> >
Após saída do "BBB 21", Arthur afirma que deseja abrir uma academia em Conduru

Após saída do "BBB 21", Arthur afirma que deseja abrir uma academia em Conduru

Em entrevista, capixaba fala que pretende voltar a trabalhar como modelo, revela que torce por Gil e confessa que planeja conversar com Carla Diaz para saber como está a relação

Publicado em 28 de abril de 2021 às 17:42

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
O capixaba Arthur Picoli foi eliminado do
O capixaba Arthur Picoli foi eliminado do "BBB 21" nesta terça-feira (27). (joão Cotta/ Rede Globo)

Foram cinco anos de inscrições até finalmente garantir uma vaga no "Big Brother Brasil". Para Arthur Picoli, valeu a pena e, hoje, o capixaba, instrutor de crossfit, classifica a experiência de participar do reality como um sonho realizado.

Sua passagem pela 21ª edição do programa foi muito além da emoção de deixar Conduru, um distrito de apenas três mil habitantes, em Cachoeiro de Itapemirim, para pisar na casa mais vigiada do Brasil: foram duas lideranças, um anjo e seis paredões enfrentados.

Além dos bons resultados nas disputas, o cachoeirense também viveu o relacionamento mais duradouro da edição, com Carla Diaz; uma amizade ao melhor estilo “carne e unha” com Projota; teve desentendimentos que acabaram fortalecendo sua relação com Fiuk e Juliette; e protagonizou momentos muito divertidos com seus companheiros de gincana.

“Não me perdoaria se eu chegasse aos 80, 90 anos e não tivesse participado do 'BBB'. No jogo, se fosse um vilão, acho que teria saído antes, quando o público teve a possibilidade de me eliminar. Acredito que posso ter sido um jogador que não teve as melhores decisões”, avalia.

No bate-papo a seguir, após deixar a casa com 61,34% dos votos de um paredão com Pocah e Camilla de Lucas, ele revisita boa parte de sua trajetória e fala sobre as expectativas para a vida depois do reality.

Como você avalia a sua participação no "BBB 21"?

  • Acredito que a minha passagem pelo "BBB" foi algo que as pessoas vão lembrar quando falarem da temporada. Competi, me joguei, errei, acertei, pedi desculpas, perdoei. Acho que não foi uma participação apagada. Teria ficado preocupado se o discurso do Tiago fosse diferente do que ele fez ontem. Foi fundamental para perceber que a minha trajetória foi legal, apesar de tudo. Para mim, foi muito louco. Foi a quarta ou quinta vez que eu me inscrevi e acho que essa edição era mais a minha cara. Se tivesse entrado em qualquer outra, poderia não ter sido tão legal, já que era mais novo. Poderia não ter agido como agi nessa edição, poderia não tido tempo de dar a volta por cima. Estou muito feliz por ter realizado um grande sonho. Não me perdoaria se eu chegasse aos 80, 90 anos e não tivesse participado do "BBB". Esse ano eu não ia me inscrever, por incrível que pareça. Estava em Conduru, no meio da pandemia, trabalhando na roça. E acabou que mandei o vídeo no último dia e entrei no Big dos Bigs. Tenho um sentimento de gratidão muito grande pelo programa.

Você se deu muito bem em várias provas, ganhou anjo, duas lideranças e chegou longe em provas de resistência. O que acha que te ajudou nesse resultado: a sua relação com o esporte, um pouco de sorte ou as duas coisas?

  • Confesso que o medo de passar despercebido justamente por não conquistar as coisas lá dentro foi uma questão que mexeu comigo. Se tivesse entrado e ganhado só um “Bate e Volta”, nunca me perdoaria. Ia para as provas com o sentimento de quando eu ia para os jogos, para as competição de crossfit. Ia pensando em dar o meu melhor, em ganhar. E os benefícios são maravilhosos – ganhei uma viagem para a Capadócia! Fiquei muito feliz. Acredito que a minha dedicação ao esporte fez com que as coisas acontecessem mais naturalmente. A questão do foco, de estar entregue ao que está fazendo. Um grande exemplo foi a prova dos lanches que eu e o Projota ganhamos, bem no início. Estava todo mundo brincando e nós não trocamos nenhuma palavra durante a dinâmica. No geral, estou satisfeito e feliz com o meu rendimento.

Arthur Picoli, em ação no
Arthur Picoli, em ação no "BBB 21": "eu vejo flores em você!". (Rede Globo/Reprodução)

Você e Projota tiveram uma grande identificação, desde o primeiro dia na casa. O quão importante essa amizade foi para você? O que vocês tinham em comum?

  • Confesso que não imaginava. A gente brincava e falava que era a dupla mais improvável, só que no final das contas vejo que foi a dupla certa. Podem ter ocorrido inúmeros problemas e conflitos dentro da casa, mas tudo acontece com um propósito. Talvez, se não tivesse me aproximado do Projota, não teria chegado ao Top 6. Talvez fosse campeão... Não sei, não dá para saber. Sou muito honrado pela nossa amizade. Ele fez uma postagem linda para mim quando saí; ele já sabia do meu medo de voltar ao mundo real. Então, é só gratidão mesmo pela conexão e sintonia que nós tivemos. Acho que, na verdade, a gente só tinha duas coisas em comum: ele também gostava de futebol e videogame (risos). E também é muito apaixonado pela família. Mas nós éramos pessoas totalmente diferentes, por isso a dupla improvável. A gente também tinha muita vontade de estar no programa, algo que também pode ter contribuído para formarmos uma dupla logo no início do jogo.

Aspas de citação

Talvez, se não tivesse me aproximado do Projota, não teria chegado ao Top 6. Talvez fosse campeão... Não sei, não dá para saber.

Arthur Picoli
Capixaba participante do "BBB 21"
Aspas de citação

Quais foram os melhores momentos e os mais difíceis que você viveu no jogo?

  • Os melhores momentos, sem dúvidas, foram as festas. Acho que todo mundo conseguiu perceber que gosto de uma festa. Estava com muita saudade porque aqui fora não dá para fazer isso ainda. Me senti muito privilegiado por ter toda aquela estrutura, artistas... foi muito lindo! As conquistas das provas também foram muito legais. As minhas voltas dos paredões –  fui para seis – e também teve uma em que escapei no “Bate e Volta”. Até mesmo a parte mais sentimental, quando me permiti viver coisas que há muito tempo eu não vivia. Por mais que tenham acontecido algumas questões por conta da minha imaturidade ou falta de experiência, também coloco a minha relação com a Carla como um dos meus melhores momentos dentro da casa. E de pior foram as três semanas seguidas que fui ao paredão. Eu fiquei muito triste e vieram à tona sentimentos de coisas que já vivi aqui fora, uma mania de perseguição, de achar que estava sendo rejeitado por estar recebendo voto em várias semanas. As perdas dos meus amigos e da Carla, que foi para o paredão falso e duas semanas depois foi eliminada no paredão real, também foram difíceis.

Aspas de citação

Coloco a minha relação com a Carla como um dos meus melhores momentos dentro da casa

Arthur Picoli
Capixaba participante do "BBB 21"
Aspas de citação

Você foi indicado pela casa para seis paredões, saiu de um no "Bate e volta". Se considerava um vilão desta temporada?

  • Se fosse um vilão, acho que teria saído antes, quando o público teve a possibilidade de me eliminar. Acredito que posso ter sido um jogador que não teve as melhores decisões. Poderia ser um vilão bobo, porque fazia alguma coisa e depois chorava sozinho, me arrependia. Fiz isso muitas vezes. Sou assim, coração mole. Em casa, choro sozinho e ninguém vê. Ali estava chorando em casa também, mas as câmeras estavam olhando para mim (risos). Eu tive que me permitir e aceitar isso também. Mas não me vejo como vilão porque o sentimento nunca foi de fazer mal para ninguém, longe disso. Queria ser legal, fazer coisas bacanas, mas muitas vezes não conseguia por causa do sentimento de achar que as pessoas poderiam estar me perseguindo. Enfim, um vilão bonzinho, talvez...

No início do programa, você comentou sobre um possível interesse na Thaís, mas depois decidiu se declarar para a Carla Diaz. Um relacionamento no "BBB" fazia parte dos seus planos?

