Um passeio pela cultura e história do Espírito Santo. É o que Manoel Goes, presidente licenciado do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha (IHGVV), promete com seu livro de estreia: "Com a Sorte da Palavra". A obra reúne 44 textos publicados em revistas, jornais, antologias e sites desde 2016 pelo escritor.
Crônicas inéditas também compõem suas páginas. Sempre tive uma atração pelos relatos do cotidiano, conta Manoel, revelando que a sua relação com a cultura e as palavras se estreitou ao se envolver com a classe artística no Rio de Janeiro, onde já residiu.
Mas o foco do livro são as situações e experiências adquiridas no Espírito Santo. "Com a Sorte da Palavra" retrata o Estado em diferentes aspectos, entre eles o geográfico, o cultural e principalmente o histórico.
Em resumo, é uma viagem literária pelo tempo, que tem em destaque o Sítio Histórico da Prainha de Vila Velha, local onde o escritor é morador. Contempla a Praia de Piratininga, local onde foi erguida a primeira defesa; o Convento da Penha; o Sítio Histórico de Santa Luzia; o Morro do Moreno, que foi o primeiro posto de observação, dali se avistava toda a bahia..., detalha.
Temas como a cultura negra, o carnaval, o teatro e o Instituto Histórico Geográfico também são abordados nos textos reunidos na obra. É uma leitura fácil e com bastante conteúdo da identidade capixaba. Contendo as minhas inquietações como brasileiro e filho desta terra. Também um livro de celebração. Procurei celebrar e homenagear a cultura capixaba, resume Goes sobre o livro.
O livro chega às prateleiras como um sucesso para a literatura local. Com lançamento previsto para a próxima segunda-feira (21), numa live no Instagram da Editora Cousa, a obra é apresentada já com uma segunda edição.
"Acabou sendo um momento muito ideal. Normalmente, no presencial, um escritor não conhecido vende 30 livros, quando é uma coisa de outro mundo são 100 exemplares. Nós fizemos uma pré-venda da primeira edição de 150 exemplares. Destes, eu autografei quase 100 livros e já esgotaram todos. Então, na segunda-feira (21), ele será lançado já em segunda edição", comemora, explicando que o atual momento de pandemia colaborou com o sucesso.
Manoel relata que esse seu tom questionador permeia a obra e que como escritor se identifica com Machado de Assis: Me vejo muito nele. Essa questão da crítica, da reflexão.
Especificamente sobre a sua escrita no livro de estreia, o autor pega emprestado da escritora Bernadette Lyra a descrição: "Simples, honesto, inteligente e bem escrito. O bem escrito fica por conta dela, conta bem-humorado, demonstrando a admiração que tem pela escritora responsável pelo prefácio do seu livro.
Para escrever você tem que ler. Nesses últimos 10 anos, eu não era um leitor ávido, fui me motivando. Mergulhei na pesquisa da nossa história, comecei também a ler os escritores capixabas, relata Goes sobre o seu processo com a escrita, dando enfase ao seu fascínio por esse estudo ao qual se dedicou.
Tendo iniciado nas publicações de obras agora, Manoel Goes aproveitou a inspiração para produzir um novo livro. Estou escrevendo um sobre o Parque Moscoso, onde meu pai e minha mãe se conheceram.
O autor adiantou que a obra vai explorar o passado da capital e a história de seus pais, sendo desenvolvido através de contos. Sessenta por cento vai ser história de Vitória. Os outros quarenta... Vamos dizer que vai ser uma biografia, adiantou, explicando que seus familiares tem histórias interessantes a serem exploradas.
Manoel conta que seu segundo livro deve ser lançado em 2021. Enquanto essa produção não vem, os leitores podem então ficar com os 44 textos contidos no Com a Sorte da Palavra Textos publicados reunidos.
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