A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) comemora o aniversário de 67 anos nesta quarta-feira (05) e, como parte dos eventos de celebração, a Secretaria de Cultura (Secult) exibirá uma sessão de quatro filmes cuja temática aborda a história do Cine Metrópolis - cinema sediado no campus de Goiabeiras, que foi criado por estudantes, técnicos-administrativos e professores na década de 1970.
A sessão faz parte do 'Painel Ufes de Cultura: Breve história do cinema na Ufes', que trará, também, debates com os cineclubistas e realizadores das obras na quinta-feira (06), a partir das 19h30. A transmissão dos filmes e do bate-papo será feita pelo canal da TV Ufes no YouTube.
A programação conta com os curtas 'Banda 2' (1991), de Marcos Valério Guimarães; 'O homem que sonhava fotografia' (2009), de Sebastião Ribeiro, mais conhecido como Tião Xará; 'Insurreição de Queimados' (2002), de Cloves Mendes; e 'Baía do Espírito Santo' (2014), de Antônio Claudino de Jesus. Além desses quatro produtores, o debate contará com a participação da cineclubista Penha Padovan e será mediado por Lara Toledo, da Organização dos Cineclubes Capixabas (OCCA).
O título do Painel faz referência a um artigo do jornalista e cineasta do ciclo do cinema amador capixaba da década de 1960 Paulo Torre, publicado em dezembro de 1968 no Jornal da Semana, suplemento de debate do jornal O Diário.
O Painel Ufes de Cultura é um projeto da Secult que aborda, mensalmente, temas ligados à cultura capixaba. No dia 25 de maio, será realizado um novo evento, com debates envolvendo Cultura, economia criativa e desenvolvimento: perspectivas da microrregião nordeste do Espírito Santo.
Na ocasião, artistas, produtores culturais e representantes dos campi de São Mateus da Ufes (Ceunes) e do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) vão discutir como as instituições podem contribuir para a cultura e para o desenvolvimento das cidades do Norte do Estado.
O Cineclube Universitário foi criado em 1974, no antigo Centro de Estudos Gerais (atual Centro de Ciências Humanas e Naturais – CCHN), onde salas de aula eram adaptadas para se transformarem em salas de cinema, que ajudaram a formar gerações de cinéfilos e realizadores.
Para o produtor cultural do Cine Metrópolis e curador do Painel, Vitor Graize, além de relevante espaço de formação cinematográfica, o movimento cineclubista foi um importante movimento social e político de resistência durante a Ditadura Militar, entre 1964 e 1985.
Os anos 1970 ainda deram origem a outras iniciativas, como o surgimento de salas de exibição na Engenharia, na Biologia e nas Biomédicas. Segundo integrantes do movimento cineclubista, é possível dizer que a Ufes tinha, nos anos 1980, 14 cineclubes no campus de Goiabeiras, três em Maruípe e um em Alegre. Nesse período, o movimento se articulava nacionalmente, com a reorganização do Conselho Nacional de Cineclubes e, regionalmente, com a Federação dos Cineclubes do Espírito Santo.
Os cineclubistas Claudino de Jesus, Mariza Teixeira, Penha Padovan, Cloves Mendes, Tião Xará, Marcos Valério Guimarães, Adilson Ferreira e Margarete Taquete já se destacavam no cenário cultural, alguns deles por meio da realização de filmes.
Sessão de filmes e debates
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