De 1º a 30 de novembro, a criançada será presentada com uma programação diária de histórias apresentadas por contadores experientes. Devido a pandemia do novo coronavírus, a segunda edição do Encontrão de Contadores de Histórias no ES será totalmente on-line com uma programação recheada a ser exibida no canal do evento no YouTube.
Serão 120 contos apresentados por mais de 100 contadores de histórias inscritos no evento, como Márcia Castro, o paranaense Alfredo Mourão e o mineiro Pierre André, que realiza evento semelhante em Minas Gerais. Serão disponibilizados quatro vídeos por dia: às 10h, 12h, 14h e 16h.
Neste ano, além de capixabas, o encontro terá contadores de histórias de outros Estados e de países como Bolívia, Peru, Colômbia e Cuba. A abertura será neste domingo (1), às 14h.
A organizadora do evento Sandra Freitas, que conta histórias há 15 anos, considera ser extremamente importante a atividade, ainda mais durante a pandemia. Segundo ela, as narrativas para as crianças "funcionam como forma de terapia durante o isolamento".
Quem compartilha do mesmo pensamento é Lisete Vaneli, que conta histórias há 30 anos. Para ela, contar histórias é sinônimo de diversão tanto para o contador quando para os ouvintes. Contar histórias para mim é trocar a roupa da alma, explica.
Além das histórias, o Encontrão terá música; palestras onde o tradição da oralidade e o contar histórias serão temas; e encontros com dois escritores de livros infantis. No campo musical, Elaine Vieira vai cantar na abertura e a Banda de Congo Amores da Lua terá uma apresentação no evento.
Vale lembrar que a abertura, palestras, encontro com escritores e o encerramento serão transmitidos ao vivo. O resto da programação será gravada.
Segundo Sandra Freitas o Encontrão de Contadores de Histórias no ES é inspirado no encontro homônimo realizado em Belo Horizonte (MG) e tem como origem a Roda de Histórias Capixaba, que começou na casa da contadora e, com o tempo e o engajamento do público, expandiu-se para outros lugares.
Em 2019, a primeira edição do Encontrão aconteceu no Centro Cultural Sesc Glória e contou com a participação de um público diversificado e de diferentes idades, formado por crianças, jovens, adultos e idosos.
A contadora de histórias Elisa Franchiani marcou presença na primeira edição e lembra da troca de confraternização, informações e histórias entre os contadores. Agora é on-line. E nós não estamos acostumados com a tecnologia. Então vai ser uma outra experiência, expõe.
Otimista, a também contadora Dalisa Campos vê a sua participação em um evento virtual como uma forma de resistência. Porque a nossa arte se dá muito pela presença do olhar, do sentir, da energia do contador com a plateia, manifesta. Assim, é uma resistência dar continuidade com a arte independente do ambiente e abrindo mão de ter a presença acolhedora do público. A gente se refaz, a gente se se reconstrói, expressa.
O calor da presença não poderá ser sentido, mas que o calor, a alegria e o encantamento das histórias atinja todos os corações que a internet pode alcançar, complementa o contador Samir Lima.
*Lara Mireny é estagiária da Rede Gazeta, sob orientação do editor Erik Oakes.
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