Os exames toxicológicos feitos no sangue de Kevin Nascimento Bueno, o MC Kevin, 23, indicaram que o cantor ingeriu a droga sintética MD, álcool e cafeína antes de cair do quinto andar de um hotel na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 16.
Um laudo concluído nesta quinta (27) pelo IML (Instituto Médico Legal) afirma que, "de acordo com as técnicas utilizadas, foi possível detectar no material analisado duas substâncias compatíveis com os padrões de cafeína e metilenodioximetanfetamina (MDMA)".
Também diz que não é possível estipular a quantidade da amostra: "O laboratório de toxicologia não dispõe de metodologia para quantificação destas substâncias. Portanto, não há elementos para afirmar se as mesmas foram utilizadas em doses usuais ou excessivas".
Outro laudo finalizado nesta quinta mostra que "foi detectado etanol no material analisado, na concentração de 13 dg/L [decigramas por litro]", o que segundo especialistas seria suficiente para causar falta de coordenação dos movimentos musculares voluntários e de equilíbrio.
Os exames, obtidos pela reportagem e assinados pela perita Raquel Cenachi Madalosso, corroboram as versões dos amigos, da esposa e da modelo que estava com o funkeiro no momento da queda. Eles afirmaram à polícia que o grupo consumiu álcool, MD e maconha naquele dia a cafeína pode estar relacionada a energéticos.
De acordo com eles, MC Kevin caiu da varanda após fazer sexo com a modelo Bianca Dominguez, 26, e o MC Victor Fontenelle, 23, no quarto 502. A hipótese das testemunhas é que ele teria tentado pular para o quarto de baixo, possivelmente pensando que sua mulher descobriria a traição.
Horas antes, o grupo voltou de um show que o cantor fez naquela madrugada e foi para a casa de um amigo de Kevin, onde foi feito o uso das substâncias. Segundo a viúva, a advogada Deolane Bezerra, 33, Kevin estava "extremamente agitado" quando voltou novamente para o hotel, por volta das 12h.
O casal então teve uma briga porque o artista quis pagar a extensão da estadia de três amigos no hotel. Após a discussão, a mulher relata que Kevin "ficou ligando e insistindo para ela descer e ficar na praia junto aos amigos", mas ela o bloqueou e foi dormir, no quarto 1305.
Enquanto isso, segundo os outros depoimentos, Kevin e os colegas continuaram bebendo e fumando maconha na praia, onde conheceram a acompanhante de luxo Bianca. Durante a conversa, o cantor perguntou se ela "gostava de um presentinho", e ela concordou.
Victor e a modelo foram para o quarto 502 por volta das 17h e o funkeiro chegou cinco minutos depois, combinando que o encontro sairia por R$ 2.000. O amigo Jhonatas Augusto Cruz, 26, entrou e tentou participar da transa algumas vezes, mas foi "expulso" pelo artista porque Bianca só queria ter relações sexuais com os outros dois.
Nesse ponto os depoimentos têm pequenas divergências. Victor afirma que recebeu uma mensagem do colega Gabriel informando que Deolane estava perguntando por Kevin e disse: "Vamos tomar cuidado, vai moiá [complicar]", o que condiz com a fala de Jhonatas e outro amigo. Depois que ele acabou a transa na cama, viu Kevin chamando Bianca para a varanda.
Já a modelo conta que, após o fim da transa com Victor, Jhonatas entrou novamente no quarto e comentou "estão vindo aí", "vai moiá", seguido pela recomendação de Victor para que Kevin saísse. Segundo Bianca, o cantor teria se irritado porque estava pagando e ainda não tinha transado e teria falado: "Vem cá, bebê, quero ficar com você".
Ao chegar na varanda, Bianca Dominguez narra que encontrou o funkeiro encostado no parapeito. Diz não se lembrar exatamente do que a fez voltar a atenção para dentro do quarto, mas quando se virou novamente para Kevin, ele estava passando a segunda perna sobre o parapeito.
Já do lado de fora da sacada, o MC teria descido o corpo e se pendurado. Pelo que ela percebeu, o cantor tentou tomar um impulso para supostamente acessar o andar de baixo, mas caiu, o que Victor corrobora. Bianca Dominguez relata que isso aconteceu em poucos segundos e que ela ficou sem reação.
Kevin caiu ao lado da área da piscina, após bater a cabeça em um piso e em uma barreira de vidro que cercava o local. Chegou a ser socorrido ainda com vida pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu. A necropsia apontou que a causa da morte foi um traumatismo craniano por ação contundente (violenta).
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