
Participam da exposição os artistas Aline Motta, Angella Conte, Geovanni Lima, Natalie Mirêdia, Nazareth Pacheco, Peter de Brito, Rafael Bqueer, Renan Marcondes, Renata Felinto e Tiago Sant’Ana, além da artista convidada Eneida Sanches.
Segundo o curador, a intenção não era fazer nenhum ponto de ligação com o atual momento do mundo – de pandemia da Covid-19. No entanto, uma obra acabou criando um paralelo entre o isolamento social provocado pela doença.
"É um trabalho muito específico, que é do artista Renan Marcondes. É uma obra que mostra um dispositivo de proteção para corpos se aproximarem, que ele pensou muito antes da pandemia. Mas é uma obra sensível à realidade atual, de pandemia e quarentena", diz Gilberto.
Na hora de selecionar os trabalhos, o professor de artes diz que só se ateve à visão dos artistas em como lidar com diferentes superfícies na hora de manifestar as obras.
"Fico atento a essas formas. Alguns artistas negligenciam as superfícies, mas outros têm distintas formas de estarem sempre atentos à questão política, à questão racial, social. Uma arte com intervenção política, que não é de protesto, mas feita por um artista que está atento ao protesto e à dimensão política que seus trabalhos podem ter”, finaliza.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta