Três dos cinco artistas indicados ao Grammy 2021 de melhor álbum infantil recusaram suas nomeações em protesto pela ausência de negros na categoria.
A decisão, tomada em conjunto pelo cantor Alastair Moock e as bandas Okee Dokee Brothers e Dog on Fleas, foi comunicada em carta publicada nas redes sociais. Nela, os músicos dizem que "não poderiam, em sã consciência, se beneficiar de um processo que historicamente negligenciou as mulheres e artistas negros".
No texto, eles argumentam que a indicação de apenas brancos para a categoria – e dos quais só um é mulher – não configura uma aberração no cenário da música infantil, já que, nos últimos dez anos, só 6% das indicações tinham liderança ou coliderança de pessoas negras e cerca de 30% eram lideradas por mulheres.
"Esses números seriam decepcionantes em qualquer categoria, mas, num gênero cujos artistas têm a tarefa única de modelar justiça, bondade e inclusão, os números são inaceitáveis", dizem os artistas na carta.
Em entrevista à rádio americana NPR, a diretora de diversidade, equidade e inclusão da academia do Grammy, Valeisha Butterfield Jones, disse que a instituição tem trabalhado para aumentar a diversidade entre os membros da academia e nos comitês de indicação. "Somos uma instituição que está pronta para mudanças, mas os desafios que enfrentamos não são exclusividade nossa, ou da nossa indústria", diz.
Com a saída dos três indicados, o Grammy de melhor álbum infantil será disputado entre a cantora Joanie Leeds e o músico Justin Roberts. Leeds recebeu o apoio dos artistas que se retiraram e comentou que estaria sendo incoerente se não optasse pela permanência.
"Eu não recusei porque meu álbum é sobre empoderar mulheres jovens. Eu tenho 20 mulheres no meu álbum. Então, para nós, seria ir contra a nossa mensagem", afirma.
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