O circo pulou para as telas, assim como diversas atividades culturais em meio à pandemia do novo coronavírus. A diversão e arte entregues por palhaços, trapezistas, contorcionistas e demais artistas do picadeiro está com tudo no Espírito Santo.
A começar pelo “Moqueca de Palhaço”, evento de palhaçaria capixaba que está em sua segunda edição, agora completamente on-line. Iniciado na última semana, o festival segue até o dia 25 deste mês, levando mesas, oficinas e espetáculos para a sua casa. As transmissões gratuitas estão ocorrendo no canal no YouTube do Lacarta Circo Teatro e também em sua página no Facebook.
De acordo com Amora Gasparini, uma das organizadoras do projeto, o objetivo é proporcionar a propagação da arte do palhaço no Estado, além do encontro de palhaços entre mestres convidados de outros locais do Brasil e artistas capixabas para a troca de conhecimentos e experiências.
"O Moqueca de Palhaço é uma proposta voltada para a potencialização da arte feita por palhaços locais, em uma cidade ainda com pouco movimento circense e teatral realizado na rua", detalha Gasparini.
E os apaixonados pelo circo já podem conferir o conteúdo da programação nas redes. A agenda do evento está recheada de convidados, como o mestre de congo Renato Santos, do Grupo Viramundo de Congo, localizado no Centro de Vitória. Ele lecionará a oficina “Saberes do Congo”, no sábado (10).
Outras oficinas também irão compor o quadro: “Comicidade Física”, com Carlitos Cachoeira; “Maquiagem e Indumentária”, com Rodrigo Robleno; e “Caminhos do Poder”, com Amora Gasparini. Todas elas terão suas inscrições abertas na segunda-feira que as antecede. Dos alunos que se inscrevem, 30 serão efetivados para participar em cada oficina.
Já as mesas têm suas conversas mediadas por Amora Gasparini e Carlitos Cachoeira, também contando com convidados, como Erminia Silva (SP); Richard Riguetti (RJ); Rodrigo Robleno (MG); e Junio Santos (RN). Para completar, o festival ainda tem espetáculos de As Marias da Graça (RJ), primeiro grupo de mulheres palhaças do Brasil; Coletivo Nopok (RJ); e Casa do Palhaço (SC).
“A recepção tem sido bem calorosa. Sentimos que o público tem necessitado sorrir em dias tão sombrios. Matar a saudade de eventos como festivais e movimentar com atividades, mesmo que online”, comenta Amora.
O evento está sendo realizado com recursos do Funcultura, através do edital emergencial da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo.
E não para por aí, outro evento circense no Estado é o “1º Festival de Premiação Circense do Espírito Santo”, realizado pelo circo Le Peppe, também com recursos da Lei Aldir Blanc. O evento visa além de levar entretenimento ao público, incentivar os artistas da área que estão sofrendo com a pandemia. Suas inscrições estarão abertas a partir da semana que vem, indo até o dia 20 de maio, no site do festival.
"Esse evento é de extrema importância para as famílias circenses capixabas, devido ao tanto de tempo parados por causa da pandemia. Muitos artistas estão vivendo de doações, vendendo água nos sinais, fazendo bicos domésticos e muitos passando bastante necessidade com seu circo", pontua o palhaço Wender Caitano, o próprio Le Peppe.
Sendo dividido em quatro categorias, Aéreo, Solo, Cômico e Ineditismo, o concurso irá selecionar 10 participantes para cada uma delas, que já estarão levando R$ 150 reais por estarem na competição. Esses artistas estarão concorrendo aos três primeiros lugares em cada categoria, que irão ganhar, respectivamente: R$ 3.000,00; R$ 2.000,00; e R$ 1.000,00. Os vencedores serão escolhidos através de juri popular, sendo que a votação também será feita no site da iniciativa.
“O circo é a mãe de todas as artes. Pensando em trazer dança, música e teatro para o festival, criamos o 'Ineditismo', ou seja, essas artes com seguimentos circenses”, pondera Wender sobre a quarta categoria, que, por ser nova, pode não ser de conhecimento do público. Resumidamente, é uma categoria em que um profissional dessas outras artes embebe o circo em sua apresentação, mesclando técnicas.
Com idade de participação livre, os artistas interessados devem residir no ES ou estarem com o seu circo na cidade para integrarem o festival, de acordo com Caitano. Além disso, é necessário enviar seu vídeo filmado na horizontal no ato da inscrição. Vale ressaltar que é permitida a inscrição de um mesmo artista em diferentes categorias, embora o mesmo só possa ganhar em uma delas, como explica o palhaço.
Para a escolha dos participantes, Caitano conta que serão avaliados pela equipe do circo Le Peppe o cenário, luz , som, o formato do vídeo (que deve ser MP4) e se a orientação horizontal foi seguida.
A transmissão gratuita do evento será feita no canal no YouTube do festival e ocorrerá nos dias 22, 23, 28, 29 e 30 de maio, sempre às 19h, sendo o último dia dedicado aos ganhadores.
Programação gratuita, de 3 a 25 de abril, aos sábados e domingos. Sua transmissão ocorre no canal no YouTube do Lacarta Circo Teatro e Facebook do evento, com exceção das oficinas, que ocorrem via Zoom, com inscrição prévia disponibilizada nas segundas que as antecedem.
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