Felipe Prior pode ser chamado de um dos participantes mais polêmicos do "BBB 20". Ele foi eliminado do reality da Globo em um paredão histórico, com mais de 1 bilhão de votos. Agora, de acordo com informações exclusivas obtidas pela revista Marie Claire, o ex-brother é acusado por duas mulheres de estupro e por uma terceira de tentativa de estrupo.
As três apresentaram denúncia no Fórum Central Criminal neste ano e são representadas pelas advogadas Maira Pinheiro e Juliana de Almeida Valente. Os episódios criminosos teriam acontecido entre 2014 e 2018 envolvendo, até, momentos em que ele estava na InterFAU - jogos promovidos entre alunos de Arquitetura de algumas faculdades do Brasil.
Uma das vítimas, identificada como Themis (pseudônimo) pela reportagem de Marie Claire, chegou a ter o lábio vaginal esquerdo lacerado tamanha violência e força com que Prior a teria atacado dentro de um carro.
Na ocasião, em 2014, Themis que hoje tem 27 anos de idade relata à revista que pegou uma carona com Prior junto de uma amiga. Ele deixou a amiga na casa dela e seguiu para a próxima parada, quando o ex-BBB desligou o carro e começou o ataque. A jovem, que admite que estava embriagada no momento, disse que por conta da bebida não tinha força física para conter o ex-brother, mas que negou o ato sexual diversas vezes, porém sem êxito.
De acordo com o depoimento dela à Marie Claire, Prior ainda teria reagido à sua negativa: Para de ser fresca, no fundo voce? quer, na?o e? hora de se fazer de difi?cil. Então, Felipe teria estuprado Themis.
Na mesma noite, a vítima teve que ir ao hospital para atendimento emergencial, já que estava até usando fraldas para conter o sangramento que o estupro lhe causou. Precisou ficar dias de cama tendo que ser ajudada até para se levantar e andar. "Tudo para mim se resume a uma grande agonia no peito", disse a jovem à jornalista Natacha Cortêz, com a colaboração de Kellen Rodrigues.
No mesmo documento que denuncia a agressão sofrida por Themis, outras duas meninas relatam estupro e tentativa de estupro, respectivamente.
A criminalista Maira Pinheiro, advogada das três vítimas, explica como chegou às denúncias de estupro. "Esse trabalho começou no final de janeiro, a partir da conversa com a primeira vítima. Conforme tivemos informações sobre a existência de outras, percebemos que, para que os fatos fossem relatados com a devida profundidade e complexidade, teríamos que fazer uma investigação defensiva abrangente. E assim chegamos à segunda e à terceira vítimas e às demais testemunhas. Tivemos inclusive notícia de pelo menos uma outra, que acabou preferindo não depor", disse, à revista.
Sobre o fato de as jovens não terem registrado boletim de ocorrência na ocasião dos crimes, a especialista completa: "Precisamos entender que lidamos com vítimas reais e não ideais. Acompanhando esse tipo de caso cotidianamente, percebemos que infelizmente é comum que entre a ocorrência da violência e a decisão de denunciar, passe um certo tempo. Isso tem a ver com o tratamento revitimizador que muitas dessas mulheres recebem junto às instituições, a falta de apoio de amigos e familiares e, de maneira geral, com a cultura do estupro, que normaliza situações de violência sexual e não cultua a valorização do consentimento. Todas as vítimas relataram sentimentos de culpa após os fatos. Isso é emblemático, pois revela como, diante desse tipo de caso, o senso comum tende a focar mais numa suposta 'responsabilidade' da vítima em não ser capaz de evitar os atos do agressor".
No Brasil, o crime de estupro consta no artigo 213 do Código Penal e consiste em: "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso". O estupro é tipificado como crime hediondo e é válido mediante violência real (agressão) ou presumida (praticado contra menores de 14 anos, alienados mentais ou pessoas que não possam oferecer resistência). Atualmente a pena é de seis a 10 anos de reclusão, aumentando para oito a 12 anos quando há lesão corporal da vítima.
Segundo a Marie Claire, procurado pela reportagem, Felipe Antoniazzi Prior não quis se posicionar, depois de sua assessoria negar os fatos.
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