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Cidade Invisível: Victor Sparapane espera fazer o boto na 2ª temporada

Cidade Invisível: Victor Sparapane espera fazer o boto na 2ª temporada

Bonitão, de 29 anos, está fazendo sucesso pela performance como o boto na série sobre folclore brasileiro na Netflix. Ele conta detalhes da superprodução e possível segunda temporada da trama

Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 13:50- Atualizado há 4 anos

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O ator Victor Sparapane
O ator Victor Sparapane. (Reprodução/Instagram @victorsparapane1)
Autor - Pedro Permuy
Pedro Permuy
Repórter do Divirta-se / [email protected]

A história de resgate da cultura do Brasil e reconexão com a natureza defendida em Cidade Invisível, da Netflix, por si só está fazendo o maior sucesso. A série está no TOP 10 da plataforma em 60 países no mundo. Além da trama, que mistura folclore e suspense, a beleza de um ator vem chamando atenção na produção e fora dela. Trata-se de Victor Sparapane, o Manaus da série.

O ator deu vida ao boto-cor-de-rosa na primeira temporada. Mesmo com a participação curta e um possível fim para seu personagem, ele espera voltar na segunda temporada. "Ainda não temos nada concreto. Só tem nossa vontade e a força de todo mundo que tá assistindo, porque isso realmente faz muita diferença", explica Victor.

O shape do rapaz e sua atuação representando o boto-cor-de-rosa do folclore brasileiro estão dando o que falar na internet há alguns dias. Mas nada que o incomode – ele até gosta do rótulo de galã.

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Que não seja só um galã. Que seja, sim, um galã, mas que eu saiba explorar isso com profundidade, sob outras perspectivas

Victor Sparapane
Ator
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Os sete episódios da série narram basicamente a trajetória de um fiscal ambiental, o Eric, vivido por Marcos Pigossi, que descobre um mundo oculto das figuras mitológicas do Brasil depois de uma experiência pessoal que seu personagem tem na trama. Quando descobre que essas entidades convivem com humanos na Terra, se vê em um universo totalmente inédito e o desenrolar da história passeia por esse viés imaginário.

Assim como na lenda, o personagem de Victor sai dos rios em noite de lua cheia e esbanja sensualidade. Com esse dom de seduzir, encanta mulheres e as atrai para as margens dos afluentes, tem relações e volta para o rio.

“Por ser folclore, busquei referências na mitologia grega e na literatura espanhola. Pesquisei os grandes galanteadores que existem na literatura, os grandes sedutores do cinema e da história. E tudo isso refletiu na proposta da série, que é reconectar o espectador com a natureza e a história do Brasil”, defende, em entrevista exclusiva à Gazeta.

Sobre seu personagem, detalha: “Eu o criei na base de Narciso, da mitologia grega. E a gente está mesmo precisando criticar esse Narciso. Todo mundo tem esse Narciso dentro de si. E isso apareceu nos episódios porque Manaus trabalha com a beleza. É como se ele ficasse viciado em se admirar. E vejo muita gente hoje em dia que tem, em algum nível, isso na própria vida. É algo que não devemos julgar, mas observar”.

O ator – que já trabalhou em Malhação, na Globo, e em novelas bíblicas da Record, emissora em que está escalado atualmente (ele fará a última fase da novela Gênesis, que estreou em janeiro) – também confidencia que fez uma espécie de “laboratório humano” para se preparar para os episódios da Netflix. Durante o bate-papo, Victor também adianta novos trabalhos e fala sobre como a experiência de novela o ajudou para filmar uma série de alto padrão de produção.

O ator Victor Sparapane
O ator Victor Sparapane. (Pedro Pereira)

Em Cidade Invisível, você interpreta Manaus, que é um personagem que explora a beleza e a sensualidade durante a trama. Como foi essa construção? Você naturalmente já se considera com essas mesmas características?

  • Alguns aspectos a gente sempre busca na nossa referência humana, nossa perspectiva de ver isso na vida. Não só de mim, mas do que já vi na vida. E por ser folclore, busquei a mitologia grega e literatura espanhola para isso. Pesquisei os grandes galanteadores, busquei todos esses grandes sedutores do cinema e da história, pesquisando por livro, e também fiz um pouco de experiência. Quando fui fazer teste de maquiagem, por exemplo, cortaram o topo da cabeça que eu usei no set para ver como eu respiraria na série e isso já me dava uma sensação de como se eu estivesse com um corpo estranho dentro de mim. Se fosse sair para alguma festa, por exemplo, ia com essa estrutura e de chapéu, testando aquilo, uma espécie de laboratório vivo. O set também influencia muito nesse sentido. Com quem vai estar em cena... Mas o trabalho em casa, como esse que fiz, serve muito também. Para o personagem ficar vivo. Não ficar mecânico.

Dentro de toda a trama, qual acha que foi o papel principal do seu personagem na série?

  • Papel principal dele e da série, além de resgatar nossa cultura, é resgatar nossa conexão com a natureza. É o que mais temos perdido, cada vez mais na bolha da internet... Meu personagem, eu o criei muito na base de Narciso, da mitologia grega. E a gente está realmente precisando criticar esse Narciso. Todo mundo tem esse Narciso dentro de si. E trouxe isso porque Manaus trabalha com a beleza e é como se ele ficasse viciado em ficar se admirando. E vejo muita gente hoje em dia que tem, em algum nível, isso na sua vida. É algo que a gente não deve julgar, mas reparar e se observar.

