Victor Rodrigues Batista, também conhecido como Victor Pooh, de 29 anos, e a esposa, Andressa Lopes, de 27, experimentaram uma das piores dores emocionais em março de 2019, quando enterraram a própria filhinha, Luna, de menos de um ano de idade. A bebê morreu vítima de uma doença rara, à espera de um transplante de fígado, por complicações da chamada Atresia das Vias Biliares, que atinge cerca de um a cada 20 mil nenéns.
Pai da menina, o vendedor chegou a se submeter a um protocolo de dieta rígido para perder peso e melhorar os hábitos de seu estilo de vida para tentar ser o doador da menina, mas não conseguiu realizar todo o procedimento a tempo. "Parei de fumar e emagreci uns 25 quilos em três ou quatro meses", lembra.
Refletindo sobre a rede de doação de órgãos no Brasil e como isto poderia ter salvo a vida de sua filha, Victor quer provocar com "La Bella Luna", música sobre a filha que ele lançou nas plataformas digitais nesta quarta-feira (30). Sob as batidas do rap, ele fala das características da filhinha e remonta ao nascimento da criança, bem como aos desdobramentos que a doença acabou trazendo.
"Acredito muito nas fases do luto. Acho que a aceitação, que a música reflete, é a fase final. Depois que você já passou por negação, depressão... O que eu quero transmitir para as pessoas, além de conscientizar sobre a doação de órgãos, é o sentimento de aceitação", diz Pooh.
A música composta por Victor ganhou clipe gravado em aproximadamente um mês, em área próxima ao Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari.
Além da Luna, Victor e Andressa são pais de Cauã, de 4 anos de idade. A adaptação da família, no entanto, tem sido bastante complicada após a perda da menina. "A gente tem buscado apoio psicológico, ajuda médica, tentado manter a calma... Vemos que a união da família toda é essencial", corrobora.
De acordo com o vendedor que mora em Vila Velha, toda a família dele (natural de São Paulo) e da esposa, do Espírito Santo, são favoráveis à doação de órgãos. Mas depois de a menina ir para São Paulo se tratar, onde ficou internada na UTI e morreu, a menininha não conseguiu ser doadora.
"Não conseguimos doar porque ela era muito pequena e estava sofrendo muito com a doença. Os órgãos sofreram muito com a sobrecarga. Tanto que além do fígado, no final, o coração dela já estava comprometido e o pulmão também", justifica.
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