Na próxima terça-feira (26), a Galeria Homero Massena (GHM) recebe a exposição "Reverso". Com curadoria da pesquisadora e conservadora Gilca Flores, a mostra remonta cinco instalações de arte do acervo da galeria.
Reverso traz o trabalho coletivo para a Galeria Homero Massena a fim de expor não somente as obras, mas também os processos necessários para que a exposição seja realizada. Segundo a curadora, o desafio foi montar uma exposição que consiga reunir os cinco trabalhos totalmente diferentes dentro do espaço expositivo, cada um com a sua autonomia e significado.
A seleção das instalações que compõe a mostra Reverso conta com obras que já foram expostas anteriormente no espaço expositivo da Galeria e que são chamados trabalhos complexos, ou seja, que requerem materiais e montagens específicas. A ideia é reconstruir e relembrar registros e documentos de quando essas obras foram expostas e atualizar suas possibilidades de serem reexpostas, sem que o sentido do trabalho sofra interferência.
O acervo da Galeria está sendo constituído desde 1977. São 42 anos de construção de um pensamento que perpassa diversas linguagens, pesquisas e espacialidades, afirma o coordenador da GHM Nicolas Soares.
Ele explica que a Galeria é um espaço voltado para a arte contemporânea: Ela acompanha o processo de artistas tanto do Estado quanto de fora, e cria um panorama importante de como a arte moderna e contemporânea tem se encaminhado no Espírito Santo. Um acervo não é um espaço estanque, é um espaço de conhecimento em movimento e precisa negociar entre história, passado e as urgências da produção artística atual; uma diretriz importante da Galeria há anos.
Partindo de um exercício do olhar e da relação espacial entre o corpo e o local expositivo, o artista João Carlos Souza se intitula escultor do ar. Em Desvio do Espaço, os nós que o artista interfere na corda, desviam a direção da linha e criam uma nova forma que faz do espaço a sua matéria.
A dupla Luciana Ohira e Sérgio Bonilha exercitam as relações espaciais e temporais que estabelecem em seus trabalhos. Juntos, eles terão duas instalações dentro de Reverso. Em Ocupação mínimo-máximo do espaço se evidenciam as relações de dependência entre o artista, obra e instituição e o percurso da obra no espaço e tempo do processo. Já a obra Transposição e adensamento questiona nossa capacidade de memorização diante de uma paisagem urbana em constante transformação e se materializa na parede a partir de um processo colaborativo entre artistas, instituição e público.
Em Caranguejada, os caranguejos feitos por Irineu Ribeiro remetem ao ecossistema do manguezal e a tradição ancestral do uso de argila e das paneleiras. Nas figuras completas e incompletas o artista expõe também seus processos de criação.
Marcelo Gandini investiga em Projeteis as vítimas fatais por uso de arma de fogo expondo seus nomes. O artista confere a subjetividade de indivíduos que os números estatísticos negam. Seu trabalho proporciona uma imersão e nos cobra uma reflexão sobre o tema da violência urbana.
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