Priscilla Alcântara está longe de ficar parada mesmo em meio à quarentena imposta pelo surto da Covid-19. Ela aproveitou músicas e gravações que já estavam prontas para trabalhar com o lançamento desses materiais enquanto se protege do coronavírus, mas sem deixar os planos só para o futuro. A atual cantora gospel, que fez fama como apresentadora infantil do SBT ao lado de Yudi Tamashiro, já está produzindo conteúdo que culminará em seu novo álbum para o momento pós-pandemia.
"Posso adiantar que meu novo álbum está em fase de finalização e ele é a consumação de tudo o que eu construí até hoje artisticamente e, também, em relação aos meus princípios e valores", diz, em entrevista ao Divirta-se.
Além da produção que vai entreter os fãs, possivelmente, depois do isolamento, Priscilla acaba de lançar o terceiro bloco do projeto ASU. Trata-se de "Me Refez", "Liberdade" e "Tanto Faz", canções que a cantora interpreta com sua voz densa - e vibrato bem marcado -, que lhe é característica.
Mas nenhum desses outros hits conseguem bater "Girassol" (2020), sua parceria musical com Whindersson Nunes. Só no Spotify, a canção que fala de "ser luz" e "ser justo e paciente como era Jesus" tem mais de 39,9 milhões de plays - a mais ouvida da artista, que beira os dois milhões de ouvintes regulares por mês.
Além da representatividade na música, a artista também levanta polêmica com opiniões públicas, como fez recentemente com o caso da menina de 10 anos de idade que ficou grávida após recorrentes estupros do próprio tio em São Mateus, no Espírito Santo. Na ocasião, ela disse que o fanatismo religioso mata. E essa não foi a única vez que Priscilla causou "espanto".
Frequentemente a cantora se posiciona favorável à liberdade de gênero e manifesta apoio à comunidade LGBT+ - outra característica que não é das mais comuns para quem comunga da vida pública cristã ativa. "Acho que a dissociação entre evangelho e justiça social não é cabível, uma vez que entendemos que Jesus foi a pessoa que sempre se atentou para os membros da sociedade mais vulneráveis. Para os que não eram ouvidos, para os que eram minoria...", justifica.
Durante o bate-papo com a reportagem, a cantora também falou da relação com o ex-colega de Bom Dia & Cia, no SBT, Yudi Tamashiro, e novos projetos para a carreira.
Tem sido um período muito diferente. Fiquei aliviada por já ter na manga o DVD. Estava pronto, e eu poderia trabalhar em um período difícil de produzir coisa inédita. Finalizamos esse DVD ano passado e trouxemos o lançamento para o período de seca (risos). E é muito especial para os fãs, para matarem a saudade do ao vivo, que é também o que estou sentindo falta. Então o público está recebendo superbem e temos que aprender a nos adaptarmos, nos alegrarmos com o que temos.
Tanto minha versão lúdica e racional, digamos, que é a mais madura talvez, são equilibradas. Essa transição foi sobre encontrar um equilíbrio entre as duas versões. Minha busca nos últimos meses tem sido essa e acho que consegui... Aliás, é interminável, não é? (Risos). A gente não chega a um ponto final nunca. Mas tenho buscado isso.
O papel que quero cumprir é oferecer o melhor das minhas versões e fazer com que meu trabalho mostre o equilíbrio dessas duas versões.
Acho que a dissociação entre evangelho e justiça social não é cabível, uma vez que entendemos que Jesus foi a pessoa que sempre se atentou para os membros mais vulneráveis de uma sociedade, ara os que não eram ouvidos, para aqueles que eram minoria. Então, sobre justiça social, é eu me posicionar sobre a defesa da dignidade do ser humano. Não é ideologia política. Sou eu tentando fazer o que Jesus fez, sou eu tentando me parecer com Jesus. Tudo o que eu sei sobre justiça, eu aprendi com Ele. Não foi com nenhuma ideologia, partidarismo, mas com a verdade pelo exemplo de Jesus. Eu o vi promover justiça.
O filme foi lançado neste ano na plataforma, mas o projeto é de quase seis anos. É muito surpreendente ver onde ele chegou. Quando o filme entrou e ficamos no Top 10 foi muito legal ver que mesmo um trabalho tecnicamente antigo ainda chamou a atenção da galera. Mas esse resultado me animou bastante para projetos futuros.
Não sinto falta da TV porque foram quase 10 anos nesse meio, e sempre fui de aproveitar muito meu tempo presente. Fui muito intensa, imersiva. A televisão foi a maior porta que já foi aberta na minha vida, mas meu maior sonho foi viver de música e já que estou vivendo isso. Não faria sentido me apegar a algo que vivi no passado. Ficou para trás e eu prefiro colocar meus sentimentos no que estou fazendo hoje.
Tenho dedicado esse tempo à finalização do meu novo álbum. Quando a pandemia começou, eu quis começar o novo álbum do zero. Tive alguns insights e estou usando esse tempo para isso. Em breve, teremos novidade.
Acho que nem como cristã, é como ser humano mesmo. Acredito que todo ser humano tem capacidade de evoluir e reter o que é bom. Acredito, como ser humano, e como cristã ainda mais. Se eu pudesse dar uma dica, seria isso: se apegue a uma fonte de esperança inesgotável. Eu, durante minha jornada, só consegui encontrar uma (fonte), que é a pessoa de Jesus.
Yudi é um irmão muito querido. Virou família pelo tempo que vivemos juntos. Me sinto feliz por tudo o que ele vive na vida dele e já colaboramos artisticamente depois disso. Ele já coreografou clipe meu. Foi muito legal voltar a trabalhar com ele, mas cada um no seu nicho. Ele na dança e eu na música, onde cada um começou a carreira.
Posso adiantar que meu próximo álbum já está em fase de finalização. Ele é a consumação de tudo o que construí até hoje artisticamente e também em relação aos meus princípios e valores. Toda a construção que fiz do início da jornada até hoje culmina nesse projeto. O pessoal vai entender porque esse próximo projeto é o que ele é, mas eu não posso dar muito spoiler (risos). Então estou muito animada, muita coisa visual, quero muito clipe e alguns outros projetos paralelos também estão sendo desenvolvidos e, em breve, todos vão saber.
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