  • Até tive uma discussão com a Pocah, no dia do jogo da discórdia em que eu briguei com o Fiuk, sobre não ter ido lá para fazer amigos, e depois comecei a chorar. Não tem como a gente não se envolver. É um jogo de relações pessoais mesmo, você tem que conversar, se aproximar das pessoas. Mas juro que não fui com intenção de ter um relacionamento com alguém. No início, me aproximei muito da Thaís, a gente teve uma conexão legal. Frequentávamos os mesmos lugares aqui no Rio de Janeiro e tínhamos coisas em comum para conversar, só que nunca conversei com ela sobre algo do tipo. Posso ter externado algum sentimento para uma pessoa próxima a mim, assim como no final a gente ria disso. Foi uma parada bem leve para mim. Depois tive uma conexão com a Carla, que começou com um inhame (risos). Ela disse: “Nossa, você descasca diferente...” E aí começou todo o nosso romance. Não estava nos meus planos, mas não me arrependo também de ter encontrado, conhecido a Carla e ter me relacionado com ela. Nem um pouco.

Apesar de estarem juntos, você e a Carla votavam em pessoas diferentes. O seu namoro com ela chegou a interferir de alguma maneira no seu jogo?

  • Sempre fui bem tranquilo e, às vezes, a galera ficava chateada comigo porque recebia voto e ficava de boas; outras vezes  sentia mais. Mas é uma situação muito delicada o relacionamento no jogo - já fica aí a dica para quem for entrar nas próximas edições. É difícil quando você está com uma pessoa que não faz parte do mesmo grupo de amigos que você, nem você do grupo de amigos dela. Várias pessoas próximas a ela votaram em mim, se não me engano, Camilla, João e Thaís. É complicado separar os sentimentos. Acho que a gente daria muito certo se não tivesse o jogo interferindo. Tinha horas em que a gente estava chateado com o jogo e acabava descontando um no outro. Ia dar um “bom dia” e já virava aquela coisa ácida na porta do confessionário; passava o dia de nariz torcido. Não acredito que o nosso relacionamento tenha atrapalhado o jogo. Acho que o jogo atrapalhou o nosso relacionamento. Prefiro ver dessa forma, porque é muito difícil conciliar as duas coisas lá dentro. A pessoa que dorme com você é amiga de quem te quer fora do programa. Assim como ela teve uma situação com o Projota, em que ela não ficou feliz e eu entendi perfeitamente.

Pretende levar a relação adiante, fora da casa?

  • Uma das primeiras coisas que quero resolver aqui fora é essa. Mesmo que seja para a gente sentar e ter uma conversa para escutar o que não quero. Eu quero, sim, ver o que ela tem para falar e também quero pedir desculpas por qualquer coisa. E a partir daí a gente vê se compensa. Fiquei muito feliz porque soube que tem muita gente que gostou de nós juntos. Isso me confortou de certa forma e me deixou mais tranquilo. Tem gente que ainda shippa o casal, e já faz mais de um mês que a gente não se vê. As pessoas ainda estão na esperança. Não vou gerar expectativa, mas é algo que quero conversar e, se for da vontade de ambos, vamos tentar. Vai ser muito bom não ter que votar em ninguém e ter a relação ao mesmo tempo (risos).

Capixaba Arthur em cena no
Capixaba Arthur em cena no "BBB 21". (Rede Globo/Reprodução)

O que o "BBB" representou na sua vida?

  • Quando me mudei para o Rio de Janeiro, vim contratado por uma empresa; antes morava em Conduru. Estava há quatro anos tentando entrar nessa empresa e, de repente, um dia, eles me chamaram para fazer um teste, no qual fui aprovado. No dia em que sentei para assinar o meu contrato, falei para a minha patroa que só duas coisas me tirariam do meu trabalho sem pensar duas vezes: o "BBB" e o Flamengo, que é meu time do coração, onde tenho o sonho de trabalhar com preparação física, que é a minha área. Quando o "BBB" surgiu na minha vida, estava dando aula. Apareceu notificação no relógio e deixei a aula no meio do caminho para ver o que estava acontecendo. Hoje coloco o "BBB" ao lado do nascimento do meu sobrinho como o momento de maior emoção e realização para mim. Como falei, não me perdoaria se, com 80 ou 90 anos, eu não tivesse entrado no programa, não tivesse feito o que fiz, jogado, me arriscado. Se não tivesse deixado a minha vida aqui fora sabendo dos riscos. Coloco o "BBB" no lugar mais alto da prateleira lá de casa. Eu tenho um carinho enorme e uma admiração pelo programa. Nunca mais vou conseguir ver da mesma forma, nunca mais vou jugar alguém que entra no confessionário, dá uma pipocada e vota por afinidade, nem no jogo quando dá a plaquinha para o amigo. Não tem mais como apontar o dedo para ninguém. Vi de dentro para fora e de fora para dentro já. Sou privilegiado. Não são nem 500 pessoas no país que já passaram por essa experiência. O "BBB" está no Top 1 da minha vida.

