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Lauren Graham estrela série da Disney: "Meu amor é atuar como mãe"

Lauren Graham estrela série da Disney: "Meu amor é atuar como mãe"

Lembrada pelo papel de Lorelai, em "Gilmore Girls", atriz se diz grata aos fãs brasileiros e adiantou um pouco de suas impressões e preparação para ser a Alex, em "Virando o Jogo dos Campões”, série da Disney+

Publicado em 19 de maio de 2021 às 12:04

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Lauren Graham na série
Lauren Graham na série "Virando o Jogo dos Campeões", do Disney+. (Disney/Liane Hentscher/Divulgação)
Autor - Pedro Permuy
Pedro Permuy
Repórter do Divirta-se / [email protected]

"Não tem como eu não ter um pouco da personalidade de Lorelai em todos os papéis que fiz no cinema e na TV desde Gilmore Girls", afirma a própria Lauren Graham, em entrevista à Gazeta via Zoom. Como não consegue se desvencilhar do papel de mãezona da televisão, a atriz de 54 anos de idade foi chamada para encarar mais uma em "Virando o Jogo dos Campeões" (The Mighty Ducks), série da Disney+, que estreou no fim de março no Brasil pelo streaming.

Na nova trama, Lauren dá vida à personagem Alex, que é superpreocupada e protetora do filho, que acaba saindo do time de hóquei mais famoso da cidade, os Patos, e o ajuda a formar o time dos “excluídos” com outras crianças que também não foram aceitas pela equipe. No meio do caminho, ela mesma absorve parte do papel de treinadora e pensa: “Por que não prepara-los para uma virada daquelas?”.

A série, baseada na trilogia de filmes dos anos 1990 "Nós Somos os Campeões", tenta mostrar que, no mundo competitivo em que as crianças começam treinos intensos cada vez mais cedo, a prática de esportes por diversão é necessária. Alex quer mostrar que dá para ser feliz e até vencer jogando por amor.

No desenrolar da narrativa, ela se envolve nos problemas dos jovens, vive aventuras relacionadas ao amor e, é claro, dá aquela lição de moral sobre valorização do feminismo e inclusão social.

"Eu me sinto muito sortuda de ter tantas crianças da TV contracenando comigo. Definitivamente, me sinto orgulhosa de cada um deles e responsável por fazer a experiência deles na TV ser a mais positiva possível, cuidar deles. Eu fico mais velha e eles, mais novos (risos)”, brinca, sobre sempre interpretar este tipo de personagem.

Mas nada que a deixe chateada por ser vista como a mãezona nas séries de TV e filmes: "É meu amor da vida. Atuar como essas mães solteiras que buscam amor. Eu acho que é alguma coisa nessas personagens, que elas procuram, não sei, que me fazem me atrair por elas. Alguma coisa nessas personagens fala comigo com quem eu sou na vida real e penso que, por alguma razão, eu sirvo nelas (risos). Então, eu só aceito (os papéis) e continuo atuando até algo diferente surgir”.

Eterna Lorelai Gilmore, da série "Gilmore Girls", ela também não exclui essa personagem que foi de suas mais emblemáticas interpretações de toda a carreira. Questionada pela reportagem sobre qual característica carrega desse papel, Lauren responde: "Eu acho que sempre tem uma parte de mim, uma grande parte de mim, que terá Lorelai. Eu sempre penso nela, sou muito grata a ela e muito grata aos fãs que a amam. E sei que os brasileiros são muito devotos dela e sou grata por isso também. Amo meus fãs do Brasil e obrigada".

Durante o bate-papo, Lauren entrega impressões sobre a experiência de contracenar com atores e atrizes mirins, além de fazer um balanço do que a nova série da Disney+ quer transmitir com sua amostra de humanidade ao discutir a exclusão nos esportes nos Estados Unidos.

Você já fez mães cômicas em diversos papéis. Como é ser a mãe em "Virando o Jogo dos Campeões" e por que aceitar, de novo, ser essa mãezona?

  • Eu não sei. Quero dizer, eu só aceitei, é o amor da minha vida. Atuar como essas mães solteiras procurando por amor. Eu acho que é algo que essas personagens buscam, não sei. Elas são vazias, vulneráveis, cheias de esperança... E acho que há um tipo de abertura nisso, uma esperança. Alguma coisa nessas personagens fala comigo, com quem sou na vida real. E penso que, por alguma razão, sirvo nelas. Mas fiquei muito feliz de receber essa personagem maravilhosa, eu realmente amei a Alex.

