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Elza Soares, sobre preconceito: 'Quando morremos, morremos iguais'

Elza Soares, sobre preconceito: 'Quando morremos, morremos iguais'

Cantora ainda destacou Central de Atendimento à Mulher em participação de painel sobre 'a existência e a resistência da mulher negra' na Virada Sustentável 2020

Publicado em 1 de outubro de 2020 às 13:12

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A cantora Elza Soares
A cantora Elza Soares. (Marcos Hermes)

A cantora Elza Soares participou de um evento na Virada Sustentável que abordou "a existência e a resistência da mulher negra" nesta quarta-feira, 30. "Você com o microfone na mão tem o direito de falar o que você quiser. Principalmente de defesas importantes como essas, da mulher, da raça negra. Faço isso com muito carinho, muita vontade e muita gana de fazer. Faço isso porque acho que é meu dever", afirmou.

O Estadão é o portal oficial do evento Virada Sustentável 2020, que neste ano completa dez anos.

"A Virada Sustentável me desafiou a responder uma pergunta importante: se eu pudesse recriar um futuro para mim e para o mundo, como seria? Eu gostaria que não houvesse preconceito de nenhuma forma, sabe? Nem preconceito racial, de gênero, nem nada. Somos humanos, gente, quando morremos, morremos iguais. Temos que parar de olhar para o próprio umbigo e pensarmos como sociedade", refletiu.

Em outro momento, Elza Soares ressaltou a importância do número 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher (clique aqui para mais informações): "Tem que denunciar mesmo. Não ficar calada e não fechar a boca. Tem que denunciar e ponto".

Na parte artística, afirmou que deve lançar uma nova música na próxima terça-feira, 6, Divino Maravilhoso, em parceria com Flávio Renegado. Questionada sobre seus "amores", foi enfática: "Os amores continuam, graças a Deus!"

Sobre os cerca de 10 anos que morou na Itália, relembrou: "Deixar teu País é horrível. Ficar no quintal dos outros é uma coisa que não tem explicação, nada a ver. Mas não tinha o que fazer, assim eu fiz. Era preciso."

Por fim, Elza Soares encerrou com uma mensagem de positividade: "Acredite sempre no amanhã, o amanhã é melhor do que ontem, hoje é bem melhor. Sempre acreditar, minha gente. Acreditar, acreditar e acreditar."

O painel também contou com outras três mulheres negras: Benilda Brito, coordenadora do Programa de Direitos Humanos do Odara, Instituto da Mulher Negra, Maíra Azevedo, a influenciadora Tia Má, e Wanda Chase, jornalista e ativista do movimento negro.

GATINHA

Logo no início da transmissão, Tia Má, que está grávida, saiu da conversa. "Maíra está saindo porque está sentindo as dores do parto da chegada da 'gatinha' dela. A gente deseja um bom parto para ela, e que essa menina seja muito feliz", informou Wanda.

"Eu só posso agradecer pela oportunidade de conversar com você e dizer o quanto, para mim, sua existência é importante. Que a minha filha, que vai chegar ao mundo, vai ter a honra de saber que para ela poder existir, mulheres como a senhora batalharam muito para que a gente pudesse ter um pedaço de espaço em uma sociedade tão racista, tão machista, mas que a gente não sucumbe. A gente entendeu que resistir é a arte mais profunda que a gente pode desempenhar", disse Maíra.

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Elza respondeu com um trecho da música Libertação: "Eu não vou sucumbir... Eu não vou sucumbir!".

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