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Galeria Homero Massena recebe exposição sobre corpos na pandemia

Galeria Homero Massena recebe exposição sobre corpos na pandemia

"Corpos Entre Tempos" leva mostra, oficinas e debates ao espaço de arte às redes sociais a partir desta segunda-feira (7)

Publicado em 6 de junho de 2021 às 08:00

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Exposição
Exposição "Corpos entre Tempos", de Bárbara Bragato e Célia Ribeiro. (Bárbara Bragato e Célia Ribeiro / Divulgação)
Autor - Erik Oakes
Erik Oakes
Editor do Divirta-se / [email protected]

"Como tocar o corpo intocável em plena pandemia?". O questionamento é o ponto de partida da exposição "Corpos Entre Tempos", que tem formato híbrido e entra em cartaz na programação da Galeria Homero Massena, em Vitória. Inicialmente, a mostra será realizada de forma virtual para depois ocupar o espaço, no Centro da cidade.

Produzida pelas artistas capixabas Bárbara Bragato, 28, e Célia Ribeiro, 69, a exposição inicia nesta segunda-feira (7) com atividades on-line e gratuitas, como oficinas e conversas com as artistas. A mostra faz parte da seleção de projetos contemplados em 2020 pelo edital 034/2019 da Secult-ES.

Sob o ponto de vista de duas mulheres de diferentes gerações, elas propõem a discussão sobre o espaço-tempo-corpo. A mostra composta de desenhos, vídeos e fotos trazem Bárbara e Célia, que tentaram retratar os corpos cansados pelo isolamento. Com detalhes, cada artista apresenta o olhar sobre a outra, mostrando as diferenças de suas experiências e trabalhos que se entrelaçam neste encontro artístico.

"As imagens criadas para essa nova exposição perpassam, de alguma forma, a camada da tela. Enquanto Célia me desenha a partir de vídeos e fotografias da tela, eu a registro em fotografia e em vídeo por meio de câmeras analógicas, digitais e celulares. São gestos repetitivos e obsessivos para tentar alcançar um corpo distante, para esgotar esses corpos cansados. A tela é, nesse momento, o mundo possível a ser explorado", explica Bárbara.

Exposição
Exposição "Corpos entre Tempos": foto de Bárbara Bragato. (Bárbara Bragato/Divulgação)

Nesta primeira fase virtual, com exposição nas redes sociais da Galeria Homero Massena, as artistas vão apresentar 10 desenhos e fotos. Célia conta que o público encontrará registros de percursos do olhar/pensar de cada artista a partir do corpo da outra.

"A produção em meio à pandemia foi um desafio instigante e um alento. Digo alento porque exercitamos a empatia e, nesses tempos onde o descaso com a vida do outro é anunciado sem escrúpulos, a afirmação da empatia é um ato político. Além disso, vivenciamos, as quatro mulheres envolvidas com o projeto, com Karenn Amorim, curadora, e Bruna Afonso, arte-educadora, uma relação de criação coletiva marcada pelo afeto e pela liberdade de expressão. Construímos uma sólida amizade, ainda que distantes fisicamente", diz.

ATIVIDADES

Além da mostra virtual, "Corpos Entre Tempos" abre com um bate-papo com as autoras, ainda nesta segunda-feira (7), às 19h, nas redes do espaço de arte. Na sequência de atividades, uma oficina de corpo/dança - para quem possui experiência formal na dança -, ciclo de formação com educadores e conversa com a curadora da mostra, Karenn Amorin, completam a programação on-line.

Após este período, as artistas abrem a exposição para o público no espaço de arte. Nesta fase, serão expostas novas obras que complementam "Corpos Entre Tempos".

A previsão é de que a abertura presencial aconteça no dia 1 de julho, seguindo todas as medidas protetivas. Caso o Mapa de Risco da Covid-19 não permita a abertura do espaço no período, as artistas estudam outras possibilidades de apresentar a exposição.

Exposição
Exposição "Corpos entre Tempos": desenho de Célia Ribeiro. (Célia Ribeiro/Divulgação)

O ENCONTRO

Bárbara e Célia se encontraram pela primeira vez numa manifestação, e isso, como todos os encontros posteriores, mostraram para elas sobre a importância de pensar, de viver e de existir a partir de um corpo político. "Creio que nossa identidade surgiu por percebermos uma sintonia com nossa maneira inquieta, uma vontade de ver e de registrar, uma alegria de vida e, ao mesmo tempo, uma consciência do drama que perpassa a história da humanidade", comenta Célia.

"Nessa exposição, penso que o mais importante são essas experiências e práticas de vida, a tentativa de reintegrar nossos corpos a partir da construção de vínculos e imagens. Nossa troca se dá na tela, porém vai muito além dela. Ela se faz no se reconhecer e no se observar, nas possibilidades de lembrar daquilo que pode ter ficado esquecido. Lembrar que o toque existe, e a alteridade também", finaliza Bárbara.

*Com informações da assessoria da exposição

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