Pense num gringo gente fina? Pode apostar que esse é o perfil de Kaysar Dadour, o sírio "mais brasileiro" (como ele mesmo se define) que ganhou fama ao conquistar o país após sua participação no "Big Brother Brasil 18", quando ficou em segundo lugar, perdendo o prêmio de R$ 1,5 milhão para a acriana Gleici Damasceno.
"'Caraco' (usando o seu bordão que ficou famoso na época do reality), mano! O programa mudou a minha vida e incluo aí a vida da minha família também, que conseguiu sair da Síria depois da repercussão da história na TV. Sou grato até hoje, pois o 'BBB' abriu portas na minha carreira", defendeu o rapaz, que conversou com "Divirta-se" para falar sobre o lançamento como cantor, com o funk "Fogo no Parquinho", música que conta, inclusive, com a chamada do Big Fone e tudo mais.
Já disponível nas plataformas digitais, a faixa, com muito bom humor, remete a momentos vividos por um participante do reality show global... Mas, espera, um sírio cantando funk? É isso mesmo, Bial - ou Tiago para quem não é das antigas -?
"Me apaixonei pelo estilo animado do funk desde que cheguei ao Brasil. Gosto de dançar, rebolar e curtir a alegria que o ritmo tem. Compus e gravei 'Fogo no Parquinho' na semana passada, em parceria com (os cantores) Zain e Bressan", explica, dizendo que, agora que pegou gosto por cantar, não pretende mais parar.
"Já temos duas músicas novas na cabeça. Hoje mesmo vamos gravar uma delas. Em duas semanas, devo lançar outro funk, 'Perfeitinha', está muito bacana", adianta.
Em trecho de "Fogo no Parquinho", Kaysar fala sobre os já famosos "cancelamentos" nas redes sociais, o temor de muitos participantes da atração.
"Não podemos julgar ninguém e nem 'apontar o dedo' sobre os erros dos outros. Isso é horrível, pois a pessoa está la dentro, confinada, sofrendo uma pressão psicológica muito grande. Às vezes, nem compreendendo bem o que fala", citando, como exemplo, Karol Conká, que, por declarações e posturas polêmicas, vem ganhando muitos desafetos do lado de fora da casa mais vigiada do Brasil.
"Não a julgo. Penso que a família está sofrendo muito acompanhando toda essa repercussão. Quando a pessoa sai do programa, tem um choque de realidade muito grande. Para a Karol vai ser pesado, pois todo mundo está falando dela. A internet, às vezes, pega pesado demais e muitos a usam para, anonimamente, falar o que pensam".
É impossível conversar com um ex-BBB e não ser clichê, soltando uma pergunta óbvia: "Como você fez para não enlouquecer, vivendo preso em uma bolha durante quase 100 dias?". Com uma gargalhada, Kaysar responde, de forma matreira. "Mano, comendo muita goiabada e nadando naquela piscina maravilhosa", brinca, do outro lado do telefone.
Exageros à parte, Dadour se emociona quando fala da vinda de seus pais para o Brasil, ainda em 2018. "Moram em Curitiba e gostam muito daqui. Claro que sentem falta da Síria, afinal, os tirei de lá com 60 anos. Idosos não se adaptam com tanta facilidade. O legal é que eles encontraram amigos que falam árabe e que têm os mesmos costumes. Isso ajuda bastante", explica.
Kaysar afirma que, para os familiares, é um alívio ter deixado Alepo, cidade síria massacrada por conflitos armados. "Imagina ver crianças mortas, bombas e prédios destruídos, diariamente? Para eles, estar aqui é uma outra realidade e somos muito gratos pelos brasileiros terem nos recebido de braços abertos. Minha mãe está apaixonada pelas novelas. Ela não fala quase nada de português, mais fica encantada com as belas paisagens. Quando posso, sento ao seu lado para traduzir o que os atores estão dizendo", responde, sem esconder a emoção.
Por falar em novelas, Kaysar Dadour participou de "Órfãos da Terra" e também do filme (e da série) "Os Carcereiros", com produção da Rede Globo, além, é claro, de ter vencido o quadro “Dança do Famosos”, do Domingão do Faustão.
"Amo atuar e estou estudando muito, tendo aulas de atuação e apresentação corporal. Recentemente, gravei um filme policial com Cleo Pires e Silvero Pereira, "Me Tira da Mira". Cleo é maravilhosa, gravamos várias cenas de ação juntos. O filme deve estrear no segundo semestre. Além disso, começo a gravar uma nova série na Globo nos próximos dias, mas não posso adiantar muita coisa. O contrato não deixa", despista, com o peculiar bom humor.
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