Com saudades do Carnaval que não viveu, minha filha? Mantenha a calma, tire a fantasia do armário e prepare o confete e a serpentina, pois vai ter folia ainda em 2021, nem que seja em formato virtual.
Embarcando na onda retrô das marchinhas, sambas enredo inesquecíveis e muito samba no pé, a Orquestra Camerata Sesi preparou a live “É Samba Clássico”, concerto que vai ao ar no próximo sábado (6), às 20h, no canal do YouTube da orquestra.
Entre os convidados, a cantora Mart'nália e Herlon Fera do Banjo, ex-vocalista do Grupo Raça. Artistas da terra? Teremos vários, como Dona Fran, Ekaterina Bessmertnkva, Elaine Vieira, Priscila Ferrari, Thiago Brito e Raimundo Machado.
No cardápio da noite, clássicos de Ary Barroso, Nelson Gonçalves, Pixinga, Cartola, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho, só para citar uns bambas.
O show foi gravado no último domingo (28), no palco do Teatro do Centro Cultural Sesi, em Vitória, com a orquestra sendo regida (para a ocasião especial) por Gabriela Queiroz. O encontro também contou com arranjos de Dennys Serafim e Dora Dalvi e direção musical da trinca de artistas.
“A ideia de montar o concerto veio para suprir a falta que sentimos do Carnaval em 2021, devido à pandemia da Covid-19. Ficamos com a lacuna de uma das festas mais populares do país, que saúda o samba e a alegria. Então, resolvemos resgatar o samba desde a sua raiz”, explica Marcelo Lages, gerente de Cultura do Sesi/ES, também responsável pela concepção e direção do espetáculo.
"Trabalho com carnaval há cerca de 30 anos, coreografando comissões de frente nas escolas de samba do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Uma das grandes motivações para criar esse encontro foi a falta que o meio carnavalesco sentiu da festa. Não por acaso, a seleção das músicas foi pensado nesse saudosismo, tanto que usamos sambas enredo, misturando bateria com a orquestra, fazendo uma mistura muito gostosa", acredita.
Por falar em mistura gostosa, o "Divirta-se" não poderia deixar passar em branco a presença de Mart'nália (filha do eterno Martinho da Vila) em terras capixabas sem bater um rápido dedo de prosa com a sambista. Veja trechos da conversa.
É uma tristeza necessária (ficar sem o Carnaval), porque realmente não tínhamos o que fazer. Não sabemos ainda como vai ser, com essa doença maluca! Já perdemos muita gente, muita gente. Só em Vila Isabel, perdemos umas 20 pessoas da escola.
Se Deus quiser, ano que vem deve voltar. Se todo mundo se comportar, talvez sim. Se todo esse problema que temos de governo, de pessoas que não incentivam o autocuidado, for resolvido, podemos retornar. O nosso setor será o último a ser aberto de verdade. Digo no sentido de reunir público, todo mundo se abraçar ao fim do show. Mas as pessoas precisam cooperar, fazer a sua parte, ficando em casa, usando máscara, se adaptar a essa nova forma de viver. Esses novos formatos, de live, é o que temos para hoje.
Tudo o que resgata o que é da gente mesmo, é bom. Não apenas para quem está sentindo falta do Carnaval e do samba neste ano, mas principalmente para quem é mais novo. É de grande valia um resgate assim. Precisamos sempre tocar em frente, mas sem esquecer o nosso passado, não é? E fazer um resgate dessa forma, em um teatro, com orquestra, uma grande mistura, traz o que nós realmente somos: essa mistura. Demonstra mais ainda a nossa forma de ser, a nossa alegria e que, mesmo nesse tempo de pandemia, de dias de tristeza, precisamos tocar a vida.
É muito legal estar aqui, tocando junto com uma orquestra, homenageando o samba. Foi um presentão que eu ganhei. Essa (os eventos digitais/lives) é uma forma que nós temos de continuar nosso trabalho, ficar próximo da alegria e do público. Também é uma forma de levarmos nossa música, nosso samba, fazer esse resgate do Carnaval para quem tá em casa. Fico muito agradecida de estar aqui. Obrigada por isso tudo!
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