O palco do Teatro da Ufes, em Goiabeiras, Vitória, será espaço de uma peça sem ensaios. Nos próximos dias 5 e 6 de outubro, a Cia. Barbixas traz à Capital mais uma edição de seu espetáculo "Improvável". Totalmente feita à base de improviso, ele testa a capacidade que os humoristas Anderson Bizzocchi, Daniel Nascimento e Elídio Sanna têm de criar histórias mirabolantes a partir de temas, em sua maioria, sugeridos pela plateia.
O espetáculo, que surgiu em 2007, é feito com jogos de improviso e conta com muita preparação por parte dos participantes, que precisam entender de diversos assuntos para saber fazer a piada no tempo certo. No palco, um mestre de cerimônias interage com o público, colhendo sugestões de temas que vão ditar os passos dos atores em cena.
Em entrevista a A Gazeta, Elídio conta que o elenco estuda improviso há 12 anos, com direito a participação em cursos fora do Brasil para dominar a técnica. "É estudando que a gente consegue se preparar para trazer novas histórias para o público. Para dificultar mais a nossa vida, nos baseamos todos nos jogos de improvisação. Além de ter que construir as cenas, existem as dificuldades que também são colocadas pelo mestre de cerimônia. Como ele interage com o público, a gente incentiva as pessoas a darem os temas mais banais possíveis. Às vezes, eles tentam nos ajudar dando sugestões engraçadas, mas o que a gente gosta mesmo é do desafio", explica.
O humorista destaca que, para atrair o público ao longo de tantos anos, não teve muito para onde fugir a não ser renovar os jogos e temas apresentados no palco. O plano é tão certeiro que os Barbixas têm fãs assíduos que lotam o TUCA (Teatro da PUC-SP) todas as quintas-feiras para conferir o que eles vão trazer de novo.
"O nosso maior desafio é conseguir viajar e encher a sala dos teatros (risos). O improviso é prazer", conta Elídio.
Mas isto não é nada que o trio não consiga superar. Em Vitória, por exemplo, o espetáculo sempre tem as entradas de suas sessões esgotadas em todas as suas passagens. "Nossa permanência no YouTube também ajuda muito. Estar direto em uma plataforma digital faz com que tenha aquele desejo de nos ver quando vamos à cidade dos espectadores. A gente cria a platéia na web. E nossa tentativa atual é de sempre estar no limite, de nos desafiar. Com isso, a gente vai melhorando sempre (risos)".
Para Elídio, o fato de todos estarem juntos até hoje também é positivo, já que o grupo sente que foi evoluindo em conjunto e aos poucos. O comediante defende que, atualmente, a palavra de ordem é estar no limite, coisa que eles não fariam lá nos idos de 2007, quando começaram a se aventurar pelos palcos da comédia.
Por trabalharem "no limite", sempre aparecem saias justas na hora em que encarnam seus personagens, que é o que eles mais gostam. "Saia justa é um elemento do nosso trabalho. No fundo, estamos sempre em saias justas (risos)", brinca, completando: "No fundo, texto, direção, atuação... É tudo feito na hora pelas pessoas que estão lá. Nesses 12 anos em que estamos rodando Brasil, só estamos melhorando. Sinto que estamos em uma evolução contínua e, é claro, que temos mais entrosamento".
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