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Morre ator Paulo Gustavo aos 42 anos por complicações da Covid-19

Morre ator Paulo Gustavo aos 42 anos por complicações da Covid-19

Há mais de 50 dias internado, Paulo Gustavo apresentou piora após quadro de embolia pulmonar no último fim de semana e não resistiu às complicações do coronavírus. Ator deixa marido e dois filhos

Publicado em 4 de maio de 2021 às 22:11

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O ator Paulo Gustavo
O ator Paulo Gustavo. (TV Globo/João Miguel Júnior)
Autor - Erik Oakes
Erik Oakes
Editor do Divirta-se / [email protected]
Autor - Pedro Permuy
Pedro Permuy
Repórter do Divirta-se / [email protected]

Morreu nesta terça-feira (4) o ator Paulo Gustavo, de 42 anos de idade, por complicações da Covid-19. A informação foi confirmada por meio de boletim médico divulgado nesta noite.

"Às 21:12h desta terça-feira, 04/05, lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, vítima da COVID-19 e suas complicações. Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento. A equipe profissional que participou de seu tratamento está profundamente consternada e solidária ao sofrimento de todos', diz o texto.

O humorista foi internado às pressas no dia 13 de março, após testar positivo para o novo coronavírus, e realizou diversos tratamentos para recuperar as funções respiratórias prejudicadas pela doença. Paulo Gustavo deixa marido, Thales Bretas, e dois filhos, Gael e Romeu.

Na última segunda-feira (3), o boletim médico informou que o humorista havia apresentado uma piora severa no estado de saúde no último domingo (2) e que a situação era de "extrema gravidade". Pouco antes, o ator chegou a ter uma leve melhora e até se comunicou com médicos e o marido, diz a nota do hospital.

“Ontem à tarde, após redução dos sedativos e do bloqueador neuromuscular, o paciente acordou e interagiu bem com a equipe profissional e com o seu marido. À noite, subitamente, houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, quando novos exames demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa. Infelizmente, a situação clínica atual é instável e de extrema gravidade", diz o boletim.

No dia 22 de março Paulo Gustavo precisou ser intubado. Na ocasião, nota da equipe médica que o atendia dizia que o artista precisava da ventilação mecânica para ser tratado de forma mais completa e eficaz. No dia 2 de abril, o quadro de saúde do humorista piorou e ele passou a usar uma terapia popularmente chamada de "pulmão artificial". 

O ECMO, como é chamado pelos médicos, quer dizer oxigenação por membrana extracorpórea. Nesse tratamento, em suma, o sangue do paciente é enriquecido com oxigênio fora do corpo, em uma espécie de filtragem. 

Nos últimos dias, artistas intensificaram a corrente de orações pedindo melhoras ao amigo e humorista.

BIOGRAFIA

Paulo Gustavo deixa um legado para o humor. Seus filmes e participações renderam prêmios e recordes, como o de maior bilheteria nacional com  R$ 143,8 milhões arrecadados na semana de estreia de "Minha Mãe é uma Peça 3".

Nascido no dia 30 de outubro de 1978, em Niterói, no Rio de Janeiro, Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros começou a vida artística no teatro. Em 2005, se formou ator na Casa das Artes de Laranjeiras (Cal), no Rio, mas já tinha tido seu primeiro destaque nos palcos um ano antes, em 2004, com a peça "O Surto!".

Depois das primeiras aparições no palco, começou a explorar personagens mulheres no palco, uma experimentação que mais tarde o faria virar até sua própria mãe nos sets de gravação. Em 2006, Paulo Gustavo encenou cinco papéis femininos no espetáculo Infraturas com o colega Fábio Porchat.

Pouco depois dessa parceria, sua personagem mais emblemática da carreira começou a dar as caras. Dona Hermínia, inspirada em sua própria mãe, Déa Lúcia Vieira Amaral, começou a lotar teatros ainda em 2006. Já naquele ano, Paulo Gustavo foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro, um dos mais importantes da categoria do Brasil.

Entre 2004 e 2007, estreou em "A Diarista". Entre 2006 e 2007, apareceu pontualmente em "Minha Nada Mole Vida" – ambas da Globo. E em 2011 virou apresentador no Multishow. No mesmo canal, estreou com "Vai Que Cola", programa que mais tarde viraria até filme. E, em 2014, chegou a conquistar um reality na emissora, o "Paulo Gustavo Na Estrada".

Em 2013, "Minha Mãe é Uma Peça" foi sucesso de bilheteria nas principais salas de cinema do País e não demorou muito para que a sequência do longa fosse feita. "Minha Mãe é Uma Peça 2" saiu em 2016 e "Minha Mãe é Uma Peça 3" estreou outros três anos depois, em 2019.

Ao todo, foram quatro grandes peças de destaque em seus mais de 15 anos de carreira, sendo: "Minha Mãe é Uma Peça", "Hiperativo", "220 Volts" e "On-line". Além deles, outros cinco programas marcaram sua história na TV: "220 Volts", "A Série", "Vai Que Cola", "Paulo Gustavo na Estrada" e "A Vila".

Nos cinemas, o ator marcou presença em filmes campeões de bilheteria como "Divã", com Lilia Cabral; "Minha Mãe é Uma Peça 1, 2 e 3", em que foi protagonista; "Vai Que Cola – O Filme", que dividiu a cena com o elenco do humorístico do Multishow; "Os Homens São de Marte... E É Para Lá Que eu Vou" e "Minha Vida em Marte", protagonizados por Mônica Martelli.

Foi em 2019, também, que Paulo Gustavo virou pai ao lado do marido, o médico dermatologista Thales Bretas. Depois de uma tentativa frustrada de paternidade em 2017, o casal conseguiu recorrer a um método diferente para ter filhos. Naquele ano, viraram pais de Gael e Romeu, frutos de óvulos de uma doadora e inseminados com material genético tanto dele quanto do esposo. Cada um dos bebês foi gestado em uma mulher diferente.

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