Em pouco mais de 200 páginas, Francisco Grijó quer propor debates sobre a cena cultural do Espírito Santo em Doxa, sua obra mais recente e nona de crônicas. As reflexões que estão na obra foram reunidas de publicações que o autor fez enquanto era colunista de A Gazeta, entre 2011 e 2015, e também imprimem o amadurecimento do ex-secretário de Cultura de Vitória sobre o pensamento que ele tinha sobre alguns tópicos, como o rap capixaba.
"Coloquei os textos exatamente como foram publicados em A Gazeta para mostrar como era que eu via a cultura naquele período, a arte, a comunicação, a literatura, música, cinema. Mudou quase nada, mas o que mudou diz muito respeito ao rap e aos rappers. Passei a ter um pouco mais de respeito pelos artistas e pelo que eles fazem", avalia.
Grijó explica que, enquanto comandou a pasta da Cultura na Prefeitura de Vitória, teve contato com uma gama grande de artistas da periferia, onde está concentrada essa produção de rap no Estado. "Quando me tornei secretário, tive um contato maior com essa arte feita na periferia, uma arte de muita relevância para a comunidade em que eles estão inseridos, mas também para a sociedade toda", reitera.
Para o autor, esse foi o único tema de que ele percebeu mudança entre o que ele pensava no período das crônicas para agora. "O balanço que eu fiz, no geral, foi como secretário, que é um saldo positivo, assim como o balanço que faço de mim como professor, que é minha profissão real. Sendo professor, podendo trabalhar esses temas com os alunos, tenho experiências que são muito engrandecedoras", complementa.
O livro foi lançado virtualmente na última semana, com live transmitida no YouTube e participação do também escritor e jornalista José Roberto Santos Neves. Na última quarta-feira (19), Grijó começou a autografar alguns exemplares do livro e vai distribuí-los.
Ele adianta que, com a obra, quer promover discussões que girem em torno da cultura, da evolução do acesso à arte e ainda das opiniões próprias dos leitores sobre os mesmos assuntos de que ele escreveu. “O que eu quero mesmo é que as pessoas leiam, compreendam meu ponto de vista e que, concordando ou não, levantem o debate. É um livro que tem condição de ser lido por meninos de 16, 17 anos, nas escolas, e que pode gerar discussões. Porque têm assuntos nele que são polêmicos e a polêmica é saudável se for bem conduzida”, fala.
E continua: “Digo polêmica porque, como é uma visão pessoal, nem sempre o que eu penso bate com o que o leitor avalia. Em alguns momentos, eu sou bastante contundente em algumas críticas. Críticas a leitores, consumidores de música, a algumas bandas que eu considero descartáveis, mas o público considera importante... Eu imprimo a minha opinião e o leitor tem todo o direito de discordar".
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