Os amantes do bom cinema têm encontro marcado no Centro Cultural Sesc Glória. O espaço abriga, de sábado (23) a 11 de dezembro, a III Mostra Sesc de Cinema, que visa promover a difusão do circuito cinematográfico brasileiro. Traduzindo para o bom culturês: dar visibilidade para talentos nacionais que dificilmente têm chances no circuito comercial.
Lançada em 2017, a mostra conta com representantes de todas as regiões do país. Na edição de 2019, foram inscritos 1,2 mil títulos, entre curtas, médias e longas-metragens, provenientes de 210 cidades. Ao todo, foram selecionadas 42 produções, sendo dez infanto-juvenis, que compõem o Panorama Brasil.
Além disso, ficou a cargo da unidade estadual do SESC cuidar da seleção dos projetos locais, em uma mostra intitulada Panorama Espírito Santo. Seis títulos foram escolhidos, sendo um longa-metragem, Diante Dos Meus Olhos, de André Felix, e cinco curtas, que flertam com o realismo fantástico, em uma sessão que ganhou como título Distopia e Terror no Cinema produzido no Espírito Santo. A programação já divulgada se restringe às exibições de novembro. A entrada é franca.
Leonardo Almenara, assessor técnico de cinema do Centro Cultural Sesc Glória, detalha os critérios usados para selecionar os filmes do Estado. "Recebemos 27 inscrições, entre longas e curtas-metragens. Escolhemos 16, sempre priorizando quesitos como qualidades técnica e narrativa, alem da linguagem visual", explica.
A meta, de acordo com Almenara, é dialogar com as tendências que o audiovisual local apresenta. "O Espírito Santo está com uma pegada de filmes marcados pelo realismo fantástico, misturados ao terror gore e a distopia", enumera. A seleção capixaba foi feita também por Marco Aurélio Fialho e Fábio Bellote, técnicos do Departamento Nacional de Cinema do Sesc.
Um dos destaques da seleção, Diante Dos Meus Olhos fechou a programação do Festival de Vitória 2018. Com sensibilidade, André Felix propõe um resgate de memória afetiva sobre a trajetória da banda Os Mamíferos, símbolo da contracultura capixaba na década de 1960.
Felix seduz ao fazer um retrato sincero sobre os sucessos (e os fracassos) de Afonso Abreu (baixo e voz), Mario Ruy (guitarra) e Marco Antonio Grijó (bateria), integrantes da banda. Depoimentos, imagens de arquivo, registros de ensaios e shows da época devem fisgar os fãs da banda, marcada pelo psicodelismo e por ser uma referência de movimentos como o Tropicalismo e o Glam.
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