Em 2018, Eduarda Brasil, então com 15 anos, conquistou o país com seu talento e vozeirão, levando o "The Voice Kids" após uma parceria certeira com as madrinhas Simone e Simaria.
O tempo passou, a menina deu lugar a uma mulher madura, que, aos 19 anos, está lançando seu novo projeto musical, "Danado de Bom", disponível nas plataformas digitais.
Paraibana de Cajazeiras (onde reside até hoje), Eduarda, com o disco, presta uma homenagem ao forró clássico, especialmente ao mestre Luiz Gonzaga. A ideia da cantora é misturar suas raízes nordestinas - inerentes às músicas do Rei do Baião - com sonoridades eletrônicas da sua geração.
"Apesar do título do disco (que remete a um dos clássicos de Gonzagão), não regravamos nenhuma música dele. Tentamos captar sua essência, presente no desejo de resgatar o forró raiz, do xaxado e da sanfona", adianta Eduarda.
"O projeto reúne regravações de clássicos, como 'Razões' (de Mastruz com Leite) e 'Sede de Te Amar' (de Brucelose), mas, também, abrimos espaços para as autorais. Gosto muito de 'Desce do Orgulho', uma música que é a cara da nova geração. Misturamos elementos do forró com uma pegada de sax. Ficou bem bacana", orgulha-se
"Desce Do Orgulho", inclusive, também possui alguns elementos do tradicional "piseiro", especialmente com os "toques" de teclado eletrônico. O gênero forrozeiro virou febre no país, após estourar nas paradas nomes como Os Barões da Pisadinha e Zé Vaqueiro. Diz que você nunca ouvir nas rádios esse refrão: "Tá rocheda/ Tô nem vendo/ Pode crê/ Você Merece um Prêmio", de Os Barões?
"O 'piseiro' trouxe um novo fôlego ao forró", aponta Eduarda. "Até porque, com a pandemia, vários novos cantores apareceram no cenário musical forrozeiro. Dá para fazer o ritmo apenas usando um teclado", explica, dizendo que, com "Danado de Bom", espera que cada vez mais mulheres despontem no mundo do forró.
"Ainda somos poucas. É preciso mais representatividade. Dá muito orgulho, por exemplo, ver cantoras como Mari Fernandez, que bombou no Tik Tok, chegando a ficar entre as mais tocadas do Spotify com a música 'Não, Não Vou'", defende, afirmando que a internet propicia uma maior paridade de gêneros na música.
"Hoje, basta fazer uma música de qualidade e lança-la na internet. Redes sociais como o YouTube e o Tik Tok praticamente se encarregam do sucesso. Costumo brincar, dizendo que, agora, é o público quem 'trabalha' a música, não o artista", comenta.
Claro, falar com Eduarda Brasil é lembrar de sua vitória no "The Voice Kids", há três anos. "Foi o pontapé para o início da minha carreira, mas o programa ainda tem muita força. É muita loucura, quando vejo que tenho apenas 19 anos e já vi muita coisa acontecer na minha vida", suspira, tomando fôlego antes de continuar respondendo.
"Confesso que é difícil lidar com a fama, quanto mais sendo adolescente. É preciso ter foco. Já investi em uma loja de roupas e continuo investindo em vários projetos musicais, o que é a minha prioridade (ela já lançou dois EP’s e um álbum). Isso tudo me fez amadurecer, sabe?", ressalta, afirmando que a popularidade repentina também trouxe muitas responsabilidades.
"Tenho quase 1 milhão de seguidores no Instagram. É preciso ser responsável com eles, cativá-los, e levar para eles um conteúdo de qualidade", complementa, com maturidade pouco vista em jovens da idade.
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