Desde antes de Cidade Invisível, com Malhação e as novelas bíblicas da Record, você ganhou repercussão internacional. Já fotografou para revistas na Espanha, França e teve trabalhos de modelo em mais países. Primeiro, a que atribui esse sucesso em um espaço de tempo relativamente curto?

  • O espaço de tempo foi curto, mas o espaço de preparo foi longo. Porque estou nessa carreira desde 2008. E antes da oportunidade surgir tem muito trabalho emocional, dedicação. E as pessoas só enxergam quando a semente está brotando. Mas meu projeto já vinha de muito tempo. Eu já estudava outras línguas, tenho como missão ser um artista que possa desfrutar de várias possibilidades, que possa contar vários tipos de história. Que não seja só um galã. Que seja, sim, um galã, mas que saiba explorar isso com profundidade, sob outras perspectivas.

E, em segundo lugar, como acha que essas experiências anteriores te ajudaram a chegar à Cidade Invisível?

  • Depois que você toma muito ‘não’, você começa a ver o que não fazer. Você se vê de outra forma. Você começa a entender que às vezes você pode errar e pode aprender com o erro. E que, às vezes, a gente demora a atingir maturidade para um trabalho de alto nível. Acredito que sou um ator que sempre vou evoluir, porque tenho muita curiosidade. 

E teve algum ponto na série que te chamou mais atenção do que nos trabalhos anteriores? Ou vice-versa?

  • O que me chamou a atenção foi ver um tipo de entrega que é difícil de ver na televisão, pelo volume de cenas gravadas talvez. Eu, que venho de duas novelas seguidas na Record, nunca tinha feito um trabalho tão intervalado, que eu viajava, mas ao mesmo tempo tinham poucas cenas para gravar, então pude explorar cada nuance. Isso faz o personagem criar muita profundidade que talvez eu nunca tenha encontrado na novela.

O processo é muito diferente?

  • É outro processo. Na novela, você tem que estar preparado sempre, porque o personagem muda. Às vezes, você está correndo e depois tem que fazer uma cena triste, depois uma cena em que está bêbado. Aprendi a criar improviso a partir da novela. Essa bagagem me ajuda a fazer o que faço no set da série. Mas é o tempo que muda, basicamente.

E por ter debruçado no tema, acha que falta ao brasileiro valorização da história nacional, do folclore?

  • Eu acredito que na verdade a série traz muitos elementos brasileiros. Eu não concordo que o brasileiro não goste do Brasil. Porque eu amo esse País, eu não consigo não amar. Eu tenho muita fé no brasileiro, por mais que a gente erre. Somos seres humanos, falhos. Mas tenho esperança e fé, temos tudo para mostrar o nosso melhor. E acho que a série tem muito disso. Talvez a gente possa mostrar mais coisas boas que existem aqui. Porque é mais fácil falar do ruim do que existe de bom.

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A conexão da natureza faz você valorizar as pequenas coisas boas que a vida tem. Para ver a beleza nas coisas, basta você buscar um olhar mais simples

Victor Sparapane
Ator
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O ator Victor Sparapane
O ator Victor Sparapane. (Reprodução/Instagram @victorsparapane1)

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É inegável que você vem sendo colocado como galã da série. Te incomoda o rótulo? Como lida com os comentários na internet?

  • Isso para mim é uma semiótica que contribui para a história, para ela poder ter um elemento estético que é interessante, que vende. Querendo ou não, é um produto que precisa ser visto, compartilhado. E eu fico feliz de poder contribuir dessa forma, de trazer isso e as pessoas acreditarem. Fico muito grato. Acho que cada ator conseguiu contribuir da melhor forma. É um projeto raro. Acho que será um marco para a produção audiovisual.

Tem algum trabalho, alguma atuação, algo que tenha o sonho de fazer que ainda não fez?

  • Quero fazer o boto na segunda temporada, um personagem que eu adoraria fazer.

Mas já existem coisas concretas sobre a segunda temporada?

  • Ainda não temos nada concreto. Só tem nossa vontade e a força de todo mundo que tá assistindo, porque isso realmente faz muita diferença.

Na carreira em geral, você já está indo para a terceira novela bíblica na Record. É um nicho diferente da teledramaturgia tradicional...

  • Para você fazer bem a novela bíblica você tem que estudar muito. Não é ser só natural, não é algo contemporâneo. Tem que colocar verdade com uma outra maneira de colocar as palavras. Então para ser orgânico, tem que treinar. Fiz um treinamento de leitura que eu mesmo coloquei para mim como desafio para chegar a um nível interessante. Dependendo do personagem bíblico, você nem tem relato disso, do que ele foi, se ele for mais pobre. Você tem relatos dos imperadores, das pessoas que tinham mais condições naquela época. Mas eu fiz um personagem uma vez, um soldado, e simplesmente não existia nada dele. É muito interessante nesse sentido também. Eu vou atrás de um repertório histórico que até para construir o boto me ajudou.

E tem outros trabalhos à vista que já possa anunciar?

  • Estou em Gênesis. Faço parte da última fase, mas não sei datas. Ainda estou aqui esperando o texto, mas já estou buscando referências que estão no entorno dessa história. Tem um livro, A Tenda Vermelha, que está sendo minha referência maior nesse trabalho.

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