Fora do circuito desde 2016, a Lei Chico Prego está prestes a voltar à ativa. Em conversa com o "Divirta-se", o secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra, Thiago Carreiro (que também é vice-prefeito) afirmou que a lei de incentivo cultural foi totalmente reformulada e encaminhada para a apreciação da Câmara dos Vereadores do município.
"O projeto foi reformulado e enviado para a Câmara (dos Vereadores), devendo ser apreciado até o final de setembro. Esperamos que o parecer saia na próxima semana, pois nossa expectativa é lançar os editais a partir de novembro", informa, dizendo que, entre as mudanças, está a forma de captação de recursos por parte dos proponentes.
"Temos como base o sucesso da João Bananeira, de Cariacica, tanto que uma de suas coordenadoras, Evelyn Bergamim, também participou da reformulação. Vamos investir R$ 1 milhão dos cofres públicos. O dinheiro sairá de recursos próprios e não mais provenientes da troca de bônus fiscais. É uma forma transparente de negociação e bem menos burocrática para o artista", acredita.
Em primeira mão à reportagem de A Gazeta, Thiago Carreiro detalhou os escopos contemplados pela nova Chico Prego, criada em 1999 na gestão Sérgio Vidigal (PDT). A principal mudança deve contemplar projetos destinados à chamada "Cultura Contemporânea", que engloba novas mídias, performances, arte conceitual, hiper-realismo, arte urbana e técnicas de grafite.
"Nossa ideia é dialogar cada vez mais com o público jovem. Devemos incluir as tradicionais batalhas de rap, que se tornaram muito populares no Estado", adianta.
A tecnologia digital não deve ser esquecida. Propostas de criações de aplicativos, sites e projetos interativos estarão entre os escopos da reformulada lei de incentivo serrana.
Ainda de acordo com Carreiro, haverá espaços para os tradicionais "Projetos de Incentivo às Artes", que correspondem a iniciativas relacionados às Artes Musicais, Artes Cênicas, Audiovisual, Artes Visuais, Artes Literárias, Artes Plásticas, Cultura Popular e Patrimônio Cultural.
Em "Projetos Especiais", serão contempladas iniciativas que abrangem patrimônio cultural, histórico e artístico, seus espaços e equipamentos culturais. "Não esquecemos da cultura de raiz serrana, como o congo, por exemplo. Nossa ideia é investir na economia criativa e no desenvolvimento do turismo municipal. A cultura é primordial para essa conquista", aponta. Após a promulgação da lei pela Câmara dos Vereadores, a Prefeitura da Serra deve definir o valor proposto para cada iniciativa cultural.
Outra novidade da Chico Prego será o formato de seleção de projetos. O Conselho Municipal de Cultura dará suporte, mas não será o responsável pela escolha dos contemplados, como nas edições anteriores da iniciativa.
"Vamos contratar pareceristas, que serão convocados por chamamento público. É uma forma transparente de processo seletivo, especialmente porque os especialistas, muitas vezes, não têm ligação direta com a classe artística", adianta o secretário.
Na gestão Audifax Barcelos, houve um levantamento sobre as prestações de contas de outras edições da Chico Prego. Projetos contemplados desde 2001 ainda não haviam regularizado pendências financeiras. De acordo com o divulgado na época, o valor chegaria à casa de R$ 2 milhões. Na ocasião, até o Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES) tomou ciência da situação.
"Temos ciência da situação e vamos rever processos antigos, mas a nossa prioridade agora é lançar a nova Chico Prego e dar apoio ao artista serrano. De forma pacifista, queremos privilegiar a todos, especialmente ao artista mais simples, que precisa desse suporte", complementa Carreiro.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta