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Aos 46, Bárbara Paz se revela não-binária: "Gosto de ser menino e menina"

Aos 46, Bárbara Paz se revela não-binária: "Gosto de ser menino e menina"

Em entrevista ao podcast de Paula Azevedo, a atriz disse que está se descobrindo com gênero fluido aos 46 anos de idade e detalhou o processo

Publicado em 28 de maio de 2021 às 09:21

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A atriz Bárbara Paz
A atriz Bárbara Paz. (Globo/Raquel Cunha)

A atriz Bárbara Paz revelou que está se descobrindo sexualmente falando aos 46 anos de idade. Em participação em podcast, a estrela disse que se identifica como não-binária, ou seja, tem o gênero fluido entre o masculino e o feminino. 

"Sou uma pessoa inquieta. Uma mulher, um homem, não-binária. Descobri que sou não-binária há pouco tempo. Um amigo meu falou que eu era, e eu acreditei, entendi. Sou uma pensadora, uma diretora, uma cineasta, uma atriz, uma pintora, uma escritora. Nas horas vagas a gente tenta tudo com as mãos, com a cabeça, com o cérebro e com a imaginação. A imaginação precisa estar trabalhando o tempo todo. Então, não sei bem quem eu sou. Se tiver alguma referência para me dizer quem eu sou, ainda estou em busca. Sou muitas coisas. Sou muitos, muitos, muitas. É difícil dizer quem você é para se apresentar. Sou uma pessoa de fazer o que tenho dentro, o que não é pouco", declarou ela para o podcast "Almasculina". 

"Tenho lembranças do que me contavam do meu pai. Mas de fato eu não lembro. Me lembro do que minha mãe contava sobre ele: que ele era um cachaceiro (risos), político... Então, guardo essas histórias como sendo minhas. Tenho recordação do meu avó, de quem eu gostava muito. Mas ele já era um homem doente também. Desde que eu me conheço por gente já me lembro dele debilitado. Então, o masculino, ele veio...", declarou ainda. 

Além de não ter muitas lembranças do pai por ele ter ficado doente cedo, com a mãe é a mesma coisa. "Olha que interessante: as primeiras imagens eram dos médicos da minha mãe, que cuidavam dela, que zelavam por ela. Para mim, eles eram anjos. Eu era uma criança. Eu era apaixonada por aqueles médicos porque ali eu sabia que minha mãe estava viva, bem cuidada. Sabia que ela ia voltar para casa. Meu modelo de masculinidade é um lugar de conforto, de rede de proteção. Esse foi o masculino que eu vi. Éramos cinco mulheres em casa à espera de um maestro que nunca chegou", ponderou. 

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"O ser masculino dentro de mim tem muitas razões de ser. Muitos homens habitam dentro de mim. Quando ouvi esse discurso do não-binário, do transgênero, pensei: "Será que se tivesse escutado isso com 12 ou 13 anos, eu teria achado que eu era pelo fato de eu sentir isso?". E não estou falando de sexualidade, mas de sensação. Às vezes eu me olhava no espelho e me sentia um garoto. Eu me olho no espelho hoje e sou uma mulher com peito, bunda, curvas... E você fala: "Nossa, é superestranho". Muitas vezes. Não é que eu não gosto. É estranho às vezes. E às vezes eu gosto. Então, gosto de ser menino e de ser menina. Pode? Hoje pode! Então hoje chama não-binário? Isso! Nossa, que legal! Então, está tudo certo eu falar isso? Não. Então, cada vez mais a gente consegue respirar e ser a gente. E isso não tem a ver com sexualidade, se gosto de mulher ou de homem. Gosto de pessoas. Até agora, me apaixonei por homens, mas gosto de pessoas", finalizou. 

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