Dentre os vários pontos turísticos da Serra, um dos mais especiais, sem dúvidas, é a Vila das Artes, em Jacaraípe. Conhecida por seu doce ar de vilarejo, a localidade tem como moradores um grupo de artistas que trabalham em seus ateliês e expõem suas obras. Lá, podem ser encontrados artesanatos, mosaicos, esculturas de madeira, bonecas de pano, mandalas e por aí vai, um verdadeiro encanto e encontro das artes.
O local teve origem com a famosa Casa de Pedra, o ateliê mais antigo da região e construído na década de 1990. Além de ser um patrimônio artístico, o espaço é referência para o turismo e o sistema educacional do município. Na Casa, raízes reaproveitadas são transformadas em arte pelas mãos "mágicas" de seu Nelso (também conhecido como Neusso). O formato das obras é livre. "Deixo mais naturais as peças, só dou um acabamento", revela o artista, em entrevista ao programa "Em Movimento", exibido aos sábados pela TV Gazeta.
Os muros da residência foram feitos de raízes, dando a impressão de tratar-se de uma fortaleza e incentivando ao olhar bucólico. "Quando entram aqui, veem que essas raízes são transformadas em figuras bem abstratas e começam a se identificar", diz o artista. Um diferencial que aproxima o admirador dá criação é que na Casa de Pedra, segundo seu fundador, as obras podem ser tocadas. A entrada custa R$ 5 e o espaço fica aberto diariamente, das 08h às 18h.
"Vim fazer uma visita a Casa de Pedra há 20 anos e me apaixonei pelo lugar, porque respira arte’’, diz Vera Silva, outra artista/moradora do vilarejo. Ela classifica o local como "essencial" em sua vida. ‘’Me completa, isso aqui é uma necessidade, principalmente em tempos de pandemia’’, enfatiza.
Já Aurea Brandão, também artista da Vila, é fascinada por trabalhar e fazer peças únicas. "O que sinto no público é que a pessoa se sente valorizada ao dizer que 'só eu tenho essa peça', e o nosso sonho é que isso seja divulgado", conta. Aurea ainda diz que no "oásis dentro de Jacaraípe" - como a localidade é conhecida - há peças de todos os preços e que elas são acessíveis ao público.
Responsável pelas bonecas de pano da Vila, Agda Matos se mudou para o local há quase uma década. "Comecei a fazer bolsa de fuxico e tive a ideia de fazer as bonequinhas", explica. Outra artesã do vilarejo é Maria Marta Tomé, que elabora peças através da natureza. "Se trabalho com carapaça de inseto, com asas e com penas, é porque os animais já fizeram o seu ciclo natural", enfatiza.
Em um ponto fora da curva de uma cidade movimentada e urbanizada, onde a correria do cotidiano predomina, Maria acredita que "juntos, a gente consegue transformar um pedacinho de chão, que a gente vive aqui, num lugar mágico e tranquilo".
Reportagem feita em parceria com o programa "Em Movimento", com informações da repórter Elis Carvalho
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