Fechado desde dezembro de 2017, o Teatro Carlos Gomes finalmente começa a vislumbrar os primeiros passos para receber uma necessária reforma. Conforme prometeu em matéria publicada em A Gazeta em dezembro de 2019, o governo do Espírito Santo lançou uma licitação para contratação da empresa que ficará responsável por elaborar o projeto arquitetônico. As obras propriamente ditas começam apenas em 2021.
O que se sabe é que a reforma no espaço será total, incluindo aspectos paisagísticos e arquitetônicos, como o restauro das pinturas do artista plástico Homero Massena contidas no teto do teatro. "O principal e mais querido palco do nosso Estado será completamente restaurado, além de ter suas instalações elétricas, equipamentos de ar condicionado e cenotécnica modernizados", comemora o secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha. "Reformar o Carlos Gomes com o cuidado e o carinho que o teatro merece demonstra o quanto a gente respeita e prioriza a história não só deste palco, mas também da arte no Espírito Santo", completa.
As empresas têm até as 14h do dia 10 de março para entregar suas propostas. Após essa data, o governo tem até 60 dias para análise dos documentos e anúncio da vencedora. O valor que será investido pelo governo na elaboração do projeto de restauração e reforma é de, no máximo, R$ 523.928,90. Quem vencer a licitação terá 240 dias para cumprir essa tarefa. Se todos os prazos correrem no tempo máximo disponível, o projeto será entregue em janeiro de 2021.
Após a conclusão do projeto, será aberta outra licitação, desta vez para escolher a empresa que vai executar as obras de reforma. Ainda não há prazo para a reinauguração nem valor total do restauro. De acordo com a Secretaria de Cultura do Estado (Secult), somente após a aprovação do projeto será possível obter uma previsão mais exata do custo as obras. O dinheiro investido na iniciativa sairá do orçamento anual destinado à pasta.
A falta do mais importante aparelho cultural do Estado é sentida por produtores e artistas de diversas áreas, como teatro, música e cinema. Em algumas ocasiões, o teatro chegou a ser reaberto em caráter temporário. Em setembro de 2018, por exemplo, abrigou o 25º Festival de Cinema de Vitória, mas o cenário era de desolação. O prédio voltou a funcionar com 17 aparelhos de ar condicionado instalados de forma improvisada, em cima de cavaletes, o que chamou a atenção do público do evento.
O Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) vai coordenar e fiscalizar as obras do Carlos Gomes. O secretário de Cultura afirma que sua pasta também vai atuar no processo. "O DER será o responsável pela parte de engenharia, e a Secult pela garantia da preservação do patrimônio tombado. Os dois órgãos vão fiscalizar a execução da reforma e do restauro", enfatiza Noronha.
Uma série de critérios serão avaliados para que uma empresa assuma o projeto, além de apenas entregar o menor preço. "Elas precisam estar capacitadas para executar obras do governo, ter a situação financeira e trabalhista em dia e ter em seus quadros profissionais especialistas em arquitetura de teatro", adianta o secretário de Cultura.
O governo do Estado elaborou um termo de referência para a reforma, com exigências de sustentabilidade, preservação do patrimônio e fiscalização. As obras serão acompanhadas por especialistas da Gerência de Memória e Patrimônio da Secult e pelo Conselho Estadual de Cultura. O restauro deve resguardar e valorizar o bem tombado e seu acervo artístico cultural.
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