Construída por jesuítas em 1584, e tombada como Patrimônio Histórico Estadual em 1984, a Igreja São João de Carapina, e todo o Sítio Histórico que a rodeia, devem ser restaurados e revitalizados em breve pela Prefeitura Municipal da Serra.
Em conversa com o "Divirta-se", Thiago Carreiro, vice-prefeito e secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer do município, afirmou ter resgatado um projeto de 2010, que deve transformar a região em um moderno polo turístico.
"Recentemente, fizemos uma pequena reforma estrutural e cuidamos da limpeza da igreja (São João de Carapina). Conseguimos reabri-la para visitação em junho, após ficar fechada mais de um ano. Agora, temos um projeto de revitalização ambicioso. Nossa ideia é integrar a área histórica ao futuro Circuito Jesuítico", adianta Carreiro.
Segundo o dirigente, o circuito, ainda em fase de elaboração, deve abranger construções jesuíticas e monumentos históricos que seguem a rota da Igreja Reis Magos, em Nova Almeida, na Serra, até o Santuário Nacional de São José de Anchieta, na cidade do litoral sul capixaba.
"Por tratar-se de um patrimônio estadual, estamos esperando a aprovação do projeto pelo Conselho Estadual de Cultura. Queremos transformar o Sítio de Carapina em um parque, incluindo a estruturação da trilha de Mountain Bike, que leva até os pés do Mestre Álvaro", explica.
"Pelo projeto, a Igreja São João de Carapina e a ruína do casarão do século XVIII (que servia de morada para os jesuítas), ganharão uma revitalização, nos moldes do que está sendo feito no Sítio de Queimados. Também está nos planos reativar a rampa de voo livre (que existiu na área) e estão previstas a instalação de deck e um mirante, ao lado da construção histórica", adianta.
Com um projeto ousado, Thiago Carreiro ainda não deu um prazo para o início das obras e nem estipulou os valores a serem investidos. "Estamos em busca de captação de recursos. A ideia é também contar com o apoio da iniciativa privada para tocar o projeto", informa.
Localizado ao lado do morro do Sítio Histórico de São João de Carapina, o TIMS (Terminal Industrial Multimodal da Serra) causou a ira dos moradores do município após promover escavações em uma área muito próxima ao patrimônio tombado, mais precisamente a 400 metros da Igreja. A AGTI Empreendimentos, responsável pela iniciativa, chegou a ser multada em 2019 e teve a obra embargada, retomando as escavações em 2021, após a liberação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Serra.
Questionado se as escavações podem causar algum dano ao patrimônio histórico, Thiago Carreiro afirmou que, há cerca de três meses, esteve presente vistoriando a obra, ao lado do Secretário de Meio Ambiente da Serra, Cláudio Denicoli, do Procurador Geral do Município, Harlen Pereira de Souza, e da superintendente do Iphan-ES, Elisa Machado Taveira.
"Ficou constatado que eles não invadiram a área tombada. Além disso, no contrato com a empresa, ficou estipulado uma exigência do Iphan, definindo que as escavações deveriam ser interrompidas se algum artefato arqueológico fosse encontrado, o que realmente aconteceu", explica, dando detalhes sobre as relíquias achadas nas terras da região.
"Os artefatos ainda estão sendo estudados, mas foram encontrados várias categorias de cerâmica de origem indígena, que podem remeter às primeiras panelas de barro no Espírito Santo. O Iphan embargou a obra por três meses, até que o material fosse resgatado. As relíquias foram levadas ao Museu Histórico da Serra, de modo a serem catalogadas. Futuramente, pensamos em fazer uma exposição com esse material", complementa.
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