"Elegia Para as Vítimas da Covid-19 é a forma que a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses) encontrou de homenagear as famílias enlutadas por perdas que a pandemia do novo coronavírus tem provocado pelo mundo todo. Em aproximadamente cinco minutos de duração, a peça clássica de composição do maestro Helder Trefzger usa acordes e artifícios da música para refletir o crescente número de mortos pela doença e celebrar os que se curaram e saíram dos hospitais.
O regente titular da Oses compôs a música clássica em março deste ano ao assistir, numa reportagem da mídia internacional, um caminhão de caixões passar por uma viela da Itália. A canção, que ganhou clipe feito pela TV Gazeta, já está disponível nas plataformas digitais desde terça (30), data em que o Espírito Santo já ultrapassou as 1,6 mil mortes pela doença.
No decorrer das estrofes musicais e evolução da canção, o clipe feito em edição especial mostra cenas e imagens de famílias capixabas recebendo kits de higiene, sendo testadas para o novo coronavírus e, até, deixando alas hospitalares sob aplausos. A mídia faz parte do arquivo do Cedoc/A GAZETA.
O maestro também destaca que contou com a ajuda do secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, para o início da edição da peça. Cada um dos cinco músicos da orquestra que participa da gravação fez a captação do áudio dentro de suas casas, seguindo as recomendações de isolamento social para o período da pandemia.
Elegia é uma denominação que se dá a composições da música clássica que retratam algum momento de tristeza, melancolia, como é o que o mundo está vivendo em meio ao surto da Covid-19. Elegia é uma composição no estilo lamentoso. A que escrevi é dividida em duas partes, explica.
Na primeira parte, um violino solo apresenta a harmonia da canção e executa uma passagem rica em ímpetos, uma cadência (sequência de acordes que produz uma harmonia específica). Como se fosse um grito de indignação, de horror pelas mortes numerosas. Na segunda parte, os demais instrumentos entram na música e é estabelecido o clima de nostalgia do canto que virá a seguir, completa.
É na parte central da composição que o maestro deu o tom do drama que tem sido acompanhar os números crescentes de mortes e infectados. É como se os instrumentos dialogassem entre si e não acreditassem no que está acontecendo. Nesse momento, transitam por diferentes tonalidades até que atingem o clímax da obra, celebrando a vida das pessoas que conseguiram se recuperar e deixam o hospital. Em seguida, retoma-se o tom lamurioso, justifica.
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