É bom Lady Gaga e Bradley Cooper já irem preparando, se não as estantes para as estatuetas, ao menos os respectivos discursos e visuais para a temporada de premiações do ano que vem. Nasce uma Estrela, estrelado pela dupla e dirigido pelo próprio Cooper, é, ao lado de O Primeiro Homem, que estreia na próxima semana, o filme mais próximo para brilhar no Oscar 2019.
Refilmagem de uma trama clássica, o novo Nasce Uma Estrela se aproxima da versão mais recente, a de 1976, estrelada por Barbra Streisand e Kris Kristoffersson. A história acompanha Jackson Maine (Bradley Cooper), um músico de sucesso que se apaixona por Ally (Lady Gaga) quando a vê cantando em uma boate de drag queens.
Ao contrário do filme de 76, que tem Maine como um ex-famoso, o novo ainda tem o músico capaz de lotar estádios e festivais seu problema é a luta contra o álcool e a dependência química, além de um problema auditivo que só aumenta.
Os dois, claro, engatam um relacionamento amoroso e uma parceria musical. Surge aqui também outra novidade: a Ally de Gaga é muito mais ativa do que a de Streisand, provavelmente um retrato da mudança de tempos; o sucesso dela não mais é fruto do trabalho dele.
Essa nova versão também explora mais a relação musical do casal, e nesse momento Cooper e Gaga brilham. Enquanto o ator surpreende cantando e nas cenas de palco, Gaga mostra que talvez seja a artista mais completa da atualidade. Como já mostrou em sua carreira musical, ela é capaz de se transformar de corpo, alma e voz de acordo com o que planeja fazer. Em tela, ela explode com ou sem o microfone em mãos, e consegue até se mostrar menos à vontade que Cooper nas cenas de shows.
As novidades do roteiro se mostram um grande acerto e o texto até aproveita para discutir, a seu modo, o que afinal de contas é arte? O que diferencia uma música pop produzida com fórmulas de sucesso de um country rock (para ficarmos no gênero tratado no filme) composto com poesia e à base de uísque e drogas? Existe diferença? Todos são artistas, mas nem todos têm algo a dizer, diz Maine, em determinado momento da projeção.
RITMO
Bradley Cooper se sai tão bem na direção que até os pontos mais questionados de seu Nasce Uma Estrela podem ser usados a seu favor. O som, por exemplo, causa estranheza por seu volume em algumas sequências como a que abre o filme, mas também funciona como recurso para o público entender o problema auditivo do protagonista.
O ritmo da narrativa em seu segundo ato também merece ser observado. O filme se acalma, se transforma e ameaça sair dos trilhos com uma grande mudança de foco, mas isso acaba servindo de impulso para o glorioso ato final.
Nasce Uma Estrela é um ótimo drama e um excelente musical, um impecável remake de um clássico que mantém a homenagem, mas traz mais elementos que só aprofundam a trama. Bradley Cooper e Lady Gaga estão impecáveis e provavelmente emocionarão todos presentes na sala de cinema. Então é bom o Oscar 2019 se preparar para recebê-los em grande estilo.
Confira o trailer:
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