Para Paula Sthephânia, 27, não há graça em dar uma festa sem colocar a mão na massa para fazer a decoração e os docinhos, nem passar o Natal sem ter criado e montado uma guirlanda ou voltar às aulas sem material escolar customizado. A youtuber e apresentadora é uma das rainhas do DIY (abreviação de Do It Yourself) ou faça você mesmo, em português.
Com 3,7 milhões de inscritos em seu canal, a carioca faz sucesso ensinando a crianças as mais diversas artes manuais. E fez tanto sucesso que no ano passado foi convidada pelo Nat Geo Kids a ter seu próprio programa de televisão, o Nat Geo Lab. Na atração, que é a primeira do canal a ser apresentada por uma brasileira, Paula explica como realizar experimentos científicos em casa.
"Eu nem acreditei quando fui chamada. Eu achei que fosse pegadinha e troquei vários emails com o produtor, até que topei uma reunião com eles", diz a carioca, que é publicitária de formação e se apaixonou pelo processo de fazer vídeos no fim da faculdade, ao criar um comercial para o veterinário que cuidava dos cachorros de sua mãe.
Usava o tempo livre para "se expressar" em um blog, onde falava principalmente dos trabalhos manuais que fazia desde pequena por influência das avós, que costuravam e cozinhavam. "Só que eu percebi que as fotos não eram tão boas para mostrar os tutoriais e foi aí que eu entrei no YouTube. Foi meio por acaso", diz ela, que tem oito irmãos e é principalmente influenciada pelo caçula, de 9 anos.
No início, a plataforma não era voltada especificamente para crianças. Mas o visual colorido, a voz aguda e os trejeitos exagerados de Paula acabaram atraindo principalmente meninas, de 8 a 13 anos. "A Paula dos vídeos é e mesma fora deles. Me comunico de forma descontraída, sou animada. Acho que as meninas gostam dessa linguagem, é como se eu fosse uma amiga delas."
Fã de encontros com as fãs, ela costuma organizar eventos para conhecer as meninas que acompanham seu canal. "Elas chegam tímidas, pensam que eu não sou de verdade, mas depois se soltam", diz.
Apesar do clima descontraído dos vídeos, segundo a youtuber tudo o que é falado durante as filmagens passa por revisões. O objetivo é se certificar que o conteúdo seja sempre apropriado para o público infantil. "Às vezes eu uso uma palavra que as crianças não vão entender, ou que não é legal. Aí nós refilmamos", afirma.
Para Paula, os vídeos inspiram a criatividade das crianças e devem ser produções seguras, "que os pais confiem". 'Muitas mães falam comigo sobre isso e eu faço como se uma filha minha fosse assistir".
Outra preocupação é que as parcerias com marcas sejam adequadas ao público alvo. Com longos e cacheadíssimos cabelos castanhos, Paula é embaixadora de uma marca de produtos capilares. Sua transição de cabelos alisados para o crespo natural foi documentada em seu canal e é objeto de curiosidade das crianças.
"Eu acho que ajudo as meninas a perceberem que não existe só um tipo de cabelo bonito. Que não é necessário alisar", afirma. Ela conta que já recebeu propostas de parcerias até de aplicativos de relacionamentos, que, obviamente, negou.
Completando o périplo da maioria dos youtubers de sucesso, Paula lançou no sábado (15) seu primeiro livro, "Vamos Fazer Arte?". A obra traz um apanhado de seus inúmeros tutoriais de faça você mesmo e conta um pouco sobre a trajetória da apresentadora. "Mas não é uma biografia, né? Eu ainda sou muito nova para isso"
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