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João Bosco e Vinícius lançam 1ª parte de álbum na quarentena

João Bosco e Vinícius lançam 1ª parte de álbum na quarentena

Dupla promete que “Ao Vivo em Goiânia” entrará para a história das superproduções da carreira. Confira este e outros álbuns do gênero que seguiram a linha e tiveram lançamentos em etapas

Publicado em 12 de abril de 2020 às 15:00

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A dupla sertaneja João Bosco e Vinícius em cena de
A dupla sertaneja João Bosco e Vinícius em cena de "Ao Vivo em Goiânia". (Rubens Cerqueira)

Isolados em meio à quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus, artistas pelo Brasil afora também têm experimentado uma realidade diferente da que estavam acostumados. Sem o calor das apresentações presenciais, eles apostam nos lançamentos de suas produções apenas nas redes sociais.

Para João Bosco e Vinícius isso não parece ser um problema. A dupla acaba de lançar a primeira parte do álbum "Ao Vivo Em Goiânia" nas redes sociais. E a promessa é de que seja um disco histórico na carreira da dupla.

“A experiência está sendo diferente, mas legal. Apesar de não estarmos tendo contato físico com os fãs, acho que, por todos estarem mais tempo em casa, o resultado tem sido muito bom”, conta Vinícius, em bate-papo exclusivo com o Divirta-se.

A proposta da dupla segue a linha que diversos artistas sertanejos têm apostado: lançar o álbum em partes para os fãs degustarem aos poucos. Nomes como Lauana Prado, Henrique e Juliano, Jorge e Mateus, entre outros estão com trabalhos apresentados em etapas e garantido bastante sucesso na empreitada (confira os discos no fim da entrevista).

A superprodução sertaneja, que conta com seis canções já disponíveis nas plataformas digitais, foi gravada em outubro do ano passado, mas a seleção do repertório – com inéditas e regravações de sucessos – começou há cerca de dois anos. “Queríamos um produto muito bem pensado. Fizemos audições até termos total segurança do que íamos apresentar”, relembra o cantor.

Só para se ter uma ideia, “Segunda Taça”, parceria com Matheus, dupla de Kauan, que antes mesmo de ir ao ar era uma das apostas dos cantores como música mais bombada do álbum, tem mais de 9 milhões de plays só no Spotify. A canção foi a segunda liberada, depois de “Bem Longe de Você”, outra inédita da safra.

"'Segunda Taça' está nos surpreendendo muito. Foi escolhida para ser a música de trabalho e a repercussão dela nos norteou, também, a decidir lançar o álbum todo neste primeiro semestre. Para as pessoas curtirem em quarentena. Acho que o público também está se identificando muito com as canções, porque cada uma delas conta uma história e tem vida própria", justifica Vinícius.

O disco ainda conta com "Bebida e Fumaça" e "Dois Doidin", que falam de relacionamentos.  Fechando o trabalho, destaque para "1900 e Vovô", que traz uma pegada de forró e participação de Dorgival Dantas, e "Onde Não Tinha Espaço", canção gravada por João Bosco & Vinicíus originalmente em 2018 ganhou uma releitura com arranjos mais atuais e versão ao vivo.

Durante a entrevista, o cantor também falou do processo de produção da obra, dos 18 anos de carreira nacional e aproveitou a oportunidade para avaliar o cenário do sertanejo e sertanejo universitário.

Como foi o processo de produção do álbum?

  • O show foi gravado em outubro. Sobre o processo de seleção das músicas, já tinha dois anos que a gente vinha fazendo audição, selecionando repertório, até chegar num ponto que nos deixou bem seguros a ponto de gravarmos um projeto como este.

Com 18 anos de carreira nacional, é diferente apostar em um projeto assim?

  • Como a gente já tem 18 anos de carreira nacional, a gente já não tem mais aquela pressão de lançar um projeto por ano. Então, estamos priorizando, mais do que nunca, a qualidade do repertório. Como era um projeto de inéditas, a gente preferiu fazer com calma para atingir a expectativa do público.

“Bem Longe de Você” foi a primeira faixa do álbum liberada. A repercussão está ótima nas plataformas digitais. A que atribuem o sucesso deste trabalho?

  • Essa “Bem Longe de Você” vem tendo uma aceitação muito boa, mas “Segunda Taça” que nos surpreendeu muito. Tanto que foi escolhida para ser a música de trabalho. A repercussão dela também está muito alta. Mas acho que todas as músicas estão muito peculiares, cada música tem sua vida própria. Cada música tem seu lado, sua história... Então o público se identifica muito.

E “Ao Vivo em Goiânia” teve alguma influência ou inspiração especial?

  • Na verdade, esse projeto foi muito importante porque o último de inéditas que a gente lançou foi em 2016, com um DVD em São Paulo. Teve uma aceitação muito boa, teve música que ficou entre as mais tocadas do Brasil na época, tiveram várias participações com outros grandes nomes, então a cobrança pessoal foi a de fazer um projeto tão bom quanto ou melhor do que aquele existia. O motivo que mantém um artista, com tantos anos no cenário nacional, vivo é um repertório que toque o coração das pessoas. Então, teve um empenho muito grande nosso, essa tentativa de superação.

Neste projeto vocês também trazem outros nomes do sertanejo, como fizeram nesse de 2016, que você falou...

  • Neste projeto, convidamos alguns artistas, sim. Todos os artistas que participam com a gente são pessoas com as quais a gente se identifica. Sempre procuramos chamar amigos para participar desses projetos. Henrique e Juliano, Cezar Menotti e Fabiano, Jorge e Matheus, Matheus e Kauan... São nomes temos uma grande amizade.

