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Série conta o que aconteceu antes do clássico 'Cristal Encantado'

Série conta o que aconteceu antes do clássico "Cristal Encantado"

"Cristal Encantado: A Era da Resistência" é um mergulho no universo de geflings, skeksis e tudo mais criado por Jim Henson na década de 1980

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 00:06

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THE DARK CRYSTAL: AGE OF RESISTANCE. (Kevin Baker / Netflix)

Para a geração que hoje beira os 40 anos, “O Cristal Encantado” foi um daqueles grandes clássicos da “Sessão da Tarde”. O filme de Jim Henson era levemente assustador – um live action sem nenhum ator, apenas com bonecos animatrônicos, que contava uma história do mundo de Thra, no qual os Skeksis (uns assustadores e agressivos abutres) controlam o que restou do tal cristal. Na trama, uma profecia diz que se um Gelfling manipular o cristal, toda paz será restaurada. O problema é que, como diria Noam Chomsky, “a paz e a democracia não interessam aos poderosos”, e, assim, os Skeksis extinguiram todos os gelflings... Ou ao menos o é o que eles acham.

No filme de 1982 acompanhamos a aventura de Jen, um gelfling sobrevivente em busca de cumprir a profecia e reestabelecer a paz em Thra. Em sua jornada vamos conhecendo também todo universo criado por Henson, um mundo cheio de criaturas fantásticas e dono de uma rica mitologia.

Agora, 37 anos depois, chega à Netflix “Cristal Encantado – A Era da Resistência”, série que funciona como prelúdio para tudo o que se viu no filme original. Em 10 episódios de aproximadamente 50 minutos, o espectador entende toda a dinâmica da relação entre raças vista no filme de 82.

E FUNCIONA?

 “A Era da Resistência” é obrigatório para fãs do trabalho de Jim Henson, mas também entretém quem não faz a menor ideia de tudo o que já rolou (ou ainda vai rolar) em Thra.

Quando a série tem início, tudo corre normalmente por lá. Os gelflings representam os dominados, a mão de obra que cuida da colheita e da segurança dos nobres e malignos Skeksis, que vivem dos tributos cobrados. Para piorar um cientista desenvolveu uma máquina que fabrica uma espécie de fórmula mágica da juventude – a máquina, claro, “se alimenta” de gelflings.

THE DARK CRYSTAL: AGE OF RESISTANCE. (Kevin Baker / Netflix)

Neste cenário, os jovens Rian e Deet, cada um com suas motivações, partem em uma cruzada para revelar a verdade ao resto do planeta e mostrar quem realmente são os Skeksis.

Da mesma forma que mostrado no filme original, Thra é riquíssimo em detalhes e criaturas; algumas que já conhecemos há bastante tempo, mas também outras novas e igualmente interessantes.

ATRATIVO

É curioso que o grande atrativo de “Cristal Encantado – A Era da Resistência” seja o fato de a série utilizar a mesma tecnologia do filme lançado 37 anos atrás. Assim, mantêm-se não apenas a essência da história, mas também toda sua dinâmica. A série obviamente conta com muito mais recursos à sua disposição, mas a diferença não é gritante – um chroma key ali, um efeito visual acolá, nada demais.

Essa escolha, apesar de se mostrar acertada, pode afastar o público mais novo, não acostumado à estranheza do universo em pauta, mas é claro que a Netflix busca os nostálgicos, uma fórmula que ela sabe que funciona bem, ao invés da geração Y, que tem diversos outros produtos voltados para eles na plataforma.

PROBLEMAS

 

“A Era da Resistência” é, à sua forma, uma série pesada. Mesmo que não seja tão gráfica como “Game of Thrones”, por exemplo, a trama traz mortes cruéis de personagens importantes – os bonecos sofrem e levam esse sofrimento ao espectador. Isso, somado ao conteúdo político e à já citada técnica empregada, por afastar o público.

Além disso, demora um bom tempo para que seja possível identificar cada um dos personagens (principalmente os gelflings). Só no primeiro episódio somos apresentados a princesas e rainhas que são praticamente idênticas, todas com suas belas cabeleiras brancas.

THE DARK CRYSTAL: AGE OF RESISTANCE. (Kevin Baker / Netflix)

Ao fim dos 10 episódios, a série ainda não alcança o filme, o que significa que mais temporadas estão planejadas. Resta saber se o retorno será o esperado, porque “A Era da Resistência” é sem dúvida um produto arriscado e muito focado em um nicho.

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