Cria de Jardim da Penha, bairro boêmio da capital capixaba, Julia Smith declara seu amor por Vitória com a música "Sorte ou Azar", já disponível nas plataformas digitais. Morando em São Paulo há cinco anos para alavancar a carreira, a cantora, em seu novo projeto solo, aposta em uma balada com "aromas tropicais", cheio de swing romântico e que conta com um clipe paradisíaco gravado em um veleiro na baía de Vitória.
Nas imagens, podem ser vistas tomadas próximas ao Iate Clube, na Praça dos Namorados, e cenas captadas à beira da Ponte da Passagem, que liga a ilha de Vitória ao continente. "É uma faixa romântica, calma, no estilo voz e violão. A beleza da Ilha da Vitória caía muito bem para ela", explica Julia, que, por conta dos cuidados com a Covid-19, gravou vídeo em apenas um dia, com poucas pessoas na equipe.
"O projeto contou com direção de Fernanda Sabino e gravamos em agosto. Por conta da pandemia, os artistas estão apostando em vídeos caseiros, sem muita produção, o que é uma vantagem para os independentes, que não tem tanta estrutura", explica.
"É uma musica com uma uma vibe mais praiana. O veleiro deu uma certa liberdade, com a chance de explorar a natureza, o mar. É até uma forma de 'aliviar' as pessoas isoladas em casa."
"Sorte ou Azar" - que conta com parceria do grupo Mar Aberto na composição - chega como o segundo projeto de Julia Smith no biênio 2019/2020. Anteriormente, lançou o EP Vai Lembrar de Mim, que contava com cinco faixas, com boa recepção nas plataformas digitais.
Essa consistência é importante. As pessoas estão mais em casa, consumindo mais streaming. Com a impossibilidade de fazer shows, acaba sendo a única alternativa de manter contato com a música e com o público, avalia, não escondendo a felicidade de ter ouvido uma de suas músicas, Assunto Particular, sendo tocada em uma rádio de grande audiência em São Paulo.
Foi na semana passada. Fico feliz por ser uma mídia espontânea. Isso quer dizer que o nosso trabalho está chegando até as pessoas", afirmou a capixaba, que tem em seu currículo a abertura de shows para artistas renomados, como a banda Titãs.
Julia, que teve uma de suas músicas, "Tão Bem", com mais de 200 mil acessos no Spotify, começou nas artes aos quatro anos, aprendendo a tocar violino. Na adolescência, participou de um intercâmbio na Alemanha, onde conheceu o "amor" pela guitarra.
"Participei de um concurso norte-americano, o 'Queen of Strings', que visava destacar mulheres guitarristas. Fiquei entre as 15 finalistas. A edição contava com artistas de talento, como Orianthi e Jennifer Batten, conhecidas por tocarem com Michael Jackson", relata, dizendo que nomes como o de Bibi McGill, que trabalha com Beyoncé, e Melanie Faye ajudaram a quebrar o estereótipo de que a guitarra seja um instrumento essencialmente masculino.
Smith faz questão de destacar o bom momento por que passa a música capixaba, tendo como destaques nomes como Silva e Budah, que ganharam o mercado fonográfico do país.
Acho importante que as pessoas comecem a valorizar o que é da terra. Conheço gente talentosa do Estado que não ganhou o reconhecimento merecido. É preciso criar um mercado forte. Para isso, tem que ter investimento em cultura, seja por parte do governo e da iniciativa privada. Lembro do sucesso do Manimal e do Casaca, no início dos anos 2000. Era um movimento de raiz muito forte. Essa fase se perdeu. Ainda fico tentando entender os motivos da perda dessa força", questiona.
Projetos? São vários. "Estou trabalhando em 'Se Você', uma regravação de uma música autoral. Estou dando uma roupagem mais instrumental. Ela foi lançada em 2017 e teve mais de 100 mil visualizações no Spotify. Também estou com mais uma faixa gravada em parceria com o Mar Aberto. Além disso, tem a expectativa da volta dos shows. Tinha uma apresentação agendada para agosto no Espírito Santo. Foi adiada por conta da Covid-19. Não vejo a hora de sentir o calor do público novamente", conclui.
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