P
essoas comuns levadas a situações normalmente rendem boas premissas na cultura pop Breaking Bad talvez seja o exemplo mais recente de uma fórmula que sempre trouxe bons resultados.
Em Good Girls, disponível na Netflix desde a última semana, Beth (Christina Hendrick) é uma dona de casa suburbana com problemas no casamento; Annie (Mae Whitman), uma mãe solteira que se vira para cuidar da filha, Sadie; enquanto Ruby (Retta) não sabe o que fazer para resolver o problema de saúde da filha três amigas que, em tempos de desespero, acabam tomando uma medida desesperada assaltar um mercado local.
Tudo isso, vale ressaltar, acontece nos primeiros minutos do primeiro episódio. Daí em diante o trio tem que lidar com as consequências da escolha ninguém, afinal, acreditou que seria fácil.
Embora a comparação mais fácil seja com Desperate Housewives, a série lembra muito mais a já citada Breaking Bad e também The Shield, tramas nas quais os protagonistas tiveram que lidar o tempo todo com as crescentes consequências de seus atos.
HUMOR
Apesar das comparações com duas séries sisudas, Good Girls traz um roteiro muito bem-humorado e com boas reviravoltas. A sensação de que nada está resolvido e tudo sempre pode piorar é uma constante até mesmo nos momentos em que a série parece ter se resolvido.
Com 10 episódios de cerca de 40 minutos cada em sua primeira temporada (um segundo ano já está confirmado), a série não perde o fôlego e nem gasta tempo enrolando o espectador. Os arcos se resolvem aos poucos, mas sempre deixando uma brecha para o próximo.
A trama não muito original é compensada por uma entrega do elenco e pelo talento das atrizes principais. É interessante, por exemplo, ver a transformação das três protagonistas e o inevitável mergulho delas no mundo do crime. O elenco de apoio, por sua vez, garante bons momentos e boas risadas, mas acertadamente não tem arcos próprios que desviem a atenção do que realmente interessa.
GIRL POWER
Good Girls vem na onda de filmes e séries protagonizadas por mulheres badasses e ainda ganha credibilidade em suas situações absurdas por não escalar atrizes modelos ou rostos tão conhecidos do público o texto, vale lembrar, traz quatro mulheres com problemas reais.
Algo que poderia afastar o público brasileiro (mas provavelmente não vai) é a ambientação 100% americana. As referências do roteiro, o humor e as situações da trama se distanciam bastante da realidade brasileira, mas não deve incomodar quem já está acostumado a consumir esse tipo de conteúdo.
Good Girls, no fim, é uma série daquelas que funciona como um ótimo passatempo, uma trama boa para ser maratonada e que garante boas risadas não vai mudar a vida de ninguém, mas pode deixar um dia mais leve.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta