O afastamento de Leonardo David Nascimento de Souza da função de maestro adjunto da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses) foi publicado nesta sexta-feira (11), no Diário Oficial do Estado (DIO-ES). Como publicado nesta quinta-feira (10) por A Gazeta, o motivo da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) tomar a providência foram as acusações de assédio moral e sexual feitas por músicos que trabalharam com David que o órgão e o Ministério Público Estadual (MPES) investigam.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secult explica que "durante o processo administrativo interno, enquanto os fatos são apurados, o servidor efetivo Leonardo David será afastado da função de maestro adjunto". E destaca: "O servidor terá direito à ampla defesa. Se as infrações denunciadas forem comprovadas, pode haver punição extrema, como demissão".
Leonardo, além da gratificação que possuía como maestro, é servidor concursado lotado na Secult. Por esse motivo, possui estabilidade e não pode ser demitido sem antes ser submetido a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Por isso, continuará recebendo salário do governo.
Segundo informações do Portal da Transparência, o atual salário de Leonardo gira em torno de R$ 8,5 mil. O valor, a partir do próximo contracheque, deve cair em torno de R$ 3,8 mil mensais - dinheiro que ganhava como função gratificada pelo posto comissionado.
Anteriormente, a reportagem questionou o maestro investigado sobre as acusações. Leonardo David, que desativou seus perfis nas redes sociais, chegou a marcar um encontro para uma entrevista, mas desistiu e preferiu se manifestar apenas por meio de nota. "O maestro Leonardo David informa que é inocente de todas as acusações, que jamais faltou com o respeito a ninguém e que confia na apuração dos fatos. A apuração trará a verdade", diz o texto enviado.
O musicista já havia sido demitido da Camerata Sesi no último dia 25. Segundo a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), mantenedora da orquestra, "todas as denúncias recebidas no âmbito da Ouvidoria são devidamente apuradas e submetidas ao Comitê de Ética, inclusive condutas desalinhadas com os preceitos éticos de nossa instituição".
Quem cobre a ausência da regência no grupo musical gerido pela Findes é a esposa de Leonardo, que era spalla (uma posição abaixo do maestro) da orquestra, Gabriela de Oliveira Souza Queiroz. Na Oses, a regência continua com o maestro titular, cargo que é ocupado pelo musicista Helder Trefzger.
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