Que amizades você pretende manter fora do BBB?

  • O Projota foi o cara que esteve mais próximo a mim. Às vezes em que ele teve que apontar para mim, ele fez, não passou a mão na minha cabeça. A Carla, a Pocah também. Fiquei sabendo hoje que a torcida dela veio para cima de mim, não entendi nada, já que estava protegendo ela lá dentro, tentando fazer o certo. Acho o Caio uma pessoa com o coração gigante, super engraçado, alto astral, família. Me espelho muito na relação dele com a esposa e é um cara que tenho vontade de manter a amizade. Tem o Gil, que passei a amar. A gente começou se votando, na “cachorrada”, como ele fala. E no final das contas, um respeito absurdo, um carinho, brincadeiras que todo mundo disse que foi divertido ver. Esses cinco são os principais, mas, como falei, quero carregar todo mundo do lado esquerdo do peito e espero ter uma relação muito boa aqui fora.

Você protagonizou diversos desentendimentos com o Fiuk até fazerem as pazes, nas últimas semanas. O que te incomodava nele? Ele era seu maior rival?

  • Tudo começou quando vetei ele de uma prova. O meu primeiro veto foi o Gil e não imaginava que teria um segundo. Olhei para o sofá e estava todo mundo cabisbaixo, algumas pessoas me olhando com medo. Ele era a única pessoa que estava sentada atrás de mim; é mais fácil a gente fazer as coisas sem olhar para a pessoa. Aí vetei ele e depois falei na cozinha que não me sentia bem com aquilo, que estava envergonhado com a minha atitude. É um cara que admiro, já vi novela dele aqui fora – acompanhava ‘Malhação’, quando ele fazia o Bernardo; minha família é fã do Fábio Júnior. Enfim, uma pequena decisão começou a gerar alguns atritos e a troca de farpas, que não eram só da minha parte. Ele jogava umas alfinetadas e sou meio impulsivo, tem horas que não consigo ficar quieto. Jurei que se ganhasse os anjos colocaria sempre ele no monstro (risos). Esse é o Arthur, às vezes, a minha forma de explodir. Para mim, foi muito importante ter saído da casa com esse sentimento de termos nos perdoado. Acredito que foram mal-entendidos e que aqui fora a gente vai se dar muito bem. Vejo como rival no jogo, que tinha uma opinião diferente, um grupo diferente. Mas nas festas estávamos sempre nós dois no final, abraçados, cantando (risos). Deve ter sido bem engraçado de assistir.

Quem chega à final do "BBB 21"? E para quem fica sua torcida?

  • Já tinha comentado com a Pocah que achava que as personalidades do Gil e da Juliette eram muito fortes. Inclusive, quando  fui líder e coloquei ela no paredão, disse que poderia estar indicado a pessoa mais forte aqui fora. E falei dela segunda-feira, que mesmo nas brigas, estava sempre segurando a minha mão, me acalmando. Eu vejo a Ju e o Gil como finalistas e acho que, pelas circunstâncias de jogo, o Fiuk chega no Top 3. Acho que a galera vai para cima da Pocah nesse paredão. A Ju e o Gil são duas pessoas muito especiais para mim, mas a torcida vai para o Gil, de quem eu me aproximei mais no final.

Quais são seus planos daqui para frente?

  • Fiquei sabendo hoje que a minha academia em Conduru está terminando de ser construída - era um sonho que tinha. Lá era o meu projeto social e quando “quebrei” na pandemia, precisei deixar parado. E agora meu pai está reconstruindo do lado da nossa casa. Pretendo continuar na minha área, que é o que gosto de fazer. E voltar a ajudar minha galera de Conduru porque agora eu sou o Arthur Picoli de Conduru. Estou muito feliz com isso. Conduru é meu refúgio: quando tudo desanda é para lá que eu vou. Pego minhas cachorrinhas, vou correr, tomar banho de rio com elas. É onde estão minha família e meus amigos mais próximos. Também quero voltar a trabalhar como modelo, ver se ainda tenho jeito para a coisa aqui fora.

Este vídeo pode te interessar

*Com informações do site de imprensa da Globo

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais