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Serra investe R$ 3,5 milhões na 2ª fase de obras do Sítio Histórico de Queimado

Serra investe R$ 3,5 milhões na 2ª fase de obras do Sítio Histórico de Queimado

Licitação para contatar a empresa responsável pela reforma será publicada em outubro e projeto deve ser entregue no segundo semestre de 2022

Publicado em 17 de setembro de 2021 às 08:00

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Ruínas da igreja de São José do Queimado, em Serra Sede
Ruínas da igreja de São José do Queimado, em Serra Sede. (Luciney Araújo)
Gustavo Cheluje
Repórter do Divirta-se / [email protected]

Reinaugurado em 2020, após a primeira etapa de restauração, o Sítio Histórico de Queimado, na Serra, ganhará ainda em 2021 uma segunda fase de obras, agora com caráter urbanístico e projetando o potencial turístico da região.

Em entrevista ao "Divirta-se", o secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer do município, Thiago Carreiro (que também é vice-prefeito), adiantou que a obra está orçada em R$ 3.716.653,12, com verba cedida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. 

Estão previstas sinalização, iluminação, instalação de banheiros, implementação de placas turísticas informativas e melhorias no entorno, como nas estradas que dão acesso ao local.

"Queremos construir um espaço para recepcionar o turista, pensando na acessibilidade para pessoas com necessidades especiais. Além disso, haverá uma revitalização em torno do cemitério, localizado próximo às ruínas da Igreja de São José de Queimado", adianta o gestor.

Carreiro explica que o projeto precisou passar pelo crivo do Conselho Estadual de Cultura (por tratar-se de patrimônio histórico do Estado) e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Também houve a necessidade de aprovação da Caixa Econômica Federal, responsável pelo repasse da verba ministerial.

"Tínhamos até março para aprovar o projeto e conseguimos. Estamos aptos a lançar o processo de licitação, que contratará a empresa responsável pela obra. O edital deve ser publicado em outubro. Nossa expectativa é entregar a construção no início do segundo semestre de 2022", aponta.

O secretário adianta que as novas obras do Sítio Histórico de Queimado reforçam o caráter educacional do espaço. "Há planos de fazer parceria com escolas da Serra para a criação de um Centro de Educação Patrimonial, que ficará responsável para explicar a história do local e a importância da Insurreição de Queimado aos nossos alunos".

Entre os projetos a serem aplicados no local, também está a intensa participação de instituições culturais importantes da Serra, como o Fórum Chico Prego e os Guardiões do Queimado, que devem ficar responsáveis por fazer a apresentação do local para os turistas e visitantes das ruínas.   

PRIMEIRA REFORMA

Iniciado em 2019, o primeiro processo de recuperação da igreja de São José do Queimado durou cerca de um ano e envolveu desde trabalhos arqueológicos até reconstruções completas de estruturas da construção do século XIX.

O custo foi de R$ 1,3 milhão, investidos por uma parceria da Prefeitura da Serra (PMS) com o Sindicato do Comércio Atacadistas e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades). Outro R$ 1,5 milhão veio do Executivo municipal, para que energia elétrica e postes de iluminação chegassem até o local em que ficam as ruínas.

Ruínas da igreja de São José do Queimado, em Serra Sede
Ruínas da igreja de São José do Queimado, em Serra Sede. (Luciney Araújo)

Com os trabalhos de restauro, a construção agora apresenta a estrutura do que foi a igreja no passado e se torna uma espécie de museu a céu aberto. A estrutura também conta com um mirante no segundo pavimento. 

As ruínas, que ao longo dos anos perderam algumas paredes e sua torre principal, receberam uma estrutura metálica para dar suporte às paredes que ainda permanecem em pé, em projeto coordenado pelo Instituto Modus Vivendi.

Resgatando a História do Espírito Santo, o local foi palco da Revolta do Queimado, ocorrida em 1849. O movimento eclodiu depois que negros escravizados não receberem a alforria prometida como compensação pelo trabalho de construção da Igreja de São José do Queimado. Entre outros combatentes, estavam Elisiário Rangel, Chico Prego e João da Viúva, considerados protagonistas do movimento e símbolos da cultura capixaba. 

Eles lideraram um grande levante reprimido após a chegada de reforços militares vindos do Rio de Janeiro. Após o fim da revolta, cinco negros foram condenados à morte, entre os quais se incluem os principais líderes do movimento. Apenas um deles, Elisário, conseguiu fugir, desaparecendo no Morro do Mestre Álvaro.

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