"Toque como uma mulher" é o lema de 30 musicistas capixabas que decidiram juntar seus acordes e formar a terceira orquestra de mulheres da América Latina. Primeira formação desse tipo no Espírito Santo e terceira do Brasil, o grupo prepara apresentação virtual para consagrar a Orquestra de Mulheres do ES no próximo sábado (15), com transmissão via internet às 19h30. Na ocasião, será lançado um vídeo das artistas interpretando o prelúdio de Bachianas Brasileiras No. 4, de Villa-Lobos.
Maestrina da orquestra, Alice Nascimento destaca que tudo começou com um concerto erudito que as integrantes participaram no segundo semestre do ano passado. Após a apresentação, elas decidiram manter contato. "Depois pensamos: 'Por que não formarmos uma orquestra só nossa?'. Agora, já estamos até amigas das colegas cariocas", brinca, indicando que houve troca de experiências com uma orquestra semelhante do Rio de Janeiro.
Alice afirma que a nova orquestra capixaba é uma forma de inovar na música. Segundo a maestrina, o mercado musical ainda é restrito e, quando se trata de música clássica, a situação pode ser ainda mais complicada. "A primeira mulher que coordenou uma situação dessa foi Chiquinha Gonzaga, mas isso há mais de 100 anos. Então queremos fazer todo esse link", fala.
Adriana Vinand, uma das violinistas da nova formação, corrobora: "É um projeto muito bom, totalmente inovador mesmo. E nos gera expectativa de muita coisa boa. A ideia é que a gente possa juntar essas mulheres que existem na música, talentosas, e unir ainda mais as nossas forças para mostrar que conseguimos fazer o que quisermos. Somos bem empenhadas mesmo".
Segundo Alice, até hoje as conversas das musicistas acabam abordando o papel da mulher na música. "Conversamos sobre o quanto o mundo mudou, o quanto as relações são mais horizontais hoje em dia, como as coisas estão mais em rede ao invés de em pirâmide", diz.
Aos poucos, ela também acredita que mais mulheres possam se juntar ao grupo, que hoje em dia é formado por profissionais que também atuam em outros locais.
"A orquestra é voluntária. Nossas musicistas são de carreira, da banda da Polícia Militar, da Camerata Sesi, da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses)... E temos estudantes, também. Se tivermos mais figuras femininas que façam música profissional e se encaixem com o que queremos desenvolver, serão bem-vindas", conclui.
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