Lançada no último dia 11 de novembro, a primeira temporada de "Nasce Uma Rainha", série sobre histórias de drags brasileiras de produção original da Netflix, caiu na graça dos espectadores, que elogiaram bastante os episódios pela internet. Parte desse sucesso cabe a Wagner Vieira, publicitário do Espírito Santo que há dois anos mora em São Paulo.
O capixaba compôs a equipe não só de seleção do elenco como a preparação de pessoal e, nas gravações, chegou a acompanhar as personagens que estrelam o reality LGBT+. Quem assinou o trabalho final foi o coordenador do trabalho, Tiago Soares. Foram quatro meses de pesquisa de elenco até terminar de gravar, em fevereiro deste ano, fala ele, que também foi contratado para trabalhar em "Game dos Clones", programa comandado por Sabrina Sato na Amazon, e "Casamento Às Cegas", também da Netflix.
"O que mais impressiona, dentro dessa experiência maravilhosa, é o tamanho dessas produções. Tanto Netflix quanto Amazon, imagina... Você tem uma equipe grande no set, uma estrutura imensa, que vai do casting até todas as equipes dos funcionários, que são realmente vistos como equipe e não mão-de-obra", fala.
Por conta dessas oportunidades que o publicitário de 32 anos decidiu se mudar do Espírito Santo para a capital paulista. Além de publicitário, sou produtor audiovisual. No Espírito Santo, trabalhei mais com marketing. Fiz dois filmes, um chegou a concorrer no Festival de Cinema de Vitória, inclusive. Mas em São Paulo, que é um mercado grande e aberto, você tem a chance de desenvolver um projeto, oferecer para uma empresa grande e ela comprar sua ideia. Há investimento e há mente aberta, avalia.
Por outro lado, também há desafios em mercados amplos assim. Como, por exemplo, ser o responsável por fazer a filtragem de todos que tentam a sorte para participar de uma superprodução como a de "Nasce Uma Rainha".
Na série, dividida em seis episódios nesta primeira temporada, seis artistas participam de uma espécie de workshop com as apresentadoras as drags Gloria Groove e Alexia Twister para encontrarem suas drags ou kings interiores e deixarem eles aflorarem. No fim, tínhamos 80 que estavam totalmente aptas a entrar. Mas eram só seis vagas. Então, aos poucos, fomos aplicando filtros e as pessoas vão caindo. Mas eram 80 histórias ótimas que poderiam ser contadas, confidencia.
O processo de seleção, até chegar a esse estágio final, passa por algumas etapas. E Wagner explica: É tudo bem tranquilo. A gente quer personagens reais, pela natureza do reality. A gente começa buscando indicações de pessoas, depois vai para rua ser olheiro mesmo. Em seguida, vamos para as redes sociais fazer seleção com um universo muito maior. No caso de 'Nasce Uma Rainha', como a transformação era grande, a pessoa tinha que ter muita certeza que queria participar, ter aquilo muito bem desenhado na cabeça. Porque foi uma transformação de vida.
E é claro que, além do caráter transformador, o reality de drags também abre precedentes para o debate da diversidade no País.
Falar de drag no Brasil é uma bandeira muito importante que a Netflix quer e tem que levantar. Então, talvez o canal fique interessado em investir nessa diversidade desse público que a gente tem e, de repente, abrir uma porta na Bahia, Espírito Santo, abrindo, quem sabe, uma segunda temporada dando mais essa oportunidade, conclui.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta