Até o fim deste ano, o Mosteiro Zen Morro da Vargem, em Ibiraçu, terá um edifício que será exclusivamente destinado a uma escola de cerâmica. O projeto, que quer formar 30 alunos em dois anos, está em fase de estruturação e, até o fim das obras, o auditório do local será provisoriamente usado como centro de capacitação.
De acordo com o abade do mosteiro, monge Daiju Bitti, os alunos terão renda e todos vão cooperar uns com os outros na divisão de lucros. "Nós queremos que, depois de formadas, essas pessoas busquem construir o seu próprio ateliê e comecem a produzir", comenta. Ele esclarece que essa produção pode ser independente ou pode até ser ligada à escola. "Pode ser que um dia a gente receba uma encomenda grande e precise de ajuda dos nossos próprios ex-alunos", completa.
> Leia mais notícias de Entretenimento
Para o monge, essa é uma forma de integrar esses indivíduos no mercado de trabalho - e com capacitação. Daiju pondera que anualmente, no mínimo, a renomada Kimi Nii, nascida em Hiroshima, no Japão, virá à escola para desenhar coleções. "Como se fosse de roupa", exemplifica. "E ela também vai inspecionar o trabalho que está sendo feito para manter a qualidade", conclui. Shoichi Yamada, como explica o monge, é outra referência em cerâmicas que também coordenará o projeto.
Serão peças como essas que os alunos irão produzir:
Ele avalia que o material produzido será de altíssima qualidade. Dessa forma, pretende também disseminar a cultura da cerâmica no Espírito Santo. "Nós até queremos fazer um trabalho com as paneleiras, que já são símbolo do Estado. A cerâmica que vamos usar é especial, então as habilidades das paneleiras, o que elas possam vir a ensinar, nos pode ser útil", esclarece.
Segundo o monge, 20% da produção será para objetos de decoração e os outros 80% será de utilitários, como são classificadas as xícaras, pratos, bules, jarras e afins. "Também pretendemos fazer alguns cursos temporários. Para a pessoa que não é da área, mas também quer ter uma noção ou aprender algo diferente, teremos essa opção", afirma.
O projeto é realizado pelo Mosteiro Zen Morro da Vargem e a obra é financiada pelo Instituto Sincades.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta