Fenômeno nas redes sociais, especialmente por sua capacidade de mobilização (e influência) junto ao púbico jovem, Day acaba de lançar seu trabalho mais emblemático, "Bem-vindo ao Clube", seu primeiro álbum de carreira, já disponível nas plataformas digitais.
Mas, por que seria o "mais emblemático"? O que o disco possui de especial em relação a outros lançamentos da artista, como o EP "Day" (2018), que conta com mais de 20 milhões de acessos no Spotify? Melhor deixar a cantora paulistana, de 26 anos, revelada no "The Voice", em 2017, responder.
"É um álbum sobre uma jovem sonhadora, que é testada pela realidade ao seu redor e pelas suas autossabotagens. É sobre se frustrar, mas também sobre se manter em pé”, explica, em entrevista ao "Divirta-se" para falar sobre o disco, que, em 12 faixas, flerta com a música emo e o punk rock.
"É um disco que fala das minhas vivências e ânsias. Veja a faixa de trabalho, "Clube dos Sonhos Frustrados" (que ganhou um clipe estiloso, que conta com quase 300 mil acessos no YouTube em cinco dias). Cara, é a minha vida! Tenho 26 anos e pensava que chegaria aos 30 com uma vida idealizada, com casa e dois filhos. O vídeo é meio isso, sabe? É para mostrar que nós podemos chegar à vida adulta com outras metas. É hora de revelar cada vez mais quem eu sou", desabafa, entre suspiros e momentos de reflexão.
Dizendo ser influenciada por divas como Avril Lavigne, Demi Lovato e pelo som do Fifth Harmony (com litros a mais de melancolia, claro!), Day também destaca - em seu primeiro álbum - a faixa "Isso Não é Amor", que conta com feat de Lucas Silveira, da banda Fresno.
"Quando a gente fala em música 'pop-emo' no Brasil, o Fresno é uma referência. Nos conhecemos nos bastidores de um festival de música no Rio e marcamos de fazer uma parceria. A conversa rendeu, tanto que escrevemos duas composições pelo WhatsApp. Escolhemos a mais triste (risos). É uma faixa 100% fiel ao pop e ao punk. O Lucas também imprimiu uma vibe mais trap, o que deixou tudo mais atual", explica.
Lésbica e vindo de uma família evangélica e conservadora da Zona Sul de São Paulo, Day afirma que sua música e a interação com as pessoas nas redes sociais foram essenciais para o seu processo de autoaceitação.
"Acabei entendendo o lugar que ocupo. Essa semana, uma garota me mandou uma mensagem chorando, dizendo que se assumiu para a mãe após ouvir a minha música. Cara, isso é muito forte", responde, parando alguns segundos para pensar sobre quais palavras usar para continuar a frase.
"Quando lancei 'Mina' e 'Tanto Faz', faixas que fizeram sucesso entre os jovens, era a minha vida que estava ali, a forma de trabalhar a minha sexualidade com naturalidade. Acho que você entende o que quero dizer?", questiona.
"Gosto de saber que estou apoiando a galera mais jovem nessa decisão tão difícil (assumir sua sexualidade). Veja a minha mãe: é uma evangélica fervorosa. Às vezes, eu pensava estar andando pelo caminho errado, que o que sentia não era correto. Hoje estou num momento mais feliz, menos ansiosa e vivendo o meu presente", desabafa.
Dizendo que a pandemia da Covid-19 a deixou sem perspectivas futuras (especialmente no que tange ao retorno das turnês pelo país), Day faz questão de relembrar sua passagem pelo "The Voice", quando, ao participar do time do cantor Lulu Santos, foi uma das finalistas da atração vencida por Samantha Ayara.
"Lulu (Santos) foi determinante para o amadurecimento da minha carreira. Com sua sensibilidade, fez com que aprendesse a lidar com meus medos e inseguranças no palco. Ainda mantemos contato e sigo os seus conselhos", complementa.
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