O Museu Capixaba do Negro "Verônica da Pas" (Mucane) completou 28 anos nesta quinta-feira (13) e ganhou um presentão. O local, que reforça o valor da cultura e da identidade negras, passará por obras de reparos. Para a transformação do espaço, serão investidos R$ 59.465,07 em trabalhos corretivos e preventivos, que devem durar 30 dias. Para comemorar, foi realizado um show virtual de Tunico da vila na noite desta quinta-feira (13).
A restauração do museu prevê substituição do forro de gesso, acabamento e pintura do hall de entrada e do auditório, aplicação de manta asfáltica nos dois ambientes e limpeza de calhas e coletores no telhado.
A ordem de serviço foi assinada na manhã desta quinta (13) pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, ao lado do secretário municipal de Cultura, Luciano Gagno. "Reconhecemos a luta dos movimentos negros, por isso é fundamental o desenvolvimento de ações afirmativas e concretas. É a partir do reconhecimento de tantas injustiças que poderemos desenvolver ações completas e eficazes que contribuam para mudar a realidade. Vitória tem uma população de quase 400 mil habitantes e o Espírito Santo quase 4 milhões. Precisamos cuidar melhor dela", afirmou Pazolini.
Para a coordenadora do Mucane, Thaís Souto Amorim, a reforma assume grande importância. "Muitos caminharam para que esse espaço fosse constituído. Eu acredito muito no exercício da função pública, que precisa ser responsável e eficiente. É muito importante para nós termos esse local reformado. Um lugar que não é específico para a população negra, mas para todos os munícipes. O Mucane é uma referência no País. Um dos poucos museus que realizam esse trabalho de manutenção da memória por meio de diversas linguagens artísticas", afirmou.
Criado em 13 de maio de 1993, no governo estadual de Albuíno Azeredo, um dos primeiros governadores negros do Brasil, o Mucane está instalado em um prédio histórico, construído em 1912.
O Mucane carrega o nome de Maria Verônica da Pas, que integrou a comissão para a criação do museu e foi a primeira coordenadora da instituição. Formada em Medicina pela Emescam, ela foi defensora da desinstitucionalização da saúde mental e militou no movimento negro.
Equipada com cantina, auditório, biblioteca, área de eventos, espaço para exposições e mezaninos, a instituição realiza cursos e oficinas de formação cultural, debates, mostras e apresentações voltadas à história e à identidade negras.
Antes de se tornar um museu, o edifício abrigou uma casa de couros e, depois, farmácia. Em 1923, tornou-se propriedade do Governo do Estado, passando a sediar o Correio de Vitória, o Departamento de Estatística Geral e o Departamento Estadual de Cultura. Desde 2008, o espaço está sob gestão da Prefeitura de Vitória.
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