Quem diria que as faixas de concursos de miss pelo mundo saem do Espírito Santo. É o que acontece, há quase três anos, depois Helder Alves de Brito e sua esposa, Dete Camporez, resolveram se aventurar por esse mundo criando seus primeiros trabalhos na varanda de casa, em Viana. Ele, que começou fazendo bordados em toalhas e camisas para uniformes, agora despacha a "segunda coroa" de misses no Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Bolívia e, em breve, até no Japão.
"A organização de um concurso do Japão já fechou com a gente. Só estamos acertando e vendo como podemos fazer com a logística de entrega", explica Helder, contando o pequeno problema que enfrenta para entregar o produto: "O endereço veio em japonês, então acho que vou ter que traduzi-lo para enviar corretamente", conta.
PEDIDOS
De qualquer lugar do mundo, um cliente que pedir ao casal uma faixa de miss e receber, em algumas horas, um esboço do produto. A partir do desenho, deve escolher as cores e materiais que irá querer para decorar o item de luxo e, em até uma semana, o terá em mãos. Esse é o processo pelo qual já passaram mais de 50 concursos para os quais os capixabas já produziram as faixas.
O item é feito com dois tipos de tecido, o que já leva de dois a três dias para ser confeccionado. "Nós usamos um cetim especial e a roseta (parte redonda, que une os dois lados da faixa e fica na altura da cintura) leva um tecido específico. E se a faixa ainda tiver pedrarias, elas são bordadas à mão", detalha.
"A primeira faixa que a gente mandou para fora foi para os Estados Unidos, para o concurso Miss Brasil USA 2017", lembra Helder. Na ocasião, ele estava começando a se aventurar no mundo das faixas. "De lá para cá, nossos pedidos foram só aumentando. Um indica para o outro e eles acabam nos conhecendo pelas redes sociais, que hoje são nosso forte na empresa. Se tivéssemos só uma loja física, por exemplo, tenho certeza que não teríamos esse retorno", completa ele, explicando que cada faixa custa, em média, R$ 300.
CONTRATAÇÃO
Com toda essa demanda, a produção que era de, no máximo, 40 faixas por mês, passou para até mais de mil. "Não tem como colocar um número, porque nem sempre acontecem concursos. Mas, para alguns eventos, a encomenda chega a ser de milhares de faixas", completa.
O crescimento do negócio dentro do ramo em pouco mais de dois anos de trabalho faz Helder e Dete estudarem a contratação de funcionários, a ampliação o espaço de confecção e o investimento em equipamentos mais modernos.
"Nós temos um desses grandes concursos para fazer e estamos avaliando contratar duas ou três pessoas para nos ajudar", diz, completando: "A primeira fase sou eu quem faz, com a máquina. A finalização é com a minha esposa, que geralmente é a parte em que a faixa é decorada com a pedraria". Ele esclarece que também pretende comprar uma nova máquina, mais moderna, e ampliar o espaço em que trabalham, em Viana.
NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
Segundo Helder, praticamente todos os contatos que ele recebeu de concursos de fora do País, partiram das redes sociais. Ele conta que, por meio delas, os clientes se mostram interessados pelas fotos e vídeos que são postados e, então, pedem um orçamento ou já encomendam o produto. "Muita gente já conhece porque esse meio, no âmbito internacional, é bastante conhecido entre os organizadores. Então um indica para o outro", avalia.
Nesses casos, as negociações internacionais são quase que totalmente virtuais. Dependendo da complexidade da faixa, ela pode levar até uma semana só para ficar pronta.
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