> >
Skank revisita músicas dos três primeiros discos em show na Serra

Skank revisita músicas dos três primeiros discos em show na Serra

Com quase 30 anos de carreira, grupo faz show no Steffen Centro de Eventos neste sábado (2) com a turnê "Os Três Primeiros", onde tocam grandes sucessos

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 07:30

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
(Diego Ruahn)

Ao contrário do que é de praxe, a entrevista de Henrique Portugal, tecladista do Skank, ao Divirta-se começou com uma pergunta do próprio artista para o repórter: "Você torce para qual time?". Surpreso, o jornalista aqui respondeu: "Nenhum. Por quê?". E logo veio a primeira resposta: "É que no Espírito Santo tem muito flamenguista".

A pergunta de Henrique não é à toa. Não é novidade que o Skank tem uma ligação forte com o futebol. "Uma Partida de Futebol", que virou hino de alguns jogos durante os anos 90, é uma das músicas que estão no show "Os Três Primeiros", que será apresentado neste sábado (2), a partir das 22h, no  Steffen Centro de Eventos, na Serra.

Independente da canção citada, o músico tem gravado na memória uma situação, ocorrida no Espírito Santo, ligada ao futebol e ao time rubro-negro. Sem lembrar o ano, Henrique contou de uma vinda do Skank ao Estado em que, ao passar em frente ao Estádio Kleber Andrade, em Cariacica, deu de cara com "um mar de camisas do Flamengo" - como ele mesmo brinca -, logo após uma partida que aconteceu no local. "Eu falei: 'Pô, só falta eu pegar um flamenguista para me entrevistar", conclui a brincadeira.

Mas não só imagens futebolísticas vêm à memória do tecladista quando o assunto é Espírito Santo. Em quase três décadas de banda, não faltaram apresentações por aqui e fãs que incentivam o trabalho desde o início.

"O Espírito Santo é um dos estados que conhece o Skank inteiro. Quase três décadas de música. E tanto nós quanto nossos fãs souberam lidar com adaptações ao longo desses anos. Se você pega um CD nosso do início da carreira e um mais recente vai ver que são dois álbuns de duas bandas diferentes", diz.

Mas nenhuma comparação assim vai poder ser feita no show deste fim de semana. Tudo porque a turnê "Os Três Primeiros", como o próprio nome sugere, compila os hits dos três primeiros álbuns que eles lançaram: "Skank" (1992), "Calango" (1994) e "O Samba Poconé" (1996).

Henrique, durante o bate-papo, frisa que as canções dessa turnê giram em torno desse primeiro momento da banda, quando a audiência e sucesso ainda eram contados por CDs de Ouro, liderança das rádios e paradas de sucesso - todos esses três elementos que vão dar mais um tom de nostalgia para os fãs que irão prestigiá-los.

"Tivemos a ideia no fim de 2017, quando gravamos um DVD, aliás, DVD não que é velho (risos). Quando gravamos um registro audiovisual dessa turnê", brinca Henrique, que completa dizendo o que se pode esperar do registro. "O que o capixaba vai ver são os primeiros sucessos, mas em um show já azeitado, supermaduro e já bem testado", fala.

"Zé Trindade", "Garota Nacional", "Eu Disse a Ela", "Pacato Cidadão", "Esmola","Jackie Tequila".... Estes são apenas alguns dos sucessos revisitados na turnê. Sucessos tão certeiros, que Henrique tem certeza que o capixaba não vai errar a letra.

"A gente fala que público capixaba é cidade raiz, conhece o Skank desde o primeiro álbum", diz o tecladista, afirmando que o show por aqui é o original, sem adaptações. Abaixo, você confere o que mais rolou no bate-papo.

Como será o show dessa apresentação?

  • Esse show é engraçado... Há uns dois, três anos pensamos em uma edição comemorativa e desse projeto nasceu essa turnê. Pensamos que seria legal fazer um show dos três primeiros álbuns, porque existe uma coerência estética de referências musicais e tudo o mais. A história de "Os Três Primeiros" começou assim e foi algo que encaixou geral. Todo mundo que começou escutando Skank ficou ligado porque são músicas muito conhecidas. E aí, essa onda se espalhou e os shows estão sensacionais.

E como tem sido o retorno dos fãs nesse meio tempo?

  • Quando gravamos um DVD, aliás, DVD não que é velho. Quando gravamos um registro audiovisual dessa turnê, no final de 2017, a gente passou a ter um termômetro de como todos reagiam. E a gente, dependendo da cidade, vai mudando umas coisinhas ou outras. No Espírito Santo, por exemplo, a gente fala que é Estado raiz, conhece o Skank desde o primeiro álbum. É aquela história de a mineirada ir para Guarapari e Meaípe, tocamos muito lá... Em outros Estados, já não é assim. Então, a gente acaba fazendo algumas alterações no repertório mais por conta desses pormenores.

É muito tempo de carreira, também, para ter essa percepção, não?

  • Claro, isso a gente vai aprendendo com o passar do tempo. Tem música que a gente sente que é para escutar em casa, outra no carro... E tem música que só funciona ao vivo, em show. Então, fizemos alterações para fazer o show ficar mais ágil, mais dinâmico. Agora, ele (o show) está supertestado, superazeitado, o que os capixabas verão é o 'cremè de la cremè' (risos).

Esses três álbuns do show, que são os três primeiros do Skank... Representam os maiores sucessos da banda ou a escolha deles para a turnê vem de algo maior?

  • O Skank tem quase 30 anos. Nós temos, se não me engano, em todos os álbuns no mínimo um Disco de Ouro, cada.  Eu falo isso com orgulho: 'Nossos álbuns tiveram muito êxito falando de uma banda longeva'. Nesses casos, os critérios de comparação são diferentes. É como comparar real com cruzados. Hoje, medimos plays no Spotify. Antes, não existia internet direito. Mas o fato que nos alegra é hoje termos milhões de views na web e sermos um grupo de quase três décadas. Tudo isso influenciou na seleção do repertório e influencia ainda.

O desafio é atrair público novo, eu imagino...

  • O que eu acho interessante dessa história toda é justamente isso. Skank conseguiu emplacar no público do início até hoje músicas que são conhecidas em três décadas diferentes. Isso que falo com muito orgulho. Para o artista jovem, é mais fácil emplacar, né?

Em 2021, vocês completam 30 anos, efetivamente. Estão na marca dos 28. Qual é o saldo da carreira e como enxergam a evolução de Skank?

  • Se um cara pegar nosso segundo álbum e um mais recente, por exemplo, não é a mesma banda. Você tem dois CDs diferentes de duas bandas diferentes. Então, acho que essa característica e o fato de o público aceitar essa diferença, na minha visão, mostra que temos uma adaptação fácil. Em tempos de tanta mudança na indústria fonográfica, isso é ótimo. Acho que a gente soube se adaptar muito bem. Atrair esse público novo, como falamos, é uma boa coisa que conseguimos fazer. Skank é uma banda adaptada ao digital.

E o que pode adiantar de novos trabalhos?

  • A partir da próxima semana, vamos gravar três músicas novas em estúdio. Mas ainda não sabemos se é single, se é álbum, se vamos gravar mais de três... A ideia é gravar mais durante o ano, mas ainda não sabemos. Mas devemos lançar um single no início do ano.

SERVIÇO

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais