Em mais uma proposta contemplada pela Lei Aldir Blanc, um ciclo de debates entre mulheres protagonistas no cenário contemporâneo do Espírito Santo acontecerá a partir desta terça-feira (11). O "Diálogos no tempo: histórias de mulheres capixabas" deverá acontecer por três semanas, em seis encontros sempre às terças e quintas-feiras, a partir das 19h30. As transmissões ao vivo deverão acontecer pelo Canal do Palco História no Youtube e na página do Facebook.
Idealizado pela historiadora Lívia Rangel, o projeto propõe como diferencial a construção de um bate-papo com as mulheres capixabas do presente, em que será tomado como referência a trajetória de personagens femininas históricas que foram fundamentais para a luta dos direitos e da participação nas diferentes esferas da sociedade capixaba.
De acordo com Rangel, a perspectiva é a de que para falar do presente não se pode abrir mão do passado. "Para falarmos das mulheres do presente, não podemos deixar de falar das mulheres do passado, especificamente porque suas histórias sofrem o esquecimento característico de uma sociedade que se narra no masculino, em que se constroem memórias excludentes. E o que nos motivou tinha a ver com a necessidade que sentíamos de colocar em discussão, para um público mais amplo, questões que geralmente são pesquisadas e ficam restritas ao ambiente acadêmico", iniciou.
O projeto será realizado de maneira virtual e receberá como convidadas a ex-vice reitora da Ufes, a epidemiologista Ethel Maciel; a ativista LGBT+ Deborah Sabará; a escritora Bernadette Lyra; a artista visual Kika Carvalho; a vereadora Camila Valadão; e a psicanalista Sonia Rodrigues.
A mediação do evento ficará por conta da idealizadora e da socióloga Munah Mulak. "Na oportunidade de cada um desses encontros, vamos trazer seis nomes de mulheres históricas capixabas para dialogarem com as trajetórias e opiniões das convidadas. Os nomes selecionados para figurarem como homenageadas são: Judith Leão Castello Ribeiro, Maria Stella de Novaes, Lídia Besouchet, Haydée Nicolussi, Carmélia Maria de Souza e Maria Veronica da Pas", contou Lívia Rangel.
As expectativas para o evento online, segundo a historiadora, consistem em dar voz às mulheres e promover maior engajamento com a história feminina. "As mulheres compartilham ainda de violências muito concretas, que só existem porque vivemos em uma sociedade fortemente orientada pelos machismos, sexismos, racismos, uma sociedade transfóbica que vê as diferenças como ameaças. Queremos, a partir desta primeira atividade, consolidar espaços específicos de conversas, diálogos, espaços de criação coletiva, que promovam maior envolvimento com uma história que é feita de todas nós", ressaltou.
"Queremos falar das mulheres negras, das mulheres trans, das mulheres trabalhadoras, das cientistas, das mulheres escritoras, das mulheres mães, das mulheres no sentido mais plural possível", finalizou Rangel.
"Diálogos no tempo: histórias de mulheres capixabas"
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