Governo do ES quer retomar obra do Cais das Artes até junho deste ano
Complexo cultural, que começou a ser construído em 2010 e está com a obra parada desde 2015 devido a impedimento judicial, já custou mais de R$ 129 milhões aos cofres do Estado
Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 17:38- Atualizado há 4 anos
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Vista aérea das obras do Cais das Artes, na Enseada do Suá, em Vitória. (Cleferson Comarela/Vixfly Drones)
O governo do Estado prevê, mais uma vez, entregar o Cais das Artes pronto em breve. Com obras iniciadas em 2010 e a promessa de ser o maior complexo cultural do Espírito Santo, o espaço deve ter a construção retomada ainda no primeiro semestre deste ano, ou seja, até o mês de junho, segundo adiantou o secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, em entrevista ao Divirta-se, de A Gazeta.
Governo do ES quer retomar obra do Cais das Artes até junho deste ano
“Nós estamos finalizando um acordo para retomar a construção pela mesma empresa que estava quando ela foi paralisada, que é a que está na Justiça. A expectativa é retomar mesmo neste primeiro semestre e, é claro, vamos precisar de orçamento para isso. Isso já está sendo construído e em breve teremos mais detalhes e valores quando tudo estiver mais consolidado”, afirmou o titular da pasta da Cultura.
Desconsiderando novas avaliações que possam revelar que o Cais das Artes necessite de algum tipo de recuperação por dano causado pela ação do tempo em que a obra está parada, a edificação precisava de conclusão no teatro, museu e praça.
Ao todo, o teatro teria 600 metros quadrados com 1,3 mil lugares e um vão livre de mais de 25 metros de altura até o teto. O museu compreenderia um espaço de 2,3 mil metros quadrados com auditório para 225 pessoas, cinco salas de exposições, biblioteca, cantina, recepção e cafeteria. Já a praça foi projetada para ter cafeterias, livrarias e espaços para espetáculos e exposições ao ar livre.
O CAIS DAS ARTES ANO A ANO
2010
Oficialmente, as obras começaram em 2010, no fim do segundo mandato do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (MDB). O investimento total seria de R$ 115 milhões.
2012
A previsão de entrega do empreendimento estava prevista para 2012, mas a construtora que executava os serviços, Santa Bárbara, faliu e, o contrato, foi reincidido.
2013
Neste ano, as obras foram retomadas após uma nova licitação que contratou o Consórcio Andrade Valladares - Topus.
2015
As obras foram realizadas até maio de 2015, quando sofreram nova paralisação. Depois disso, no começo de junho, voltaram a prosseguir, mas, no mesmo mês, pararam novamente no dia 15. Ainda em 2015, o governo anunciou que teria que contratar uma nova empresa, a terceira, para finalizar a construção. A entrega seria em 2018.
2016
Em agosto foi feita uma nova licitação, mas para contratar uma consultoria de engenharia, que faria uma avaliação da obra e um balanço do que ainda precisaria ser feito. Neste ponto, o Governo do Estado já previa gastar entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões a mais no orçamento.
Neste ponto, desde 2010, o que foi construído nem chegou a ser utilizado e já precisou de reparos devido à ação do tempo e abandono ao empreendimento.
2018
Já em 2018, em abril, o Instituto de Obras Públicas do Estado do Espírito Santo (Iopes) licitou uma nova empresa para gerenciar a obra. A Planesp Engenharia ganhou a chamada no valor de R$ 3,8 milhões para executar o serviço.
Em julho deste ano, Paulo Hartung e a Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop) anunciaram que as obras seriam retomadas em dezembro de 2018 e deveriam ser entregues até 2020. No mês, já havia sido gasto, ao todo, mais de R$ 129 milhões com o que era para ser o maior espaço cultural do Espírito Santo, inicialmente, com entrega prevista para 2012. Com a previsão de gastos divulgada naquela época, o valor total chegaria à casa dos R$ 229 milhões.
Em setembro, o governo lançou edital para licitar a empresa que terminaria as obras do empreendimento. Mas, em outubro, suspendeu o edital sem data para republicá-lo.
2019
Em março, o governo decidiu retirar mais de R$ 14 milhões que custeariam parte das obras de finalização do Cais das Artes para abrir um crédito suplementar à Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano. Ainda em março, o Iopes garante que iniciou um processo de levantamento do equipamento cultural para ver o saldo da obra e retomar a execução do projeto com a empresa Andrade Valladares - Topus, a mesma que cuidava do canteiro de obras em 2015.
2020
Em janeiro, o governo esperava retomar as obras ainda em 2020. Em entrevista à Gazeta, o secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, disse que iria, também, intensificar um debate com a sociedade artística para falar sobre o futuro uso do local. Sobre as obras, na ocasião, o titular da pasta do Executivo capixaba reiterou a necessidade de o processo na Justiça se resolver.
2021
Agora, Noronha diz que o governo pretende retomar a construção do Cais das Artes no primeiro semestre do ano e fala que o governo está em discussão para entrar em acordo com a empresa que processou o Estado na Justiça.
Cais das Artes
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Data: 25/03/2010 - ES - Vitória - Area onde será edificada o Cais das Artes, na Enseada do Suá, proximo da Cruz do Papa (Gildo loyola)
ARQUIVO PÚBLICO VAI SEDIAR GALERIA HOMERO MASSENA
O Cais das Artes não é o único que deve receber novos investimentos neste ano. O secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, explicou que o antigo prédio do Arquivo Público do Espírito Santo, no Centro de Vitória, receberá reformas para sediar a nova Galeria Homero Massena. O edital de licitação já foi publicado e ainda está aberto. O prazo de execução das obras é de 360 dias.
Atualmente, a Homero Massena fica em outro edifício, em frente ao que ficará abrigado depois de as reformas serem concluídas. O custo desta mudança, com as revitalizações necessárias, deve girar em torno de R$ 179 mil.