Aliás, diante de outros nomes, consegue avaliar o atual cenário do sertanejo universitário no País?

  • Eu acho que está muito positivo tanto o sertanejo quando o que chamam de sertanejo universitário. O sertanejo universitário nada mais é do que sertanejo. Quando falam “universitário”, que começou lá atrás, é como se a música sertaneja tivesse uma mudança na musicalidade, mas não é isso. O nome surgiu a partir do público frequentador. Na época que eu e João começamos, fazíamos muitos shows para repúblicas, comissões de formatura e em faculdades. Então, esse foi o público que nos alavancou e nos deu visibilidade. Desde que saímos do Mato Grosso do Sul para o Brasil todo, o pessoal perguntava da nossa história e explicávamos isso, que nós éramos universitários e que tocávamos muito para universitários e as pessoas abraçaram a ideia.

Mas segue como um mercado muito promissor, não é?

  • A gente sempre é questionado de quanto vai durar o sertanejo universitário há 15 anos (risos)... Sai ano, entra ano, o negócio está sempre crescendo. A música sertaneja ganha com tudo isso. Antes de 2000, a música sertaneja era o quarto gênero musical mais tocado no Brasil. Há quantos anos o sertanejo já é número 1 no Brasil? Isso só chancela o que eu vejo como positivo.

Tem algum artista da atualidade que vocês admiram ou sirva de inspiração?

  • A gente acompanha praticamente todos que estão em evidência, porque é nosso mercado e nós somos muito ativos. A gente trabalha no País todo, vai vendo tudo que acontece. Das duplas que eu gosto muito, posso citar Jorge e Matheus, Henrique e Juliano e Zé Neto e Cristiano. Três duplas que eu gosto muito e que vejo identificação com o que eu passo.

O álbum “Ao Vivo em Goiânia” chega ainda neste primeiro semestre por completo para os fãs. Como é lançar um material em período de quarentena?

  • A experiência está sendo muito legal. Acho que as redes sociais estão ajudando muito, apesar de não estarmos tendo contato com os fãs presencialmente. Acho que, como as pessoas estão mais tempo em casa, todos ficaram mais ativos na internet. Só o que atrapalha, de certa forma, é o não contato direto, de fazer show, de fazer nosso trabalho de corpo a corpo. Mas no streaming, os lançamentos estão sendo muito bons.

Falando em quarentena... O que têm feito nesse período?

  • Eu tenho ficado em casa, tenho cantado muito, achando alguma coisa para fazer com a família, com os cachorros, às vezes limpando quintal, ajudando a esposa com os afazeres de casa, os filhos com as tarefas de escola via web e trabalhando com música. Ainda gravo alguns vídeos para as redes sociais pois a galera pede muito isso.

E o que os fãs podem esperar deste 2020?

  • Muito trabalho! Estamos ansiosos para voltar para a estrada, mas não vamos voltar sem ter o mínimo de segurança. Estamos aguardando a liberação dos shows e eventos, mas a gente sente saudade do público, de viajar, do palco, das cidades, das pessoas... Temos fã-clubes espalhados pelo País todo. Por mais que a gente faça esse trabalho virtual, o corpo a corpo é algo muito importante para qualquer artista.

A expectativa é de melhora para esse ano ainda, você acha?

  • Acredito que o segundo semestre será muito intenso. Acho que vai ter tudo para ser o semestre mais intenso da nossa carreira. Porque os shows que foram adiados agora vão acontecer no segundo semestre. Então vão ser 12 meses em 6. Vamos viajar muito, cantar muito, vamos nos matar de trabalhar (risos).

LANÇAMENTOS SERTANEJOS EM DUAS ETAPAS

Além de João Bosco e Vinícius, outros sertanejos têm aproveitado para lançar trabalhos em duas etapas. Materiais que, por sinal, estão tendo ótimo desempenho na web. O Divirta-se separou algumas destas novidades. Confira!

"Ao Vivo In Brasília - Vol. 2" - Felipe Araújo

Lançado em março deste ano, o EP traz a segunda parte do show gravado no ano passado. Semanalmente, o artista ainda lança vídeos da apresentação em suas redes sociais. 

"Livre (Ao Vivo - Vol.2)" - Lauana Prado

A cantora também lançou um projeto em duas partes. A segunda chegou no fim de março e está fazendo sucesso devido ao repertório bem escolhido por Lauana.

"Por Mais Beijos - Ao Vivo" - Zé Neto e Cristiano

A dupla também lançou no fim de março a segunda parte de um disco lançado em duas etapas. A primeira saiu logo no início do ano e esta trouxe mais 18 canções para completar o álbum que está bombando nas plataformas digitais.

"T.E.P - EP1" - JORGE E MATHEUS

Um dos maiores nomes do sertanejo atual, a dupla lançou no início de março um EP com cinco músicas. "T.E.P" significa "Tudo Em Paz" e logo terá sua segunda parte divulgada. Nesta primeira etapa, o EP conta com três canções inéditas, além de “Tijolão” e “Cheirosa”, sucessos de 2019.

"Ao Vivo no Ibirapuera" - Henrique e Juliano

A dupla também apostou em divulgar do disco em partes. O show foi gravado no final de 2019 e rendeu 22 canções que já começaram a aparecer e serem trabalhadas desde o início do ano. Duas partes já estão disponíveis nas plataformas digitais. A terceira está em processo de divulgação. A canção mais recente é "Amor Atual", cujo vídeo foi liberado no dia 3 de abril.

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