O que acha que explica essa nostalgia que esse tipo de personagem tem, bem como a ligação que os fãs fazem de você a "Gilmore Girls"?

  • No mundo em que há milhões de shows de TV, séries, filmes, eu acho que essa nostalgia, algumas doses de nostalgia, são boas. Fazem o público reconhecer, tem um motivo para estar ali. Mas também tem uma pressão no sentido de que lembram de mim, esperam que eu seja tão boa quanto lembram de mim. E acho que isso tem a ver com o momento, o período. Não sei se, por isso, podemos elevar nossas expectativas. Em "Virando o Jogo dos Campeões", por exemplo, por ser um reboot, é como se fossem os pais olhando para trás. As crianças não sabem, não conhecem. E isso é o legal.

E você é tão competitiva quanto a Alex se mostra em "Virando o Jogo dos Campeões", nos jogos de hóquei?

  • Eu sou muito competitiva em alguns aspectos, como escritora, sabe? Perseguição solitária. Eu estava bastante competitiva por um tempo e depois tudo mudou, trocou e eu acabei me apaixonando por outras áreas, como o teatro, e, sim, tenho esse espírito.

Lauren Graham na série
Lauren Graham na série "Virando o Jogo dos Campeões", do Disney+. (Disney/Liane Hentscher/Divulgação)

No Brasil, você é muito lembrada como a Lorelai, de "Gilmore Girls". Tem alguma característica dela que carrega com você?

  • Eu acho que sempre tem uma parte de mim, uma grande parte de mim, que terá essa personagem. Eu sempre penso nela, sou muito grata por tê-la feito e por ter os fãs que a amam, que me acompanham em tudo o que fiz desde lá.

A personalidade de vocês é próxima?

  • Eu acho que é a personagem que é mais próxima de mim, sim. Não posso imaginar outro papel chegando tão perto. Então, sou muito grata, particularmente os brasileiros. Sei que os brasileiros a amam e sou muito grata por isso também. Obrigada.

Qual é a sua relação com essa nova geração de astros? E como se enxerga nesse contexto de mãe deles?

  • Eu me sinto sortuda de ter tantas crianças e jovens na TV e, definitivamente, me sinto orgulhosa de cada um deles. E responsável por fazer a experiência deles ser a mais positiva possível. Eu fico mais velha e eles mais novos (risos). Eu quero que todos eles tenham bons momentos, divertidos, e que também pensem no que querem para o futuro deles. E é muito bom ter amizade com essas pessoas mais jovens, é muito importante. Quanto mais velha você fica, mais é importante. É esperançoso manter contato com pessoas que têm experiências diferentes, uma vivência diferente. E eles me ensinam tanto quanto eu aprendo.

Lauren Graham na série
Lauren Graham na série "Virando o Jogo dos Campeões", do Disney+. (Disney/Liane Hentscher/Divulgação)

Quem foi seu mentor na TV para ter essa mente?

  • Bom... Eu a vi esse dia, inclusive, na TV. Kelly Bishop, que foi minha mãe na TV. E eu a amo tanto, acho ela tão fantástica! Eu sempre estou em contato, também, com o criador de 'Gilmore Girls', Dan Palladino. Sempre falo com ele. Sou muito grata a esses dois e aos relacionamentos que tenho com eles.

Depois de tantas mães na TV e filmes, como é a construção dessas personagens para você?

  • Eu acho que não posso me separar demais das minhas personagens. Todas têm muito de mim. Se fosse assim, nunca teria feito comédia na minha vida e não sou muito do drama (risos). Sei lá... Sou tão Lorelai, por exemplo. Sempre trarei um pouco dela em todos os meus papéis. E quando li 'Virando o Jogo dos Camoeões', eu queria fazer parte, me deu vontade. E tem muito desse espírito meu lá. Estou confortável com o papel e por isso gostei tanto.

O que foi que já te disseram de mais surpreendente nesses anos sobre os papéis que interpreta?

  • Eu não sei... Surpreendente? É só muito gratificante quando as pessoas falam que fiz algo de que todos gostaram, viram com a família - sobretudo mulheres e suas filhas, é claro. Mas é incrível a honra que sinto quando pessoas dizem que alguma coisa que eu fiz para entretê-las - ou dei duro para fazer - as divertiu, deu paz, alegria. Isso é algo muito gratificante e também virou algo com que me preocupo durante os trabalhos. Sempre penso em como fazer algo mais feliz, fazer ser mais positivo, de valor... E eu tento pensar nisso sempre que estou atuando, escrevendo, fazendo parte de algo. É o mais importante para mim.

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