Aos 97 anos, a nova-iorquina Iris Apfel é decoradora, designer e modelo e nem pensa em se aposentar, já que, há poucos meses, fechou um contrato com a agência de Gisele Bündchen. Dona de uma história riquíssima, a fashionista chama a atenção por onde passa, já há décadas e décadas, e é a inspiração da peça Através da Iris, que chega a Vitória na próxima semana, com sessões na sexta (29), no sábado (30) e no domingo (31).
No espetáculo, chamado pela produção de documentário cênico, ninguém menos que Nathália Timberg dá vida a Iris, com um texto inédito escrito por Cacau Hygino e direção de Maria Maya.
Por meio das ideias arrojadas e do humor ácido que é uma das marcas de Iris, o espetáculo faz um elogio à liberdade de ser e de se expressar em qualquer tempo da vida.
Sem papas na língua, a Iris vivida por Nathália abre sua casa e divide, no palco, histórias e opiniões para uma suposta equipe de jornalistas. Essa ideia de fazer a peça como se fosse uma grande entrevista foi ótima, porque é possível usar frases emblemáticas e chegar perto do espírito dela, que é sempre o desafio de uma personagem em si, diz Nathália, em entrevista por telefone ao Gazeta Online.
Para a atriz, o caminho inédito percorrido por Iris foi uma das características que mais chamaram a atenção durante o desenvolvimento do trabalho na peça. A veterana destaca que abordar a vida de grandes figuras da humanidade é uma maneira de gerar respeito e reconhecimento.
É um trabalho de abordagem muito preso ao que consigo desvendar desse personagem através dos caminhos de leitura e dela própria. No caso da Iris, existe a própria autobiografia, que é muito elucidativa. Mas antes de mais nada, a curiosidade que ela inspira é fascinante, além do respeito a uma criatura que constrói uma trajetória da maneira como ela fez, ressalta.
Sintonia
Para que tudo saísse nos conformes também foi necessária uma sintonia entre o autor do texto, Cacau Hygino, e a diretora da peça, Maria Maya. O trabalho da dupla é elogiado por Nathália, que se surpreendeu com o público reagindo à direção.
É engraçado, porque é raro vermos o público comentar a direção. E, neste caso, as pessoas saem comentando especificamente a direção. Aconteceu um grande diálogo ali entre os dois (Cacau e Maria), uma troca sobre o que era proposto. Tem sido uma experiência emocionante, diz.
Responsável por decorar a Casa Branca durante nove governos norte-americanos, de Truman a Clinton, Iris teve uma virada na vida aos 84 anos, quando tornou-se tema de uma exposição no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. A partir de então, seu estilo passou a ser reverenciado pelo mundo.
Essa é uma das facetas também abordadas no espetáculo, conforme antecipa a atriz, que ainda lembra as dualidades que permeiam a figura de Iris.
Acaba que cada obra é uma descoberta, é algo novo a ser desvendado. É este o fascínio do meu ofício, também. A Iris é inspiradora porque tem uma contemporaneidade muito grande, ao mesmo tempo em que tem um viés bem conservador. O que mais marca nesta mulher, sem dúvida, é a liberdade dela em relação à moda e a tudo, conclui.
Através da Iris
Quando: Sexta (29) e sábado (30), às 20h. Domingo, às 18h.
Onde: Teatro Universitário, UFES. Avenida Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória.
Ingressos: R$ 90 (plateia/setor A/ inteira), R$ 45 (plateia/setor A/ inteira meia), R$ 80 (plateia/setor B/ inteira), R$ 40 (plateia/ setor B/ meia), R$ 50 (mezanino/ inteira), R$ 25 (mezanino/meia). À venda na bilheteria do teatro, de terça a sexta, das 15h às 20h, e no portal Tudus.com.br.
Informações: (27) 3029-2765.
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