A atriz Regina Duarte, uma das mais famosas apoiadoras do governo Bolsonaro, disse acreditar que a Secretaria Especial da Cultura "estava precisando de mais atenção" e que ficou "contente" com a transferência da subpasta do Ministério da Cidadania para o Ministério do Turismo.
A mudança foi feita por decreto do presidente Jair Bolsonaro publicado no Diário Oficial da União nesta quinta (7), no mesmo dia em que o dramaturgo Roberto Alvim foi nomeado secretário da Cultura.
"Não faço ideia do que levou o presidente a fazer isso", disse Duarte sobre a transferência. "Mas com certeza ele está querendo atuar pelo bem do Brasil, da cultura brasileira, da classe artística. E, talvez, ele ache que a cultura vai ficar melhor no lugar para onde [a pasta] ele está mandando."
Para atriz, estava tudo "meio congestionado naquele ministério onde a Cultura foi colocada". Ela diz ainda ter "muita confiança na vontade dele [Bolsonaro] de lutar por um Brasil melhor", completou. "Fico até contente de vê-lo preocupado com a Cultura."
A atriz diz que só viu Bolsonaro uma vez, num encontro entre o primeiro e o segundo turno das eleições do ano passado. "Nunca mais nos encontramos. Houve um momento em que recebi o telefonema de alguém muito próximo dizendo que ele queria falar comigo, mas eu estava fazendo um check-in de um voo que eu ia perder e pedi para que ele esperasse, que eu ligaria cinco, dez minutos depois", conta a atriz.
"Quando consegui ele já estava em uma reunião e não me atendeu mais", conta a atriz, rindo.
"As minhas comunicações com o governo não existem, a não ser por comentários a posts que faço no Instagram", conta. A atriz preferiu não falar sobre as investigações no Ministério Público que apontam envolvimento do ministro do Turismo com esquema de laranjas do PSL, partido de Bolsonaro.
A mudança não é a primeira que deve ser feita na Cidadania. O plano do presidente é desidratar a pasta para que seja futuramente fundida ao Ministério dos Direitos Humanos.
A Secretaria Especial do Esporte, por exemplo, que também é subordinada à pasta, deve ser transferida até o final do ano para Turismo ou Educação.
A fusão faz parte de plano administrativo discutido entre a Casa Civil e a Economia. A ideia de Bolsonaro é fazer as mudanças a conta gotas, evitando que sejam chamadas de uma reforma ministerial.
Com uma Cidadania enxuta, a ideia é que seja incorporada pela ministra Damares Alves, dos Direitos Humanos.
O presidente ainda não definiu o destino do ministro Osmar Terra (Cidadania). Uma das hipóteses aventadas por auxiliares presidenciais é de que ele assuma a Saúde.
A alteração poderia, no entanto, causar um incômodo com o DEM, que hoje está à frente da pasta com um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta