De agosto de 2019 para cá, o estudante e pianista Estevão Medeiros Gomes, de 11 anos, não parou de participar de concursos nacionais e mundiais de música. Na ocasião, o menino venceu a categoria de sua idade de competição que aconteceu em Campinas, em São Paulo. Mas não fico muito nervoso, não, brinca ele, em entrevista ao Divirta-se. Agora, ele já tem quatro troféus de primeiro lugar e um de terceiro para chamar de seus.
O capixaba, que começou a estudar piano aos 9 anos de idade, se preparou em pouco mais de um ano e meio para o primeiro concurso, mas sempre foi apaixonado por música clássica e piano. Apesar de ter começado as aulas por vontade da mãe, Cristina Medeiros Gomes, em pouco tempo, ele tomou gosto pela arte e agora quer segui-la profissionalmente. Gosto muito de Chopin, Verdi... Agora estou aprendendo um estudo de Moszkowski, adianta.
Além da competição em São Paulo, Estevão também participou de concursos na Colômbia, Grécia, Portugal e Finlândia. Os mais recentes como o de Portugal e da Finlândia foram realizados de forma virtual por vídeos gravados ou videoconferências devido à pandemia do novo coronavírus.
Acho que o nervosismo é o mesmo nos dois jeitos, mas ele se empenha muito quando participa desses concursos. E as versões on-line ajudam no sentido de que não temos gasto para ir até o concurso, o que já é uma facilidade para poder proporcionar essa experiência para ele, fala Cristina.
Das versões presenciais, o que Estevão mais gosta, como confidencia à reportagem, é do contato com outros pianistas. Em alguns concursos, chegam a participar centenas de profissionais e amadores que têm oportunidade de conhecerem os trabalhos uns dos outros e realizar a troca de conhecimento. É como se fosse uma grande audição. Todos se reúnem e competem de acordo com suas modalidades, explica Estevão.
Na opinião da professora de piano Janne Gonçalves, que é quem prepara Estevão atualmente, esse contato é, inclusive, o fator que mais colabora para o menino querer mais e mais. Os alunos estudam, 2, 3, 4, até 6 horas por dia em temporada de concurso. Fazer parte daquilo, mesmo sem ganhar, é uma vitória, fala.
Antes de se manter isolado pelo surto da Covid-19, Estevão mantinha horários para conciliar os estudos regulares com a música, mas, segundo ele, isso nunca foi problema. Dividia o dia e dava tempo de tudo. No piano, chego a estudar seis horas por dia entre músicas e exercícios, detalha ele. Para ter mais domínio nos arranjos eruditos, o pianista realiza, diariamente, uma série de exercícios musicais, como arpejos.
Os concursos, no geral, são muito difíceis. Quem mexe com a música erudita já tem um preparo, não é para qualquer um. O nível é alto, tem que ir muito bem preparado. E tem a questão emocional. É todo um trabalho de motivação, auto-estima... É como se fosse preparar um atleta, completa a professora.
Silvânia Saadi, que dá aulas de piano e teclado há mais de 30 anos em Vitória, também avalia que o primeiro passo é identificar o gosto do aluno. Depois dessa etapa, o importante é guia-lo de acordo com o repertório que ele goste de treinar para a apresentação.
Todo ano faço um evento, a audição dos meus alunos, e daí eu vejo que eles têm que tocar o que gostam. Quando tem que ser feito um preparo para um concurso, por exemplo, o aluno vai ficar semanas, meses, repetindo a música e treinando repetidamente. Ele tem que gostar daquilo para conseguir ter o melhor desempenho possível, opina Silvânia.
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