No próximo domingo (29), os capixabas poderão assistir pela internet a peça A Mais Forte, do Grupo Boyásha Trupe de Teatro. Baseado no texto de August Strindberg, o espetáculo será transmitido ao vivo direto do Teatro Universitário para o Facebook e YouTube, às 18h, sendo o penúltimo da programação do 11º Circuito Banestes de Teatro.
Com texto original escrito por volta de 1888, "A Mais Forte" é considerada em muitos países a obra-prima dentre os monólogos do autor, sendo encenada até pela atriz Nathália Timberg, em 1964. Montada pela companhia capixaba no ano de 2010, a peça vem sendo constantemente revisitada pelo grupo como objeto de estudo ao longo dos anos.
Pensada e transformada para o formato digital, a apresentação de 25 minutos poderá ser acompanhada em tempo e real no formato live pelo YouTube e Facebook da WB Produções. O diretor musical do espetáculo, Murilo Iglesias, destaca que houve um trabalho de preparação muito grande para a apresentação transmitida em formato digital.
"Originalmente, a peça montada dez anos atrás tinha menos luz e baixa interação com a plateia. Agora, revisitamos a peça neste novo formato com algumas mudanças, como presença de mais luz e o ator se comunicando mais com a câmera, para que consiga atingir o público que estará assistindo atrás das telas, por exemplo", detalha.
Murilo ressalta ainda que a colaboração da Companhia Jungo (Argentina), que já tinha prática nesse trabalho audiovisual, e da equipe de filmagem foram muito importantes nesta adaptação ao formato digital. Vale lembrar que, após a transmissão, o espetáculo ficará disponível pelo período de um mês no Youtube da WB Produções.
Gratuita, a transmissão de "A Mais Forte" terá um QR Code para doações que serão convertidas em benefício do projeto SOS Graxa ES, movimento em prol de profissionais dos bastidores de evento.
Com a chamada "Vale a pena viver um sonho que não é seu? E então, quem é A Mais Forte?", o texto de August Strindberg traz a psicologia do eu através de embates psicológicos, jogos de dominação e do incessante ajuste de contas presentes em sua obra. Por meio de um inquietante jogo de provocações e da abertura de velhas cicatrizes no interior de duas mulheres, a peça conduz cada espectador a traçar um paradoxo entre vitória e derrota, em que as personagens disputam o amor de um mesmo homem.
Segundo Murilo, a expectativa para a apresentação é grande. Ele pontua que a principal potência do espetáculo está em instigar a reflexão no público: Este é um texto do século XIX, mas com um conteúdo extremamente atual e que provoca muita reflexão sobre as nossas relações, sobre nossa existência e nosso posicionamento no mundo, finalizou.
*Maiara Dal Bosco é aluna do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, sob orientação do editor Erik Oakes.
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